Beatriz Gamboa, opinião
Em
Timor-Leste há uma crise política declarada e a subir
de decibéis. Uma guerra de palavras e opções de índole política entre
o Presidente da República e os líderes dos dois principais partidos (CNRT, de
Xanana e Fretilin, de Alkatiri). Partidos políticos que há cerca de um ano se
aliaram e formaram um governo conjunto a que o PR deu posse sem que realizasse
eleições antecipadas, como devia.
O
PR, Taur Matan Ruak, está abalançado na formação de um partido inspirado por
si. Prepara-se para governar o país depois de terminar este mandato na
presidência. Esse já é um problema. Nem Fretilin, nem CNRT, vêem com bons olhos
a formação desse novo partido liderado por Taur. Fácil será perceber que o mais
certo é ele vencer as eleições e vir a ser primeiro-ministro. Taur é muito bem
quisto por grande parte dos timorenses, principalmente os do interior e mais
carenciados. Ora, esses, são a maioria dos timorenses.
O
pano de fundo é exatamente esse. O desagrado do CNRT e da Fretilin acerca dessa
manobra política do atual PR. A crise por alguma circunstância tinha de
acontecer. Foi agora. O pretexto serviu-se da exoneração do Chefe de Estado
Maior das Forças de Defesa timorenses. O brigadeiro-general Lere Anan. Lere
Anan atingiu os 60 anos de idade e parte para a reforma. É assim que mandam os
regulamentos. O substituto, nomeado pelo PR foi o major general Filomeno
Paixão. Só que o PR não cumpriu os trâmites necessários e obrigatórios na
nomeação do novo CEMG. Constitucionalmente deve propor o nome do indigitado ao
governo, que aceitará ou não. Ficando obrigados a encontrarem um consenso sobre
quem ocupará o cargo.
Constata-se
que as formalidades constitucionais não foram cumpridas por parte do PR Taur.
Na verdade houve uma falha grave no seu procedimento. Essa foi a gota de água
para o despoletar da crise. Foi o pretexto. A Fretilin e o CNRT viram aqui a
grande oportunidade de desgastarem Taur Matan Ruak e combaterem o mentor do
novo partido que temem, o de Taur. Desgastando politicamente Taur as
consequências para o seu partido em formação podem vir a ser significativas ou
até devastadoras. O que asseguraria à Fretilin e ao CNRT, aliados, a
continuidade da detenção do poder governativo e outros. Para além de essa
continuidade poder assegurar a manutenção da opacidade sobre “negócios” de
Xanana Gusmão e CNRT, assim como também da grande família que é a
Fretilin.
É voz corrente em Timor-Leste que predomina a opacidade acerca de vantagens proporcionadas à Fretilin e à família Alkatiri, assim como que é igualmente comentado sobre Xanana ter "metido no bolso a Fretilin" ao partilhar algumas vantagens. Esses são rumores em Timor-Leste. O que pode não corresponder à verdade. E isso é mau. Os rumores sempre foram uma das vertentes prejudiciais em TL. Não raras vezes se concluiu que não passavam de férteis imaginações a divagarem e a sujarem os nomes de gente honesta. Importa recolher provas e isso ainda está por fazer. A presunção de inocência é pomo de extrema importância em democracia.
É voz corrente em Timor-Leste que predomina a opacidade acerca de vantagens proporcionadas à Fretilin e à família Alkatiri, assim como que é igualmente comentado sobre Xanana ter "metido no bolso a Fretilin" ao partilhar algumas vantagens. Esses são rumores em Timor-Leste. O que pode não corresponder à verdade. E isso é mau. Os rumores sempre foram uma das vertentes prejudiciais em TL. Não raras vezes se concluiu que não passavam de férteis imaginações a divagarem e a sujarem os nomes de gente honesta. Importa recolher provas e isso ainda está por fazer. A presunção de inocência é pomo de extrema importância em democracia.
Os
receios sobre o alastrar da crise política que se desenha relembram 2006 e toda
a espécie de crimes horrendos que Xanana provocou para se apoderar do poder
governativo. Essa crise arrastou-se por cerca de dois anos. Muita destruição,
muitas mortes, muitos feridos. Com o elevar de tom nesta chamada guerra entre
Taur, Xanana e Alkatiri (entre PR e Governo) há quem tema uma nova cruzada de
violência como em 2006. Isso mesmo pode constatar no título da peça escrita por
António Veríssimo: LUTA
DE GALOS. QUEM QUER O QUÊ DOS PODERES EM TIMOR-LESTE?
São
receios legítimos de quem vive em Timor-Leste ou vive de coração e ama
Timor-Leste, como esse meu bom irmão e colega nestas lides de blogues e da
vida, o AV. Mas, sobre esses receios, caiu hoje uma certeza, uma garantia
expressa por Xanana Gusmão, que diz que os “timorenses não permitirão repetição
de crise de 2006”. Até onde podemos acreditar em Xanana? Haja bom senso.
O
melhor é dizer à portuguesa o tradicional “ficamos à espera que assim seja,
logo veremos”.
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