Hong
Kong, China, 31 jan (Lusa) -- O comissário da polícia de Hong Kong, Stephen Lo,
disse no sábado que o desaparecimento do livreiro Lee Bo é um caso sensível e
que não quer tirar conclusões precipitadas.
Lee
Bo desapareceu em Chai Wan (Hon Kong) a 30 de dezembro, e foi o último de cinco
homens relacionados com uma editora da cidade a desaparecer desde outubro do
ano passado. A forma como Lee atravessou a fronteira sem qualquer documento
continua por esclarecer.
Ao
falar num programa da Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), o
comissário da polícia disse que ainda estava a aguardar respostas das
autoridades do interior da China, já que atualmente não há um prazo para o
mecanismo de notificação entre Hong Kong e a polícia chinesa.
Os
misteriosos desaparecimentos despertaram em Hong Kong o receio de que as
autoridades chinesas tenham recorrido a agentes clandestinos para proceder à
detenção dos cinco livreiros, o que, a ser verdade, constituiria uma flagrante
violação do princípio "Um País, dois sistemas" da Região
Administrativa Especial chinesa que lhe confere autonomia relativamente a
Pequim.
Stephen
Lo disse, porém, que até à data não havia casos provados de atuação da polícia
chinesa em Hong Kong, e que a investigação iria continuar até ao reaparecimento
de Lee Bo.
Numa
medida sem precedentes, a polícia de Guangdong (interior da China) respondeu
publicamente nos últimos dias, ao enviar uma carta sobre o livreiro Lee Bo à
imprensa de Hong Kong.
Na
carta, as autoridades chinesas disseram que notaram a onda de preocupação em
Hong Kong, mas que não tinham mais nada a acrescentar além do que já tinham
dito às autoridades da antiga colónia britânica.
No
entanto, o deputado do Partido Democrata James To, que integra o painel para a
segurança no Conselho Legislativo, não ficou satisfeito com a resposta.
James
To disse que era um "absurdo" que a polícia de Guangdong apenas
pudesse repetir o que já tinha sido publicado nos jornais, e pediu ao
comissário da polícia para investigar o assunto.
A
livraria Causeway Books, entretanto de portas fechadas, vende obras muito
críticas do regime comunista, proibidos no interior da China.
Dois
dos desaparecidos são cidadãos europeus (Gui Minhai tem passaporte sueco e Lee
Bo é britânico).
Lee
Bo, de 65 anos, foi visto pela última vez na quarta-feira, dia 30 de dezembro,
no armazém da Mighty Current, a casa editora proprietária da livraria, num caso
que tem lugar semanas depois de quatro dos seus associados terem desaparecido
em circunstâncias idênticas.
Gui
Minhai, dono da casa editora, desapareceu enquanto estava de férias na
Tailândia em meados de outubro. O mesmo aconteceu a três outros associados à
livraria ou à editora (Lam Wing-kei, Lui Bo e Cheung Jiping) depois de terem
visitado, separadamente, o interior da China.
FV
(DM/ ISG) // FV.
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