Díli, 12 mai (Lusa) - Timor-Leste
saiu hoje para votar em grandes números em eleições antecipadas, sem
precedentes no país, com longas filas e relatos de normalidade na votação
apesar de denúncias de pequenos incidentes e casos que, segundo os órgãos eleitorais,
não afetaram o voto.
Com o maior número de eleitores
de sempre, o maior número de centros de votação da história e depois de uma
campanha intensa - a concluir um período de grande tensão política que forçou
as legislativas antecipadas - o dia acabou por ser de tranquilidade.
Nuvens em Díli, chuvas em vários
municípios, ajudaram a baixar a temperatura pelo menos nas ruas, já que nas
redes sociais onde além das fotos da jornada eleitoral, se multiplicavam
rumores, supostas denúncias e referências a pequenos casos, que colocaram
várias vezes a oposição e os órgãos eleitorais a trocarem recados.
Questões como a facilidade com se
poderia ou não retirar a tinta roxa com que os votantes têm os seus indicadores
marcados, ou alguma tensão no hospital - onde nem todos puderam votar porque a
lei define que só que se inscreveu 10 dias antes pode beneficiar da urna
ambulante.
O próprio líder da oposição,
Xanana Gusmão, referiu a questão da tinta mostrando aos jornalistas um vídeo em
que uma suposta eleitora tinha conseguido remover a tinta do dedo.
Oferecido pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a tinta indelével é apenas um dos
métodos para certificar a votação ou não votação no dia de hoje.
Ainda assim os responsáveis
eleitorais e observadores não referiram até ao momento qualquer incidente grave
que possa por em risco o voto em si.
Evidentes em vários pontos foi a
elevada afluência, com muita gente a alinhar-se desde bem cedo e outra a ter
que ficar várias horas nas filas.
Comoro, por exemplo, é o suco com
maior número de eleitores em Timor-Leste - estão recenseados 28.416 -, inserido
no posto administrativo com mais votantes (são 71 mil ou quase metade de todos
os de Díli.
Em março 2017, nas eleições
presidenciais, havia tanta gente para votar que ás 15:00 tiveram que fechar os
portões de um dos centros de votação, na Escola 30 de Agosto, ainda com
centenas de pessoas para votar.
Uns meses depois, nas
legislativas de julho, esta foi uma das zonas com abstenção mais elevada.
Mas hoje os eleitores voltaram em
força e longas filas, algumas já com algumas horas de espera, eram visíveis
quando faltavam apenas duas horas para o fecho das urnas.
No recinto escolar, onde as
nuvens do dia meio encoberto de hoje e algumas árvores frondosas ajudavam a que
a espera não fosse tão difícil, fazia-se algum negócio.
De um lado a vendedora ambulante
mais tradicional, com duas mesas toscas de madeira, dois recipientes com café e
duas caixas com fritos e bolos.
Ao lado, a carrinha de venda
ambulante do projeto Delicious Timor, que tenta reinventar a comida tradicional
timorense.
Aqui e ali, grupos de pessoas a
conversar, a passar uma tarde tranquila de sábado, antes de um fim de semana de
contagem de votos.
ASP // PJA
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