Bolseiros
timorenses em Cabo Verde, na Universidade de Mindelo, queixam-se de insegurança
e assaltos, assim como das condições que lhes têm sido facultadas pelas
entidades caboverdianas. A comunicação social timorense tem feito eco destes
acontecimentos e para muitos Cabo Verde é apontado como o pomo de toda esta desagradável
situação. Mas há quem considere o contrário. E assim o fazem com conhecimento
de causa, alegando a Timor Agora que “todo o debate sobre a insegurança e as
condições em que os alunos de Timor-Leste vivem em Cabo Verde é infundada, profundamente
injusto e ingrato. Susceptível de criar um incidente diplomático sério.”
A
fonte de Timor Agora é categórica relativamente a afirmar que os estudantes universitários bolseiros foram recebidos carinhosamente e lhes foram
disponibilizadas as melhores e adequadas condições para frequentarem aquela
universidade. Referindo que “os cinco estudantes da Universidade de Mindelo
receberam, desde a sua chegada, em setembro, todo o tipo de apoio logístico com hospedagem grátis para as primeiras 6 semanas de sua estada, com posterior preço
especial no aluguer de aposentos de luxo, totalmente mobilados. Uma casa na melhor
área da cidade de Mindelo.”
Os
estudantes tiveram pronta “assistência na obtenção de visto de residência e abertura
de conta bancária. Além disso, uma equipa de tutores da universidade tem
dedicado mais de 200 horas de ensino extra para ajudar os alunos a superar as
dificuldades básicas de Português, Matemática e Economia. Por o seu nível de
ensino secundário não se mostrar o adequado ao mínimo de requisitos do ensino superior.”
É
referido igualmente que “os alunos passam a maior parte de seu tempo em festas,
salões de cabeleireiro e ciber-cafés, a postar fotos no Facebook e mostrando a
sua vida privilegiada. Vida que é facto, em comparação à maioria da população
estudantil caboverdiana, incluindo a situação financeira.”
O
facto de os estudantes terem sido assaltados não constitui surpresa para os que
no Mindelo observam a postura dos jovens timorenses. Salientando que “eles não
tomaram ainda as precauções básicas, caminhando por ruas escuras à noite com
iPhones e dinheiro.” É a ocasião que faz o ladrão, segundo o adágio e, neste caso, a realidade.
Reforçam
a opinião de que “com esta atitude tola eles vão ser assaltados em qualquer
parte do mundo ...”
Com
a intenção de salvaguardar os interesses dos estudantes a polícia de Cabo Verde
tem manifestado a sua preocupação com a situação. “A brigada anti-crime já
visitou os estudantes em sua casa e deu-lhes conselhos sensatos, que, infelizmente,
não foram seguidos”, foi afirmado ao Timor Agora.
Comportamentalmente
os estudantes timorenses devem adaptar-se aos conselhos e esclarecimentos que
lhes dão os amigos e autoridades caboverdianas, não devendo descurar a sua própria
segurança com comportamentos inadequados. E assim não existirão os problemas de
que eles se queixam. É esse o entendimento no Mindelo sobre os timorenses que
ali estudam e que são bem-vindos, como têm sido e é demonstrado.
2 comentários:
Como pessoa que colaborou e acompanhou durante algum tempo os estudantes timorenses em S. Vicente, devo dizer que nunca observei comportamentos impróprios. Os jovens sempre se comportaram muito bem, com enorme respeito pelas instituições, fazendo um esforço de adaptação e integração social e cultural. Também me parece muito desproporcional classificar como "comportamento inadequado" uma saída às 20.30h para fazer compras num supermercado da cidade, levando mochilas e telemóveis. É o que qualquer pessoa faz. O Mindelo tem um claro problema de segurança. É verdade que, nos últimos tempos, a polícia tem feito um enorme esforço em patrulhas e intervenções diretas para combater o crime. Este esforço merece o nosso louvor. O que me parece totalmente desadequado é culpar as vítimas por um crime que sofreram. Se é verdade que "a ocasião faz o ladrão", não é menos verdade que não pode ser a vítima a condenada pelo facto.
Este senhor "Pedro Silva" deve ser imaginário. O costume para o pior. De qualquer modo no texto não se diz que os rapazes (alunos) se portam mal, nem que são zaragateiros, mas sim que têm a prática inadequada quando já foram avisados que devem ter cuidado, não se aventurarem em ruas perigosas, escuras, não darem a perceber que têm valores que podem ser facilmente cobiçados e roubados, etc. O comportamento deles é de jovens inadaptados a restrições que são aconselhadas e nada custa cumprir, por segurança. Acontece ali como em qualquer outra parte do mundo. Nuns países mais, noutros menos. São jovens e de comportamento convencido. Depois dá nisto... E os estudos que se lixem. Em compensação há milhentos timorenses que nem um dólar têm para comprar comida. Que coisa! E por cauda disto há estudantes timorenses que se dão bem em Cabo Verde e vão ter de abandonar as universidades porque... Bestial? Não, lamentável!
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