quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Fretilin aumenta apoio na véspera de ano eleitoral em Timor-Leste - sondagem

A Fretilin aumentou o seu apoio eleitoral em Timor-Leste e reunia em novembro a maioria das preferências dos timorenses, segundo uma sondagem que revela uma queda do número de indecisos e de eleitores sem simpatias partidárias.

O estudo, a que a Agência Lusa teve acesso, indica que 44% dos inquiridos se declaram associados ou simpatizantes da Fretilin - atual segundo maior partido timorense - mais do dobro dos que declaram essa preferência em outubro de 2013, quando foi feita a sondagem anterior.

A força política mais votada em 2012, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), surge agora como segunda força política, mantendo o mesmo nível de apoio da sondagem equivalente de 2013, ou seja, 19%.

A sondagem foi realizada pela Insight Lda sob supervisão da Chesapeake Beach Consulting e do Instituto Republicano Internacional (IRI) entre 07 e 24 de novembro e envolveu 1.200 entrevistas em todos os 13 municípios de Timor-Leste.

O estudo analisa perceções económicas, políticas e sociais sobre Timor-Leste e a relação do país com o estrangeiro, entre outros aspetos, e é divulgada num momento em que já se debatem em Timor-Leste as eleições presidenciais e legislativas do próximo ano.

Instados a indicar que partido apoiam ou com o qual simpatizam, 3% identificaram o Partido Democrático (eram 4% em 2013) e 2% o Partido de Libertação do Povo (PLP), nova força política.

As zonas de maior apoio do CNRT são os municípios de Díli e Ermera, da Fretilin são Díli e Baucau, do PD Ermera e Lautem, do PLP Baucau e Díli e do Khunto Bobonaro e Ainaro.

Segundo a sondagem, a percentagem de pessoas que não se identifica com qualquer partido caiu de 28 para 15 por cento e o número de indecisos desceu seis pontos percentuais, para 13%, em comparação com 2013.

Uma maioria de 81% diz que não considera votar por outro partido e dois terços mostra-se "fortemente a favor" do partido que apoiam se unir em coligação com outra força política.

Questionados sobre porque são simpatizantes de um determinado partido, 27% diz que é por ser o melhor para o país, 17% porque a família está associada àquela força partidária ou porque lutou pelo partido e 15% por serem fundadores da nação.

Na avaliação dos três maiores partidos nota-se um aumento dos que têm opinião "muito favorável" da Fretilin - passam de 63% em 2013 para 75% este ano -, com quedas na mesma avaliação ao CNRT (passa de 74 para 57 por cento) e para o PD, que passa de 48 para 26 por cento.

O PD é o partido que tem a maior percentagem de avaliação "muito desfavorável", 20%, quase o dobro do CNRT (11%) e quatro vezes mais do que a Fretilin.

Para mais de metade dos inquiridos, a Fretilin é o partido em que mais confiam (58%), o que tem as melhores políticas (55%), os maiores apoiantes de reformas democráticas (54%), a liderança mais forte (56%) e mais empenhada em combater corrupção (56%) e aquele que tem mais líderes jovens (54%).

O mesmo partido é considerado o que tem as melhores políticas económicas, de segurança, educativas e de saúde, o que mais apoia as mulheres e o "mais religioso".

Há elementos da sondagem que contrastam com os resultados das eleições de 2012, que foram ganhas pelo CNRT, com 36,66% do voto, contra os 28,87% obtidos pela Fretilin.
Esta sondagem indica que 44% dos inquiridos dizem ter votado na Fretilin contra 29% dos que dizem ter votado no CNRT.

Outra diferença refere-se ao índice de participação, que em 2012 foi de 74,78%, quando nesta sondagem 86% dos inquiridos diz ter votado.

Dimitar Stojkov, diretor do IRI em Timor-Leste, disse que é normal a diferença nos números da participação porque, como ocorre noutros países, há sempre pessoas que não votaram mas dizem que votaram.

Sobre o apoio partidário, disse que esta sondagem não deve ser vista como uma "verificação das eleições de 2012" e que para essa comparação deve ser usada a sondagem de 2013, que "deu resultados muito idênticos" aos do voto do ano anterior.

A sondagem deste ano tem uma margem de erro que não excede 2,9% no intervalo médio e um nível de confiança de 95%.

Para comparação foi utilizada uma sondagem idêntica de 2013, mas feita num momento diferente, mais de um ano depois das eleições, ao contrário da atual, realizada antes das presidenciais e legislativas de 2017.

SAPO TL com Lusa

Sem comentários: