quarta-feira, 8 de junho de 2016

O EXERCÍCIO DA CIDADANIA



A unidade nacional é o lema que nos identificou durante o período da resistência – 24 anos – e hoje é projetado nos nossos discursos e materializado no atual Governo, no qual estão integrados membros de vários partidos políticos e independentes. 
  
A unidade nacional foi a ação-chave na luta contra o regime indonésio, na luta pela independência da nossa Nação. Hoje, unidade nacional é em defesa do interesse nacional, consagrado na Constituição da RDTL, que abarca as dimensões política, social, cultural, jurídica e económica assente na base do sistema democrático.

Dessa forma, não basta só projetarmos o sentido de unidade nacional na expressão retórica, é imperativo prová-lo na ação, passando pelo empenho e proatividade, no atual contexto, olhando para o passado como referência para melhorarmos o presente configurado às novas exigências e não como um fim para invalidar a ação no presente.

A agitação e divergências causadas no seio político e social mostram a necessidade e importância do diálogo e do respeito na vitalidade de um consenso entre as velhas e novas gerações em matéria da defesa do interesse nacional. Esta situação é um “teste” para as novas gerações em tomar decisões com consistência e maturidade, aliados à dinâmica e vontade em contribuir para o desenvolvimento próspero e sustentável de Timor-Leste.

É notório nos diálogos e discurso a importância do interesse nacional como o bem supremo para o desenvolvimento do país, mas minimizar a interferência do interesse particular ou partidário em prol de um consenso pluralista com vista à materialização do interesse nacional é um fardo pesado para muitos. Então em que ficamos? Ficam-se pelo barulho, pelo ruído de fundo, esquecendo-se de questões que verdadeiramente merecem atenção e atuação. Mas as palavras o vento leva. Já as ações espelham a obra.

Este facto revela claramente que somos nós os agentes do nosso próprio desenvolvimento e do desenvolvimento de Timor-Leste, e como tal, a nossa ação projeta o real contributo de cada um no processo de desenvolvimento do país.

Neste contexto, a meu ver, a educação é a alavanca fundamental para promover o desenvolvimento do povo e de Timor-Leste, ao contribuir para a “formação de uma cidadania responsável e a promoção de uma participação social crítica, baseada em princípios de respeito da vida, da dignidade humana e da diversidade cultural”.

Por sua vez, os docentes são agentes importantes e decisivos para orientar e apoiar os jovens, ao constituírem as escolas e universidades como um local de oportunidades e de desenvolvimento, assim como incutem nos jovens o espírito de participação à vida ativa na sociedade timorense.  Dessa forma, os docentes também determinam a qualidade do ensino ministrado nas escolas.

Daí, se queremos desenvolver a nossa sociedade aos vários níveis, como estabelecido no Plano de Desenvolvimento Nacional 2011-2013, no qual estão refletidas as “aspirações do Povo timorense relativamente à criação de uma Nação forte e próspera”, teremos de reconhecer a enorme contribuição da Educação nas várias frentes referentes aos desafios, suportados pela unidade nacional e por uma ação coletiva.

Destaco para o facto de a Educação ser um instrumento de aquisição de competências e saberes e do desenvolvimento da personalidade humana com consciência cívica, comprovada por certificado ou diploma. Mas, independentemente do diploma adquirido, é fundamental a vontade e determinação de cada diplomado em contribuir para o desenvolvimento de Timor-Leste. Como tal, “o princípio da educação é pregar com o exemplo” Anne Turgot, ou seja, passar da teoria e do discurso à prática.

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