quarta-feira, 8 de junho de 2016

Espanhol detido em Díli com comprimidos para dor de cabeça, suspeito de tráfico


Díli, 07 jun (Lusa) - Um cidadão espanhol passou o fim de semana detido em Díli e tem o passaporte confiscado, por suspeita de tráfico de estupefacientes, depois de ser preso com comprimidos para dores de cabeça, afirmou fonte da sua equipa de defesa.

"Foi libertado na segunda-feira e foi-lhe aplicada a medida de coação de Termo de Identidade e Residência (TIR) acrescentada da proibição de se ausentar do país", disse a fonte, explicando que a defesa tinha pedido uma medida mais leve de "apresentação periódica".

Sem lei própria no que toca às questões da droga, Timor-Leste continua a aplicar neste caso a lei indonésia, que no caso dos medicamentos em causa exige que o seu consumo seja feito apenas com receita médica.

A equipa de defesa apresentou cartas da clinica internacional Stanford em Díli, do Hospital Rafles em Singapura e do neurólogo do homem em Espanha, confirmando que os comprimidos lhe foram receitados para dores de cabeça.

No entanto, e segundo explicou a fonte da defesa, o Ministério Público alega que o cidadão espanhol terá entregue esses medicamentos a um terceiro, algo que não é permitido.

O cidadão espanhol foi detido na noite de sexta-feira num bar de Díli em circunstâncias que não chegaram a ser referidas no tribunal.

No entanto uma testemunha ouvida pela Lusa explicou que a detenção ocorreu num bar e que a operação "que parece ter sido previamente preparada" para o deter.

Esta fonte explicou que o homem estava com um amigo também espanhol e outros timorenses, um dos quais se terá queixado de dores de cabeça.

"Ele deu-lhe um comprimido e foi rodeado por sete ou oito polícias que o algemaram e levaram para a esquadra", explicou a mesma fonte.

Não é a primeira vez que um cidadão estrangeiro é detido, erradamente, por suspeitas de tráfico de estupefacientes.

O caso mais mediático data de setembro de 2014 quando a cidadã norte-americana Stacey Addison foi detida depois de entrar em Timor-Leste, intercetada num veículo onde foram encontradas drogas.

Addison foi libertada da prisão a 25 de dezembro mas esteve impossibilitada de sair do país enquanto decorreram as investigações, que se prolongaram até 27 de fevereiro de 2015, altura em que o Tribunal Distrital de Díli aceitou declarações do Ministério Público, que recusava a acusação.

ASP // APN

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