quinta-feira, 9 de junho de 2016

Tribunal da Papua Nova Guiné proíbe protestos estudantis após repressão policial


Sydney, Austrália, 09 jun (Lusa) -- Um tribunal da Papua Nova Guiné proibiu os protestos de universitários depois de a polícia ter aberto fogo contra uma multidão de estudantes que se manifestava contra o Governo, informam hoje os meios de comunicação social locais.

Quatro pessoas terão morrido na quarta-feira quando a polícia abriu fogo contra um grupo de estudantes que tentava marchar até ao Parlamento para protestar contra a atuação do primeiro-ministro, Peter O'Neill, face às acusações de corrupção e pela sua gestão da economia.

A polícia abortou a marcha e abriu fogo, uma ação que, segundo um deputado da oposição, fez quatro vítimas.

O Governo negou a ocorrência de mortes devido à atuação policial e o Hospital Geral de Port Moresby, a capital, garantiu não ter recebido nenhum estudante morto, de acordo com o diário Post Courier.

A polícia, que reforçou a segurança na capital, indicou que 23 pessoas foram hospitalizadas na sequência dos protestos, das quais cinco se encontram em estado crítico devido a ferimentos de bala, informou a Radio New Zealand.

A Amnistia Internacional (AI) elevou o número de feridos para 38, qualificando o sucedido, num comunicado, como "um vergonhoso ataque ao direito de liberdade de expressão e de reunião pacífica".

O'Neill, que tem o apoio da maioria do Parlamento, cujas sessões foram suspensas até agosto devido aos problemas de segurança, anunciou uma investigação sobre as causas dos distúrbios e das manifestações dos estudantes, a quem acusou de terem sido manipulados pela oposição.

A unidade anticorrupção da polícia investiga O'Neill, no poder desde agosto de 2011, há dois anos, por supostos pagamentos fraudulentos, mas até à data não conseguiu uma ordem para deter o chefe do Governo.

A Papua Nova Guiné, país do Pacífico Sul que se tornou independente da Austrália em 1975, tem grandes recursos minerais e hidrocarbonetos, assim como uma ampla história de intrigas políticas, corrupção e conflitos.

DM // MP

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