Díli,
02 set (Lusa) - O Governo timorense inicia este mês um processo de levantamento
sobre os recursos humanos existentes no país, que decorre até fevereiro de
2017, e pretende ajudar o executivo a melhor definir as suas políticas em
várias áreas.
Rui
Maria de Araújo, chefe do Governo, disse no lançamento da campanha de recolha
de dados que este é um processo de grande importância e que terá "grande
influência no processo de desenvolvimento dos recursos humanos" em
Timor-Leste.
"Os
recursos humanos são um elemento central do nosso desenvolvimento. Se
fortalecermos a capacidade dos recursos humanos, fortalecemos a capacidade de
transformação do dinheiro no processo de desenvolvimento", disse.
A
campanha de levantamento, que envolve várias agências do Estado e que está a
ser coordenada pelo Fundo de Desenvolvimento do Capital Humano (FDCH), foi hoje
apresentada num encontro em que participaram vários membros do executivo
timorense, incluindo os responsáveis das pastas de Administração Estatal,
Educação, Solidariedade Social, Obras Públicas e Finanças entre outros.
Dionísio
Babo, ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos da Administração do Estado e
da Justiça e Ministro da Administração Estatal, destacou a importância de
conseguir um retrato detalhado sobre os recursos humanos existentes no país.
Helder
Lopes, vice-ministro das Finanças, disse que os dados são essenciais para que o
Governo possa ter um retrato "o mais correto possível" da situação
nacional, tomando "decisões políticas mais precisas".
O
FDCH relembra que os recursos humanos são "a espinha dorsal de todos os
sistemas de desenvolvimento de Timor Leste" e que os investimentos do
Governo incluem áreas como educação, capacitação e formação contínua" bem
como "qualidade de vida e propagação do mercado de trabalho".
Central
a este trabalho está o próprio FDCH, mandatado com o planeamento, gestão e
execução dos principais programas de desenvolvimento dos recursos humanos dos
vários setores do Estado.
"A
falta de informações sobre políticas, planos, sistemas de informação e formação
profissional, disponibilidade, composição, distribuição, densidade, fontes de
financiamento, forças de mercado de trabalho e muitos outros aspetos
relacionados com os recursos humanos em Timor Leste são frequentemente escassos
e, muitas vezes, estão dispersos através de muitas fontes", sublinha o
FDCH.
Em
jeito de inquérito nacional de mão-de-obra, a campanha que agora começa
pretende "identificar e analisar a situação dos recursos humanos atual e
sua distribuição em todo o território", como explicou o ministro das Obras
Públicas, Gastão da Silva.
Para
isso serão recolhidos dados por agregado familiar, mapeada a situação em cada
suco (divisão administrativa do país), posto administrativo e município e
verificada a "distribuição racional dos recursos humanos existentes"
no país.
Serão
registados os dados sobre graduados e quadros ativamente à procura de emprego
ou no desemprego, analisado o impacto dos recursos humanos estrangeiros no
mercado de trabalho nacional e identificadas as profissões e domínios de
formação considerados estratégicos.
Promover
a planificação dos recursos humanos, designadamente em relação às necessidades
do país e contribuir para a formação e o aperfeiçoamento das diferentes
categorias de pessoal necessárias, "através da otimização de oportunidades
dentro ou fora do país" são outras das prioridades do levantamento.
Participam
no projeto, entre outros, o Ministério da Administração Estatal, o Programa
Nacional de Desenvolvimento dos Sucos (PNDS) e a Direção Geral de Estatísticas
do Ministério das Finanças.
No
total participam no levantamento cerca de 2.200 pessoas, o que equivale a cerca
de cinco por cada um dos 442 sucos do país.
ASP//ISG
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