quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Governos de Timor-Leste e da Indonésia assinam acordos bilaterais


Díli, 26 jan (Lusa) - Os Governos de Timor-Leste e da Indonésia assinaram hoje cinco acordos bilaterais em áreas como meteorologia, climatologia e geofísica, pescas, arquivo, juventude e desporto e recursos minerais.

Os acordos e memorandos de entendimento foram assinados numa cerimónia no Palácio do Governo em Díli presidida pelo chefe de Estado indonésio, Joko Widodo, em Díli para uma visita de cerca de oito horas, e o primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo.

As assinaturas, feitas por membros dos dois Governos, são o resultado mais prático de uma visita relâmpago de Joko Widodo a Timor-Leste, durante a qual analisou com o chefe do Governo e com o chefe de Estado timorense, Taur Matan Ruak, várias questões bilaterais.

Concluir a definição das fronteiras terrestres - já estão acordadas em 98% - e avançar na delimitação das fronteiras marítimas é um dos assuntos pendentes, como é também a questão das facilidades no acesso por terra de timorenses ao enclave de Oecusse Ambeno.

Numa declaração conjunta à imprensa, sem direito a perguntas, Rui Maria de Araújo destacou os crescentes laços bilaterais entre os dois países e a vontade de ambos resolverem as questões pendentes, nomeadamente no que toca a fronteiras marítimas.

Neste caso, Rui Araújo recordou que Timor-Leste e a Indonésia subscreveram a Lei do Mar e que este é o principal instrumento para resolver disputas deste tipo, um comentário que pode ser interpretado como uma referência à Austrália.

Díli também pretende delimitar as suas fronteiras marítimas com Camberra mas a Austrália recusa-se a reconhecer a Lei do Mar.

Noutros âmbitos, o chefe do Governo disse que apesar do "passado difícil", Timor-Leste e a Indonésia são hoje "um modelo global para reconciliação e paz num mundo cada vez mais dividido".

Joko Widodo, por seu lado, destacou as crescentes relações económicas e comerciais entre os dois países com a presença em Timor-Leste de várias empresas indonésias, quer com negócios próprios, como o banco Mandiri ou a empresa de telecomunicações Telkomsel, quer em projetos de infraestruturas ou outros no país.

O chefe de Estado indonésio destacou a vontade de cimentar os laços entre os dois países nestas e noutras áreas.

O programa da visita incluiu ainda deslocações ao Jardim dos Herois em Metinaro, a leste de Díli, onde depositou uma coroa de flores e ainda ao cemitério indonésio de Seroja, à frente da Escola Portuguesa de Díli, onde participou noutra cerimónia em memória de indonésios que morreram em Timor-Leste.

ASP // PJA

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