Díli, 24 mai (Lusa) - O
primeiro-ministro timorense afirmou hoje ter dado instruções aos membros do
executivo para prepararem relatórios para a transição para o VIII Governo, que
poderá tomar posse em junho.
"Dei orientações nesse
sentido. O meu gabinete também está a preparar isso", confirmou, em
declarações aos jornalistas.
"Eu tenho sentido de Estado
e, por isso, em termos de Estado, é essencial garantir a continuidade da
governação. Cabe ao Governo que sai preparar as coisas para o Governo que
entra", explicou.
Mari Alkatiri falava no final do
encontro semanal com o Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, e após
ter dirigido a última reunião do Conselho de Ministros do VII Governo
Constitucional.
Nessa reunião, Mari Alkatiri
"agradeceu a contribuição e dedicação de todos os membros do Executivo ao
longo dos últimos oito meses", e considerou que, "apesar de todos os
obstáculos e de todas as dificuldades, o atual Governo conseguiu demonstrar a
sua coesão e capacidade de gestão em defesa do superior interesse
nacional" do país, de acordo com um comunicado do Governo.
"Os vários membros do
Governo manifestaram o seu enorme apreço pela confiança e espírito de abertura
demonstrada pelo atual chefe do Executivo, fazendo um breve balanço sobre a
prestação do VII Governo Constitucional e apresentando as suas apreciações
sobre o decorrer do processo eleitoral e os resultados oficiais da eleição
parlamentar de 2018", referiu.
Alkatiri explicou ter apresentado
ao Presidente timorense pequenas questões de "gestão corrente":
"Fundamentalmente gerir os duodécimos para poder manter tudo a
funcionar". "Não há preocupação com dinheiro. Temos dinheiro até agosto
ou setembro", disse.
Mari Alkatiri remeteu para
"mais tarde", na sede do Comité Central da Frente Revolucionária do
Timor-Leste Independente (Fretilin), uma reação à decisão do Tribunal de
Recurso que considerou "totalmente improcedente" o recurso interposto
pelo partido, segundo mais votado nas eleições de 12 de maio, por suspeita de
várias alegadas irregularidades do processo eleitoral.
O Tribunal está agora a analisar
as atas referentes ao apuramento nacional dos votos devendo deliberar até ao
fim de semana se valida ou não os resultados do voto.
O escrutínio municipal e
apuramento nacional confirmaram que a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP)
venceu as eleições legislativas com mais de 305 mil votos, ou 49,6% do total, o
que lhe dá 34 dos 65 mandatos do Parlamento Nacional e a possibilidade de
formar o VIII Governo constitucional sem necessitar de qualquer apoio
adicional.
Em segundo lugar, ficou a
Fretilin, que liderou a coligação minoritária do anterior Governo, e que obteve
mais de 213 mil votos, ou 34,2% do total, mantendo o mesmo número de deputados,
23.
No Parlamento estará também o
Partido Democrático, parceiro da Fretilin no VII Governo, e que perdeu dois
deputados para cinco, tendo obtido mais de 50 mil votos ou 8,1% do total, e a
Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD) que obteve 34 mil votos (5,5%) do
total e três deputados.
Assim que os resultados forem
validados pelo Tribunal de Recurso pode ser agendada a tomada de posse dos
deputados eleitos, o que pode ocorrer entre 05 e 07 de junho. Posteriormente,
será empossado o VIII Governo de Timor-Leste.
ASP // EJ
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