Díli,
08 jun (Lusa) - Um estudo da Asia Foundation conclui que Timor-Leste não
precisa, pelo menos para já, de melhorias dispendiosas das infraestruturas do
setor de aviação do país, defendendo a aposta, em vez disso, na segurança e
conforto dos passageiros.
"Isso
contrasta com uma visão em alguns círculos em Timor-Leste de que existe uma
necessidade extrema de atualizações imediatas e drásticas para o aeroporto (de
Díli) e outras infraestruturas físicas", sublinha.
"A
atual capacidade de aviação civil responde às exigências mínimas atuais do país
e não deve ser priorizada em relação a outras infraestruturas básicas",
sustenta.
O
estudo, divulgado pela organização que cumpre este mês 25 anos de ação em
Timor-Leste, considera que as melhorias mais importantes poderiam ser
conseguidas com "um investimento razoavelmente modesto".
As
infraestruturas existentes "parecem responder satisfatoriamente à procura
atual", refere a Asia Foundation que analisou a situação de todo o setor
de aviação em Timor-Leste.
A
organização recorda que todas as empresas com rotas de e para Timor-Leste usam
"aviões de baixa capacidade" que apresentam "menos requisitos das
instalações aeroportuárias" que se mostram "adequadas para o mercado
doméstico de aviação, já que a população que recorre ao transporte aéreo em
Timor-Leste é pequena e a procura de voos permanece mínima".
O
estudo rejeita que Timor-Leste possa ser alternativa para "companhias
aéreas chinesas ou outras estrangeiras", primeiro porque a procura de
passageiros não está assegurada e o aeroporto de Díli não pode receber aviões
de maiores dimensões.
Transporte
aéreo também "não é a maneira mais eficaz de vincular Timor-Leste e a
economia global para fins comerciais", refere o estudo, notando que
"Timor-Leste ainda não tem produtos e indústrias de alto valor que exigem
transporte rápido de carga".
"Timor-Leste
seria melhor servido na utilização mais completa da sua capacidade de aviação
atual e no desenvolvimento de capacidade básica para o desenvolvimento futuro,
pois estes são os desafios mais relevantes atualmente enfrentados pelo setor de
aviação", sublinha.
Entre
as recomendações o estudo defende que o Governo "deve reorganizar as suas
autoridades de gestão da aviação e estabelecer uma unidade de elaboração de
políticas específicas".
Deve
ainda formular políticas de aviação" que exija que todos os operadores que
prestam serviços aéreos domésticos em Timor-Leste se inscrevam como um serviço
de aviação timorense".
Atualmente
nenhuma das empresas áreas com rotas de e para Timor-Leste é timorense, sendo a
ligação com a Austrália assegurada pela australiana Air North, a com a
Indonésia assegurada pela Citilink, Sriwijaya e Nam (todas indonésias) e a com
Singapura pela SilkAir.
O
estudo recomenda ainda "melhorar a capacidade e os serviços de aviação
existentes através de investimentos rentáveis" com "soluções de baixo
custo que "aumentariam a eficiência" e responderiam suficientemente à
procura prevista para os próximos anos.
Deve
ainda, segundo a Asia Foundation, fortalecer a segurança das ligações aéreas
que mantém com o exterior.
ASP
// DM
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