Díli, 06 dez (Lusa) - Um
envolvimento "intensivo e assertivo" do setor privado e dos
investidores internacionais é essencial para alcançar o desenvolvimento
sustentável de Timor-Leste e da região mais próxima, com crescentes processos
de integração regional, defendeu hoje um governante timorense.
Joaquim José Gusmão dos Reis
Martins, ministro da Agricultura e Pescas, disse que essa aposta do setor
privado tem de ser feita a par do reforço das infraestruturas e conectividades,
mas também fortalecendo o capital humano.
Daí que essa integração possa
começar "com operações muito simples e fáceis em atividades que possam
nutrir as oportunidades de se mover para elos mais elevados da cadeia de
valor", defendeu num fórum trilateral.
"A integração sub-regional
de cadeias de valor e logística requer liberalizar ou acelerar seriamente o
fluxo de matérias-primas, produtos e serviços, mão-de-obra qualificada, capital
e finanças, investimento estrangeiro direto, bem como conhecimento e
propriedade intelectual, com várias implicações nas questões da conectividade
com a ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático]", defendeu.
O governante falava na abertura
do 4.º Fórum Empresarial Trilateral, uma iniciativa do Grupo de Trabalho
Timor-Leste, Indonésia e Austrália (TIA-GT), que procura avançar na criação de
sinergias neste espaço regional triangular.
A reunião conta com a presença de
responsáveis políticos e empresários de Timor-Leste, do Território Norte da
Austrália e da província indonésia de Nusa Tengarra Timur.
Joaquim Martins disse que
Timor-Leste, a Austrália e a Indonésia estão empenhados em promover laços
trilaterais que ajudem a fomentar a cooperação económica e empresarial,
ajudando a criar "cadeias de valor de manufatura".
"Desde o início, os líderes
dos três países envolvidos têm vindo a demonstrar um forte apoio a essa
iniciativa", disse.
"O Governo indonésio
considera que esta é uma grande contribuição para promover o tão necessário
crescimento e desenvolvimento no leste da Indonésia e o Governo australiano vê
este processo como uma grande oportunidade para fomentar o desenvolvimento do
norte da Austrália, diversificando as suas indústrias que têm se concentrado
principalmente na mineração", afirmou.
A este processo Timor-Leste traz as vantagens de acordos comerciais e relações privilegiadas com vários
mercados, em várias geografias, nomeadamente a União Europeia, os Estados
unidos da América, China, Índia e os países da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa", disse.
"Timor-Leste tem o potencial
para se tornar um centro de produção e logística para as matérias-primas e
produtos semi-processados das ilhas indonésias circundantes com o apoio tecnológico
e de conhecimento do Norte da Austrália, gerando vastos benefícios para todas
as partes envolvidas", declarou.
Para isso, é essencial
"eliminar os impedimentos regulatórios aos negócios, comércio e
investimentos na sub-região", promover o papel do setor privado e
"melhorar a conectividade na sub-região, inclusive por meio de
infraestruturas física (terrestre, aérea e marítima), conexões entre pessoas e
mobilidade de mão-de-obra".
Intervindo na abertura, José
Gonçalves, responsável do TIA-GT em Timor-Leste, referiu a importância desta
plataforma para criar cooperação económica nesta região.
"Queremos melhorar o
comércio entre os três países, queremos instalar um centro logístico em
Timor-Leste, queremos fomentar sinergias e parcerias", afirmou destacando
a vantagem de Timor-Leste "no acesso a mercados internacionais com tarifas
zero".
ASP // SR
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