Díli,
28 jan (Lusa) - O programa de apoio à comunicação social em Timor-Leste,
desenvolvido pela cooperação delegada pela União Europeia em Portugal, terminou
hoje após quatro anos com ações de formação a quase 150 formandos e diversos
projetos de fortalecimento do setor.
Em
quatro anos, quase 150 formandos receberam mais de 2.500 horas de formação em
língua portuguesa, escrita jornalística e jornalismo de televisão, entre outras
áreas, segundo dados hoje revelados em Díli, na cerimónia assinalou o fim do programa.
Foram
realizadas 12 ações de formação técnico-profissional especializada para 140
formandos em Díli, dois 'workshops' sobre interação com os meios de comunicação
e formações na Lusa TV, SIC e RTP, entre outras ações de formação.
O
programa entregou ainda uma biblioteca especializada em comunicação social com
735 livros à Universidade Nacional Timor Lorosa'e, promoveu um semestre de
intercâmbio entre esta entidade e a Universidade Católica portuguesa e
contactos com outras entidades de ensino em Portugal.
Além
disso, deu apoio à organização de um espaço de arquivo e de uma equipa de
técnicos especializados no arquivo da Rádio e Televisão de Timor-Leste, tendo
entregue um sistema completo de digitalização audiovisual.
Por
outro lado, o programa apoiou a preparação da lei da comunicação social e do
estatuto do Conselho de Imprensa e realizou vários encontros nacionais e
internacionais em áreas como rádios comunitárias e agências de notícias.
Sylvie
Tabesse, responsável da missão da União Europeia (UE) em Timor-Leste, recordou
que o acesso à informação é "uma componente essencial da estratégia de
desenvolvimento económico e democrático" com a "liberdade de imprensa
a reduzir os riscos de abuso de poder".
"Os
meios de comunicação social mantêm-nos melhor informados, abrem portas ao
debate público e promovem a transparência, contribuindo para o progresso
económico e social", disse.
"Com
este papel importante vem uma grande responsabilidade: os meios de comunicação
social devem operar de forma ética e responsável", sublinhou.
Nélio
Isaac, secretário de Estado da Comunicação Social de Timor-Leste, também
destacou o papel dos meios de comunicação social no fortalecimento da
democracia timorense.
Na
sua intervenção, sublinhou os esforços do Governo para apoiar a comunicação
social, incluindo através da lei de regulação do setor, e sublinhou que
formação técnica, formação em língua portuguesa e outros aspetos continuam a
ser essenciais para fortalecer o setor da comunicação social.
Isaac
saudou o apoio do Instituto Camões, de Portugal e da União Europeia, bem como
dos técnicos que participaram no programa ao longo dos últimos anos.
Iniciada
em 2012, a iniciativa insere-se no Programa de Apoio à Governação Democrática
de Timor-Leste que, neste caso, como na área da justiça, está a ser
desenvolvido através do modelo de cooperação delegada pela União Europeia em
Portugal, nomeadamente, no Instituto Camões.
As
atividades centraram-se em cinco campos de ação: apoio à elaboração de
legislação para a regulação do setor da comunicação social no país, preparação
de mecanismos de autorregulação da atividade jornalística, formação
especializada para jornalistas e profissionais dos meios de comunicação social,
produção e difusão de campanhas de informação pública sobre o papel das
instituições do sistema democrático e a implementação de um sistema de
digitalização do arquivo audiovisual na Rádio e Televisão de Timor-Leste.
ASP
// MP
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