Díli,
17 jan (Lusa) - Um projeto sino-timorense, que começa a ser construído em
fevereiro, fará nascer dentro de três anos o primeiro arranha-céus de
Timor-Leste, um edifício com duas torres de 17 andares, num investimento de 70
milhões de dólares.
A
construção do Timor Fortuna Central Plaza, na zona oeste da capital timorense,
Díli, é um projeto desenvolvido em parceria pela empresa timorense Li Tyen
Development SA e a chinesa Guangxi International Construction Engineering, como
explicou à Lusa a diretora da primeira.
"Trata-se
de um projeto sem precedentes em Timor-Leste. Como timorenses continuamos a
trabalhar diariamente para poder desenvolver o nosso país o máximo
possível", disse Carmelita Pinto Lay.
"Esperamos
que no futuro se consigam realizar ainda mais projetos, atrair ainda mais
investidores e assim poder acelerar o desenvolvimento do país", sublinhou.
O
novo edifício incluirá zonas comerciais e de lazer, escritórios e apartamentos,
numa área total de construção de mais de 60 mil metros quadrados.
Fuquan
Li, presidente da Guangxi International Construction Engineering, explicou que
o projeto terá três níveis de estacionamento no subsolo (para 158 lugares), 183
lojas nos cinco andares da zona comercial, e uma torre de 17 andares de
escritórios - que incluirá um restaurante com capacidade para quase 400
pessoas.
Inclui
ainda 170 apartamentos, de várias dimensões, na segunda torre de 17 andares do
edifício que vai ser construído próximo da Ponte da CPLP, na principal avenida
que liga a capital à zona do aeroporto e à parte oeste do país.
"O
Timor Fortuna Central Plaza vai tornar-se o novo prédio emblemático de
Timor-Leste. Da nossa parte continuaremos a trabalhar de maneira positiva e
progressiva para promover melhorias no espaço comercial e residencial de
Díli", explicou o responsável da empresa chinesa.
A
natureza do projeto suscita algumas dúvidas sobre a questão da titularidade de
terras e propriedades, especialmente quando ainda está em debate para aprovação
no Parlamento Nacional a nova legislação nesta área.
Carmelita
Pinto Lay disse ter garantias do Governo de que a questão da titularidade do
terreno onde o prédio vai ser construído "será formalizada em breve".
"Penso
que esta situação não terá problemas. O terreno é nosso e a construção vai
começar", afirmou.
A
certeza na legislação é ainda essencial para que possa começar a desenvolver em
Timor-Leste o crédito à habitação, processo complexo numa altura em que é
difícil apresentar garantias, especialmente imobiliárias (casas ou terrenos)
sem titularidade totalmente confirmada.
Carmelita
Lay e o marido, Foo Hau Kium, que nunca saíram de Timor-Leste durante a
ocupação indonésia do país - tendo desenvolvido vários negócios no território -
tornaram-se desde 1999 dos principais empreendedores timorenses, com empresas
em vários ramos de atividade.
Com
mais de mil funcionários - dos quais apenas 2% são estrangeiros - o grupo
inclui dois grandes supermercados entre eles o mais antigo de Timor-Leste (a
Lita, que nasceu em 1999) e empresas nas áreas de construção civil, cimento,
distribuição de bebidas e setor automóvel.
Distribuidor
de cimento - em seis meses deverá estar a funcionar uma unidade de embalagem de
cimento a oeste da capital - o grupo distribui ainda algumas das marcas de
bebidas mais consumidas em Timor-Leste tendo no ano passado importado mais de
1,5 milhões de euros de produtos portugueses para venda nos seus supermercados.
Importa
ainda produtos de vários mercados regionais incluindo a Austrália e a
Indonésia, com dois dos cinco filhos do casal (os mais velhos) a trabalhar já
no negócio - os restantes estão a concluir cursos.
ASP//ISG
Sem comentários:
Enviar um comentário