Díli,
29 fev (Lusa) - Timor-Leste precisa do apoio de todos os parceiros da CPLP para
ultrapassar os diversos desafios à tentativa de garantir um ensino de qualidade
em língua portuguesa no país, disse o ministro da Educação timorense.
"Para
que a Língua Portuguesa vingue em Timor-Leste ainda precisamos de vencer
diversos desafios. Somos uma jovem Nação com vontade e coragem para os
ultrapassar, mas carecemos do apoio de todos os Países irmãos da CPLP",
afirmou hoje António da Conceição.
"Portugal
e o Brasil têm sido parceiros fundamentais no setor da Educação e no
desenvolvimento do português em Timor-Leste, mas necessitamos de mais.
Precisamos de garantir a todos os nossos alunos um ensino de qualidade em
português", afirmou ainda.
António
da Conceição falava na abertura em Díli do colóquio "A Língua Portuguesa e
a Globalização", organizado pela Comissão Nacional de Timor-Leste do
Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP).
O
encontro, que decorre hoje, está a analisar "o ensino e a formação no idioma
comum da CPLP no contexto da internacionalização e do potencial económico da
língua portuguesa".
Referindo-se
ao trabalho que o Governo tem desenvolvido para implementar o português em
Timor-Leste, o governante disse que é necessário assegurar "que a administração
pública é o principal implementador da constituição, comunicando efetivamente
nas línguas oficiais".
"Precisamos
de, em conjunto com a Comunidade da CPLP, encontrar as estratégias corretas
para que a Língua Portuguesa possa ser uma mais-valia económica na Ásia",
afirmou.
Recordou
que a língua portuguesa é "um património comum que une os países da
CPLP", e que "está intimamente ligada à história de
Timor-Leste", aspeto consagrado na Constituição do país.
"Falar
da língua portuguesa é falar da nossa cultura e, acima de tudo, da nossa
identidade. A língua portuguesa é um marco fundamental da identidade de
Timor-Leste e acredito que o seja também para os nossos países irmãos da
CPLP", considerou.
"A
afirmação da língua portuguesa na Ásia, no contexto atual da globalização, é um
passo essencial para a afirmação da nossa comunidade no seio mundial e
representa uma oportunidade única para cimentar a nossa língua
internacionalmente, transformando-a numa das línguas de trabalho das
Organizações Internacionais, como, por exemplo, as Nações Unidas",
considerou ainda.
António
da Conceição referiu-se ainda à dimensão económica da língua, notando o grande
interesse sobre o português em países como a China e o Japão, o que representa
uma "oportunidade de estabelecer relações a vários níveis" entre os
vários continentes.
Apesar
de já ser usada por mais de 250 milhões de pessoas o português "ainda não
tem o lugar que merece na cena internacional", sendo necessário elevar a
língua portuguesa a "língua do conhecimento: falando, escrevendo,
comunicando, publicando e produzindo conhecimento" em português.
Igualmente
importante é capitalizar no facto de haver uma grande diáspora lusófona em
países não lusófonos e o facto de vários países terem já adotado o português
como língua de ensino, mesmo sem ser língua oficial.
ASP
// DM
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