Díli,
26 fev (Lusa) - A criação de uma instituição financeira é "a chave"
para o desenvolvimento da força económica da CPLP, podendo apoiar os países
lusófonos mas também apostar em mercados da ASEAN, carentes de financiamento,
disse hoje o dirigente timorense Xanana Gusmão.
"Para
mim, a chave será a definição de uma instituição financeira. Esta é a chave.
Podemos ter grandes rasgos de ilusão, linhas mestras de prioridades, mas sem
uma instituição financeira ficamos a mandar e-mails uns para os outros",
afirmou o ministro do Planeamento e Investimento Estratégico timorense.
"Acredito
que para bem de todos nós, da CPLP, se criarmos, concebermos qualquer coisa que
dinamize o setor privado, a CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa]
pode cravar a sua bandeira em muitos países", afirmou ainda.
Xanana
Gusmão dirigia-se a uma plateia essencialmente formada por empresários de duas
dezenas de países que convergiram em Díli para participar, esta semana, no 1.º
Fórum Económico Global da CPLP.
Referindo-se
aos esforços para consolidar a vertente económica e comercial da comunidade -
principal prioridade da atual presidência timorense da CPLP - Xanana Gusmão
destacou o financiamento e as sinergias entre empresas como aspetos essenciais.
"A
grande questão é a instituição financeira. Como deve ser, como será, o que se
pode fazer. Mas as sinergias que podem surgir do setor privado de outros países
é a grande alavanca para todos crescerem e avançarem", disse.
No
que toca ao financiamento em particular, Xanana Gusmão recordou que a maioria
dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) - a que
Timor-Leste aspira pertencer - "necessitam financiamento para as suas
infraestruturas".
"Porque
não Timor-Leste, como membro da CPLP, ser esta plataforma, esta fonte, para
ajudar a ir investir? Não olhar para Timor como um destino para receber, mas
como uma ponte para ir para o Pacífico, para as ilhas do Pacifico. Timor-Leste
pode ser um guia para empresas da CPLP poderem entrar na ASEAN", disse.
"Há
muito potencial a explorar. Oportunidades que estão a pedir o vosso 'know-how',
a vossa experiência. Só falta a chave. Discutam, encontrem soluções, grandes
ideias e planos para transformar sociedades", afirmou.
Xanana
Gusmão disse que se trata de cimentar "a cooperação regional e
inter-regional", insistindo na vertente económica para dar "mais
atenção ao desenvolvimento dos países" lusófonos.
"A
desigualdade entre os países da CPLP deve merecer atenção e deve ser parte da
preocupação de todo nós", disse, considerando que as "grandes
potencialidades dos países da CPLP não foram exploradas".
ASP
// MP
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