Díli,
29 set (Lusa) - A percentagem de timorenses a viver em pobreza extrema, com
menos de 1,9 dólares por dia (segundo critérios internacionais), caiu de 47,2
para 30,3 por cento entre 2007 e 2014, segundo um relatório divulgado pelo
Ministério das Finanças.
Esse
valor é maior se for tida em conta a linha nacional de pobreza, que subiu de
25,14 para 46,37 dólares por pessoa por mês nesse período e afetava em 2014
cerca de 41,8% dos timorenses, menos 8,6 pontos percentuais do que em 2007
(50,4%).
Os
dados fazem parte do Estudo sobre a Pobreza em Timor-Leste 2014, o terceiro
estudo sobre os padrões de vida em Timor-Leste, que se baseia em inquéritos a
cerca de 6.000 famílias em todo o país para determinar "quem vive com
menos recursos do que os necessários para as condições básicas de vida".
Para
o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira,
os dados do estudo mostram que "estão a ser feitos grandes
progressos" apesar do muito que há a fazer e das melhorias ainda por alcançar.
"Devemos
celebrar estes progressos, mas é igualmente importante reconhecer que uma
evolução sustentada exige que continuemos a pressionar no sentido de atingirmos
ainda mais melhorias nos próximos anos", disse, na apresentação do
relatório em Díli.
O
governante destacou recentes notícias positivas sobre o progresso das condições
de vida em Timor-Leste, com um estudo recente a colocar o país entre os dez
melhores "pelos extraordinários progressos registados na conversão de
crescimento económico em bem-estar, entre 2006 a 2014".
Na
semana passada, um estudo publicado na revista científica The Lancet apontava
que Timor-Leste foi o país do mundo que mais progrediu desde 2000 nas metas
relacionadas com a saúde dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, devido à
pacificação e à aposta no acesso aos cuidados.
Para
Agio Pereira, os dados do Estudo sobre a Pobreza em Timor-Leste 2014 confirmam
uma redução da pobreza a nível dos critérios nacionais - "que representa o
custo de satisfazer necessidades básicas em termos de alimentação, abrigo e
artigos não alimentares" -, mas também que Timor-Leste "tem sido
capaz de reduzir a pobreza mais depressa do que muitos outros países".
O
estudo, realizado pela Direção-Geral de Estatística do Ministério das Finanças,
com o apoio técnico do Banco Mundial, é o de maior dimensão dos três conduzidos
no país (depois de 2001 e 2007) com um aumento de 30% no número de famílias
ouvidas.
Para
o ministro timorense, a recolha de dados precisos sobre as condições de vida do
país é essencial para perceber se as políticas do executivo "estão no
caminho certo e a ter os efeitos esperados, ou se é necessária uma
mudança" de estratégia.
O
relatório mostra, entre outros dados, que o custo de vida é mais elevado na
capital do que nas zonas rurais (o índice nacional de pobreza é fixado em 46,37
dólares por mês a nível nacional mas sobe para 56,16 dólares em Díli).
Registaram-se
melhorias em todos os indicadores, com o número de crianças com nanismo a cair
65%, o de não participação escolar a cair 60% e o número de timorenses sem
eletricidade a descer 56%.
Há
também melhorias significativas na taxa de população sem acesso a água potável
(são menos 38%) e sem saneamento adequado (menos 31%).
ASP
// MP
Sem comentários:
Enviar um comentário