Os
principais atores políticos da Guiné-Bissau discordam quanto à forma de
resolver a crise política no país, anunciaram depois de recebidos hoje pelo
chefe de Estado, José Mário Vaz.
Representantes
do partido do Governo, PAIGC, e da principal força de oposição, PRS, disseram à
imprensa que entregaram ao Presidente guineense propostas para resolver a
crise, mas, pelas palavras dos próprios, são visões diferentes sobre o problema.
O
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), pela voz do
seu líder, Domingos Simões Pereira, defendeu "a observância das leis e o
diálogo", enquanto o secretário-geral do Partido da Renovação Social
(PRS), Florentino Pereira, apelou para uma resolução no Parlamento.
O
líder do PAIGC afirmou que o Presidente "não deve sentir-se pressionado
por quaisquer interesses que não sejam a observância das leis e o funcionamento
das instituições".
Para
o PRS, a crise que afeta o país pode ser "perfeitamente resolvida no
Parlamento" se os 15 deputados "expulsos ilegalmente retomarem os
respetivos lugares" no hemiciclo e o programa de Governo, de Carlos
Correia, voltar a ser apreciado naquele órgão.
Os
15 parlamentares do PAIGC foram expulsos por alegado desrespeito da disciplina
partidária ao tentarem derrubar o Governo.
De
acordo com Florentino Pereira, a expulsão dos 15 deputados do Parlamento
"não existe", restando agora que as partes "respeitem a
lei" e a mesa do hemiciclo realize a sessão no dia 25 deste mês.
Em
nome dos 15 deputados expulsos, Soares Sambu disse ter reiterado junto do chefe
de Estado que o seu grupo está empenhado em fazer tudo, "custe o que
custar" para defender o mandato que lhes foi dado pelo povo guineense.
Tal
como defende o PRS, o grupo dos 15 deputados também entende que a solução da
crise passa pela retoma dos seus lugares no Parlamento.
Por
ter chegado atrasada ao encontro, a delegação do Parlamento não foi recebida
pelo chefe de Estado, que também se reuniu com representantes da comunidade
internacional.
MB
// EL - Lusa
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