O
ministro da Educação timorense considerou hoje um "dever patriótico"
aprender português e sublinhou a necessidade de corrigir "a perceção"
de que é um idioma difícil, já que a maior parte do vocabulário do tétum é
'importado' da língua portuguesa.
"É
necessário corrigir a perceção errada no que respeita à dificuldade de
aprendizagem da língua portuguesa que afeta a sua procura pela população
juvenil. A realidade demonstra que não é um idioma difícil para os nossos
jovens, uma vez que grande parte do vocabulário do tétum deriva do
português", afirmou António da Conceição.
"Cabe
a todos nós desfazer esta ilusão e motivar a juventude a fazer um esforço
coletivo para aprender ou reaprender a língua portuguesa. Este é um dever
patriótico", disse, num colóquio sobre língua portuguesa em Díli.
António
da Conceição falava num encontro promovido no âmbito da segunda semana da
língua portuguesa no Parlamento Nacional, num discurso em que reconheceu que
"é preciso fazer muito mais e melhor internamente", no espaço da
Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP) e no mundo "para a
promoção e internacionalização da língua portuguesa".
Em
termos de oferta em Timor-Leste, o Governo deve trabalhar com os seus parceiros
lusófonos para "popularizar, democratizar e descentralizar o ensino da
língua portuguesa por todo o território", afirmou.
É
necessário, insistiu, "diversificar as abordagens para garantir acesso a
todos à língua portuguesa e fomentar a aprendizagem e ensino da língua
portuguesa" e o seu uso nas ciências, matemática e outras áreas do saber.
Além
da universidade e das escolas de referência, defendeu que deve intensificar-se
o ensino do português em todos os centros, com a Igreja - parceiro na gestão de
várias escolas - a manter o seu papel de promoção do português.
Também
os órgãos de comunicação social e as redes sociais "devem contribuir para
este esforço de promoção de língua portuguesa através de informação e
entretenimento", afirmou, dizendo que estas são componentes "por
vezes desvalorizadas mas que, potenciadas, podem revelar resultados muito
positivo".
"O
desenvolvimento da língua portuguesa é responsabilidade do Estado mas requer
esforço social mais amplo, que se estende às famílias, igreja, instituições
privadas, órgãos de comunicação social e comunidade em geral", disse.
O
ministro recordou os esforços que têm sido e continuam a ser feitos para
conseguir um papel mais ativo da língua portuguesa em organismos
internacionais, tema que marcará uma conferência da CPLP na próxima semana em
Díli.
A
vertente económica da língua é outro aspeto que deve ser reforçado, sublinhou.
ASP
// MP – Lusa
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