Díli,
07 jun (Lusa) - Um cidadão espanhol passou o fim de semana detido em Díli e tem
o passaporte confiscado, por suspeita de tráfico de estupefacientes, depois de
ser preso com comprimidos para dores de cabeça, afirmou fonte da sua equipa de
defesa.
"Foi
libertado na segunda-feira e foi-lhe aplicada a medida de coação de Termo de
Identidade e Residência (TIR) acrescentada da proibição de se ausentar do
país", disse a fonte, explicando que a defesa tinha pedido uma medida mais
leve de "apresentação periódica".
Sem
lei própria no que toca às questões da droga, Timor-Leste continua a aplicar
neste caso a lei indonésia, que no caso dos medicamentos em causa exige que o
seu consumo seja feito apenas com receita médica.
A
equipa de defesa apresentou cartas da clinica internacional Stanford em Díli,
do Hospital Rafles em Singapura e do neurólogo do homem em Espanha, confirmando
que os comprimidos lhe foram receitados para dores de cabeça.
No
entanto, e segundo explicou a fonte da defesa, o Ministério Público alega que o
cidadão espanhol terá entregue esses medicamentos a um terceiro, algo que não é
permitido.
O
cidadão espanhol foi detido na noite de sexta-feira num bar de Díli em
circunstâncias que não chegaram a ser referidas no tribunal.
No
entanto uma testemunha ouvida pela Lusa explicou que a detenção ocorreu num bar
e que a operação "que parece ter sido previamente preparada" para o
deter.
Esta
fonte explicou que o homem estava com um amigo também espanhol e outros
timorenses, um dos quais se terá queixado de dores de cabeça.
"Ele
deu-lhe um comprimido e foi rodeado por sete ou oito polícias que o algemaram e
levaram para a esquadra", explicou a mesma fonte.
Não
é a primeira vez que um cidadão estrangeiro é detido, erradamente, por
suspeitas de tráfico de estupefacientes.
O
caso mais mediático data de setembro de 2014 quando a cidadã norte-americana
Stacey Addison foi detida depois de entrar em Timor-Leste, intercetada num
veículo onde foram encontradas drogas.
Addison
foi libertada da prisão a 25 de dezembro mas esteve impossibilitada de sair do
país enquanto decorreram as investigações, que se prolongaram até 27 de
fevereiro de 2015, altura em que o Tribunal Distrital de Díli aceitou
declarações do Ministério Público, que recusava a acusação.
ASP // APN
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