Díli,
02 mai (Lusa) -- O julgamento de um casal português retido em Díli, suspeito de
peculato e branqueamento de capitais, tem a próxima sessão agendada para 30 de
maio, data em que deverão ocorrer as alegações finais.
A
sessão de hoje do julgamento, a quinta, terminou com a audição à última
testemunha faltando apenas ouvir a intervenção de dois peritos do Banco Central
pelo que o coletivo de juízes considera que as alegações finais devem ocorrer
no dia 30 de maio.
Tiago
e Fong Fong Guerra estão a ser julgados no Tribunal Distrital de Díli desde
janeiro, acusados dos crimes de peculato, branqueamento de capitais e
falsificação documental e um dos motivos é uma transferência de 859.706,30
dólares (792 mil euros), feita em 2011 para a conta da empresa da arguida por
um consultor norte-americano, entretanto condenado nos Estados Unidos por
fraude a Timor-Leste.
O
consultor, Bobby Boye - que está atualmente preso nos Estados Unidos por
defraudar Timor-Leste em 3,5 milhões de dólares (3,2 milhões de euros) - esteve
a apoiar o Governo timorense a recuperar impostos devidos ao país.
A
sessão de hoje começou com a confirmação de que o Governo timorense pediu ao
tribunal norte-americano que julgou Bobby Boye a devolução das quantias que o
consultor roubou, incluindo, em concreto, o valor que é reclamado ao casal
português.
O
tribunal recebeu uma cópia certificada de uma carta de junho de 2015 da ministra
das Finanças timorense, Santina Cardoso, para o tribunal de New Jersey, onde
Boye foi condenado, em que a governante pede a devolução a Timor-Leste dos
vários fundos roubados pelo consultor.
Na
carta, a ministra refere-se a cinco quantias obtidas por Boye fraudulentamente
que incluem "859.706,30 dólares obtidos pelo arguido através do abuso da
sua posição de confiança".
O
tribunal esperava ter ouvido hoje duas testemunhas da Unidade Informação
Financeira do Banco Central, convocadas pelos juízes para esclarecer dúvidas
sobre o relatório que tinham feito sobre o caso do casal português.
O
Banco Central informou porém o tribunal, por escrito, que os técnicos da UIF
não podem ser testemunhas em Tribunal pelo que os juízes os vão ouvir no dia 30
"como peritos".
ASP
// PJA
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