A
economia timorense deverá crescer este ano 5,4%, quase mais dois pontos
percentuais do que em 2015, voltando a abrandar em 2017, quando deverá aumentar
3,9%, segundo a proposta de Orçamento do Estado.
Os
dados comprovam a ligação direta entre o ritmo económico e as contas públicas -
os gastos do Estado são o maior motor da economia.
O
crescimento este ano aumentou devido ao valor recorde do Orçamento do Estado,
que ultrapassa os 1,95 mil milhões de dólares.
No
próximo ano, a economia deverá abrandar e crescer 3,9%, um ritmo inferior ao da
média da região da Ásia emergente e em desenvolvimento (6,4% este ano e 6,3% em
2017).
As
previsões fazem parte do Livro de Panorama Orçamental que acompanha a proposta
de Orçamento do Estado para 2017, entregue no final da semana passada no
Parlamento Nacional e a que a Lusa teve hoje acesso.
O
Governo estima que o preço do crude mantenha uma ligeira recuperação em 2017 -
para 50 dólares por barril - e prevê que haja este ano uma deflação de 1,6%,
depois da ligeira subida de preços de 0,7% em 2014 e 0,6% em 2015.
A
valorização do dólar é um dos fatores a contribuir para este comportamento dos
preços num país onde uma grande maioria dos bens consumidos é importada.
Outro
dos fatores macroeconómicos destacados pelo Governo é o preço dos produtos
agrícolas, com impacto significativo, já que "uma parte considerável dos
alimentos consumidos em Timor-Leste" são também importados.
Depois
da queda de 29% entre 2014 e 2015, os preços recuperaram uma média de 14% este
ano, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a estimar que "continuem a
aumentar de forma ligeira até ao final do ano", estabilizando depois
"bem abaixo dos picos registados em 2014".
Os
dados do Governo mostram o crescimento da componente não petrolífera da
economia, que cresceu uma média de 8,6% entre 2007 e 2014, passando a
representar nesse ano 39%, ou 1,17 mil milhões de dólares, do Produto Interno
Bruto (PIB) total, que ascendeu a 3 mil milhões.
A
queda da produção petrolífera e o ligeiro aumento de outros setores da economia
tiveram impacto neste comportamento do PIB, com o consumo das famílias -
ajudado pela baixa inflação - a crescer 9,8%, "o que sugere que os níveis
de vida continuam a melhorar", diz o Governo.
Há
também a registar neste período um crescimento de 17,3% no investimento do
setor privado, sublinha o livro orçamental, ainda que o setor não petrolífero
com maior impacto no PIB seja a administração pública, que representava quase
300 milhões de dólares em 2014.
Em
termos de emprego, refere que em 2014 havia 62 mil pessoas "empregadas
formalmente" em empresas timorenses, mais 8% que no ano anterior, com o
setor da construção civil a ser o maior empregador.
Em
2014 havia 33.800 funcionários públicos (mais 18,9% do que no ano anterior),
valor afetado pela decisão de atribuir contratos de trabalho a 4.000
professores voluntários. Em 2015, aquele número passou para 34.300, mais 1,6%.
SAPO
TL com Lusa Foto: Trabalhadores timorenses no porto de Díli. Foto@ António
Dasiparu / EPA
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