Hong
Kong, China, 02 set (Lusa) -- Piratas informáticos chineses atacaram dois
departamentos governamentais de Hong Kong, a poucos dias das eleições na antiga
colónia britânica, disse hoje uma empresa de segurança sedeada nos Estados
Unidos.
O
ataque aconteceu em agosto, durante a corrida para as eleições legislativas de
domingo, numa altura em que o receio de um 'apertar de cerco' de Pequim a Hong
Kong atinge níveis elevados.
A
empresa de segurança FireEye, sedeada na Califórnia, disse hoje que um grupo baseado
na China, que a firma tem vindo a seguir desde 2011, atacou pelo menos dois
departamentos do Governo de Hong Kong em agosto.
O
diretor do departamento de tecnologia da empresa para a Ásia Pacífico, Bryce
Boland, acredita que o grupo responsável pelos ataques, conhecido como APT3,
"é patrocinado pela República Popular da China".
"Normalmente,
quando vemos ataques de governos a outros governos, tem que ver com recolha de
informação ou tentativas de aceder a informação que não podem ter por outras
vias", disse Boland à agência AFP.
"[Há]
muita discussão, muita incerteza sobre o futuro político de Hong Kong. Imagino
que estão a tentar formar uma imagem mais clara do que se passa dentro de
alguns destes departamentos governamentais", disse.
Um
dos métodos usados pelo grupo APT3 nos ataques recentes foi enviar um email,
que alegam ser um relatório sobre os resultados eleitorais, e que contém um
'hiperlink' que leva a 'malware' (programa malicioso).
As
autoridades confirmaram os ataques dizendo que "medidas de segurança
relevantes foram já adotadas para bloquear os emails suspeitos".
A
empresa de Boland não conseguiu identificar quais os dados recolhidos e não
especificou que departamentos foram atacados.
Segundo
Boland, este tipo de ataques tem aumentado desde o "Movimento dos
Guarda-Chuvas", de protestos pro-democracia, em 2014.
As
eleições de domingo são as mais importantes desde os protestos, que não
conseguiram obter a reforma política desejada apesar da enorme dimensão e
atenção internacional.
Desde
então, novos ativistas emergiram no tecido político da cidade, defendendo uma
total separação da China.
ISG//ISG
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