Díli, 07 ago 2019 (Lusa) -- O
Parlamento Nacional e a zona de Tasi Tolo, a oeste de Díli, acolhem as
cerimónias solenes das celebrações do 20.º aniversário do referendo em que os
timorenses escolheram a independência, no próximo dia 30 de agosto.
O extenso programa para o dia 30, a que a Lusa teve acesso,
arranca com uma sessão solene no Parlamento Nacional cujos contornos ainda
estão a ser fechados e que dependerá, em parte, da presença (ainda não
confirmada) do Presidente indonésio, Joko Widodo.
Fontes parlamentares explicaram à
Lusa que, caso venha a Timor-Leste, se prevê a intervenção de Joko Widodo, bem
como do presidente da Assembleia da República portuguesa, Ferro Rodrigues.
Prevê-se ainda a transmissão de
uma mensagem do secretário-geral da ONU, António Guterres, que será
representado nas cerimónias por Ian Martin, então chefe da UNAMET, a Missão das
Nações Unidas em Timor-Leste, que organizou o referendo há 20 anos.
Depois da sessão solene segue-se
um almoço oferecido pelo primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, aos convidados,
que decorrerá no edifício do Ministério das Finanças, o prédio mais alto da
capital timorense.
Ao início da tarde, começam
atividades culturais e desportivas em Tasi Tolo, enquanto, no outro extremo da
cidade, na zona de Bidau Santana, se inaugura a Ponte Presidente B. J. Habibie,
em nome do chefe de Estado indonésio que em janeiro de 1999 deu luz verde a um
referendo em Timor-Leste.
Ao final da tarde está prevista a
troca de notas diplomáticas entre Timor-Leste e a Austrália sobre a ratificação
do Tratado de Fronteiras Marítimas, cerimónia em que se prevê a presença dos
chefes do Governo dos dois países, Taur Matan Ruak e Scott Morrison.
As cerimónias passam depois para
Tasi Tolo, a zona onde em 20 de maio de 2002 se oficializou a restauração da
independência de Timor-Leste.
O programa aprovado pela comissão
organizadora, presidida por Xanana Gusmão, prevê o discurso do chefe de Estado,
Francisco Guterres Lu-Olo, a atribuição de condecorações e um pequeno programa
cultural.
Mais de 78,5% da população
timorense votou a favor da independência, num referendo que decorreu depois de
meses de intensa violência e intimidação, em 30 de agosto de 1999.
O referendo, supervisionado pelas
Nações Unidas, realizou-se depois de um acordo assinado em 05 de maio entre
Portugal e a Indonésia.
Os resultados da votação foram
anunciados na manhã de 04 de setembro por Ian Martin na sala de conferências do
então Hotel Mahkota (hoje Hotel Timor), tendo praticamente de imediato começado
uma onda de destruição sistemática em todo o país.
A situação levou a comunidade
internacional a aprovar a vinda de uma força internacional, a Interfet, que
chegou ao país a 20 de setembro para estabilizar a situação.
ASP // VM
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