Roger Rafael Soares, opinião
A
unidade nacional é o lema que nos identificou durante o período da resistência
– 24 anos – e hoje é projetado nos nossos discursos e materializado no atual
Governo, no qual estão integrados membros de vários partidos políticos e
independentes.
A
unidade nacional foi a ação-chave na luta contra o regime indonésio, na luta
pela independência da nossa Nação. Hoje, unidade nacional é em defesa do
interesse nacional, consagrado na Constituição da RDTL, que abarca as dimensões
política, social, cultural, jurídica e económica assente na base do sistema
democrático.
Dessa
forma, não basta só projetarmos o sentido de unidade nacional na expressão
retórica, é imperativo prová-lo na ação, passando pelo empenho e proatividade,
no atual contexto, olhando para o passado como referência para melhorarmos o
presente configurado às novas exigências e não como um fim para invalidar a
ação no presente.
A
agitação e divergências causadas no seio político e social mostram a
necessidade e importância do diálogo e do respeito na vitalidade de um consenso
entre as velhas e novas gerações em matéria da defesa do interesse nacional. Esta
situação é um “teste” para as novas gerações em tomar decisões com consistência
e maturidade, aliados à dinâmica e vontade em contribuir para o desenvolvimento
próspero e sustentável de Timor-Leste.
É
notório nos diálogos e discurso a importância do interesse nacional como o bem
supremo para o desenvolvimento do país, mas minimizar a interferência do
interesse particular ou partidário em prol de um consenso pluralista com vista
à materialização do interesse nacional é um fardo pesado para muitos. Então em
que ficamos? Ficam-se pelo barulho, pelo ruído de fundo, esquecendo-se de
questões que verdadeiramente merecem atenção e atuação. Mas as palavras o vento
leva. Já as ações espelham a obra.
Este
facto revela claramente que somos nós os agentes do nosso próprio
desenvolvimento e do desenvolvimento de Timor-Leste, e como tal, a nossa ação
projeta o real contributo de cada um no processo de desenvolvimento do país.
Neste
contexto, a meu ver, a educação é a alavanca fundamental para promover o
desenvolvimento do povo e de Timor-Leste, ao contribuir para a “formação de uma
cidadania responsável e a promoção de uma participação social crítica, baseada
em princípios de respeito da vida, da dignidade humana e da diversidade
cultural”.
Por
sua vez, os docentes são agentes importantes e decisivos para orientar e apoiar
os jovens, ao constituírem as escolas e universidades como um local de
oportunidades e de desenvolvimento, assim como incutem nos jovens o espírito de
participação à vida ativa na sociedade timorense. Dessa forma, os
docentes também determinam a qualidade do ensino ministrado nas escolas.
Daí,
se queremos desenvolver a nossa sociedade aos vários níveis, como estabelecido
no Plano de Desenvolvimento Nacional 2011-2013, no qual estão refletidas as
“aspirações do Povo timorense relativamente à criação de uma Nação forte e
próspera”, teremos de reconhecer a enorme contribuição da Educação nas várias
frentes referentes aos desafios, suportados pela unidade nacional e por uma
ação coletiva.
Destaco
para o facto de a Educação ser um instrumento de aquisição de competências e
saberes e do desenvolvimento da personalidade humana com consciência cívica,
comprovada por certificado ou diploma. Mas, independentemente do diploma
adquirido, é fundamental a vontade e determinação de cada diplomado em
contribuir para o desenvolvimento de Timor-Leste. Como tal, “o princípio da
educação é pregar com o exemplo” Anne Turgot, ou seja, passar da teoria e do
discurso à prática.
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