domingo, 4 de setembro de 2016

“Já que não podemos eleger o Chefe do Executivo, deixem-nos ter mais opções de transporte”


Em pouco mais de três dias, a Associação Amar Macau recolheu mais de 22 mil opiniões no Facebook e no WeChat relativamente ao futuro da Uber no território. Mais de 94 por cento das opiniões recolhidas favorecem a permanência no território da plataforma de gestão de serviços de transportes.

A Associação Amar Macau entregou ontem, na sede do Governo, uma petição em que solicita ao Executivo que crie condições para a permanência da Uber no território. Ao longo de três dias, entre 24 e 26 de Agosto, o organismo promovei um questionário nas redes sociais em que procurou tomar o pulso à opinião dos residentes do território sobre a plataforma de transportes.

No período em questão, a Amar Macau recolheu mais de 22 mil opiniões, esmagadoramente de apoio à Uber. No mesmo período, o grupo recolheu ainda mais de 20 mil assinaturas a favor da permanência da empresa de transportes no território.

Ontem, os responsáveis pela Amar Macau decidiram levar as suas conclusões ao Governo, uma iniciativa que se configurou também como um acto de protesto. Junto com a petição que entregaram ao Governo, os dirigentes da Associação Amar Macau exibiram um cartaz em que se lia “Já que não podemos eleger o Chefe do Executivo, deixem-nos ter pelo menos mais opções de transporte”.

A Associação está convicta de que os serviços prestados pela Uber não só favorecem os residentes do território, como também facultam mais e melhores opções a quem visita Macau. Entre as cinco da tarde de 24 de Agosto e a meia-noite e cinco de 27 de Agosto, o organismo conduziu um inquérito online em que perguntava: “Está a favor da manutenção dos serviços da Uber em Macau?”. Das 3069 respostas recebidas através do Facebook, 97,2 por cento favoreciam a permanência da empresa em Macau. O sentido da votação foi similar no que toca ao feedback obtido através do WeChat, com 94 por cento das 19113 respostas obtidas a engrossarem o contingente de apoio à plataforma de transportes.

“Ao longo destes dias foram muitos os que nos fizeram chegar as suas opiniões. Esperamos que o Governo as possa aceitar, de forma a agir de forma o mais conveniente possível, tendo em conta os interesses da população”, referiu Chloee Chao aos jornalistas.

A presidente da Associação Amar Macau criticou o que considera ser a perseguição a que o Governo submeteu a Uber, considerando que não se pode recuar frente ao futuro: “Isto é como a Internet. Não se pode ignorar o seu potencial. Se a Uber for afastada de forma tão brusca, o território estará a fechar-se sobre si próprio”, defendeu a dirigente.

Na petição, a Associação Amar Macau pedia ao Governo para avançar com legislação que permita  que a Uber e serviços do género operem legalmente no território. O organismo considera que só abertura do sector dos transportes às novas tecnologias poderá contribuir, por exemplo, para a melhoria dos serviços prestados pelos taxistas de Macau.

Ponto Final

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