A Fretilin, no Governo em
Timor-Leste, encerrou hoje em Díli a sua campanha para as legislativas
antecipadas de sábado em ambiente de festa e que terminou com um
"showmício".
Um comício em jeito de celebração
em que a liderança histórica da Frente Revolucionária do Timor-Leste
Independente (Fretilin) partilhou o palco com líderes mais jovens do partido e
com representantes de várias associações, incluindo de grupos de artes
marciais.
Desde bem cedo que em vários
pontos da cidade se começaram a ouvir buzinas com motas, carros e camionetas a
dirigir-se para Tasi Tolo ou a passear pela cidade, onde hoje era visível uma
maior presença policial e militar do que o normal.
Longas caravanas bloquearam o
trânsito desde o final da manhã e o final da tarde em toda a zona oriental da
capital timorense, com um exército de motas decoradas com bandeiras vermelhas,
amarelas e pretas, as principais cores da Fretilin.
Depois, no grande recinto de Tasi
Tolo, a festa de encerramento de campanha dividiu-se, com uma multidão a
acompanhar os eventos no palco principal, muita gente a acompanhar mais longe
debaixo das árvores do espaço e muitos a passear pelo grande recinto.
Nos acessos, horas depois de o
comício começar, ainda havia camionetas com militantes a chegar.
A cidade tinha hoje mais
segurança do que o normal, com efetivos policiais nas principais ruas e
distribuídos por alguns dos bairros de maior potencial risco, bem como nos
acessos a Tasi Tolo.
Nesse espaço gigante ao lado das
três lagoas salgadas que dão nome a Tasi Tolo, a Fretilin construiu um palco
central com cartazes onde estavam motes da campanha e do partido.
À esquerda um palco para cantores
e grupos musicais e, do lado direito, a tribuna de honra do comício que foi
transmitido em direto pelos canais de televisão RTM e GMN.
Um comício com muitos jovens,
muita música e até um galo, pintado nas cores do partido - e um dos elementos
mais comuns das cerimónias tradicionais -, levantado entre a multidão no
momento em que no palco de rezava uma oração. E que depois Mari Alkatiri,
secretário-geral do partido, levou ao palco.
Um elemento da direção da
Fretilin disse à Lusa que o encontro em Tasi Tolo era mais um
"showmício", uma festa para celebrar o fim de uma campanha de um mês
por todo o país.
Ainda assim, falou-se do programa
do partido, da juventude e de esperança da vitória: "sempre estive
confiante", disse Mari Alkatiri.
Parte das atenções recaíram sobre
José Ramos-Horta, fundador da Fretilin, ex-Presidente e atual ministro que
nesta campanha voltou a vestir, literal e ideologicamente, a camisola do
partido.
Ramos-Horta fez uma campanha
intensa em alguns dos locais mais remotos do país e a sua participação pode
trazer votos adicionais à Fretilin que tem vindo a reivindicar que, durante a
campanha, houve várias pessoas e organizações que ‘regressaram' ao partido.
Durante o hino do partido, Foho
Ramelau, Ramos-Horta - que se manteve apartidário nos últimos anos - braço
direito erguido, foi trocando quase a compasso o punho cerrado pelos quatro
dedos levantados: a Fretilin é quarta no boletim de voto.
campanha termina hoje.
Lusa | SAPO TL
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