Díli,
02 mai (Lusa) -- O tribunal de Díli adiou hoje o início do julgamento de um
cidadão espanhol, acusado de tráfico de estupefacientes e retido sem poder sair
de Díli há quase um ano, por ter na sua posse um grama de codeína.
Luis
Morales deveria ter começado a ser julgado hoje no Tribunal de Díli depois de
ter sido detido com um grama de codeína, medicamento que lhe terá sido
receitado em Singapura, mas o Ministério Público considera que o objetivo final
do suspeito era o tráfico.
O
julgamento foi adiado um mês devido à morte do familiar de um dos juízes.
Inicialmente o Tribunal pretendia adiar o julgamento até setembro mas a pedidos
da defesa acabou por marcar a nova sessão para 02 de junho.
Morales
está com termo de identidade e residência e com o passaporte confiscado desde
junho de 2017 e só seis meses depois conheceu a sua acusação.
Segundo
o arguido, o medicamento foi-lhe ministrado por causa de um problema de saúde
que lhe foi confirmado em Singapura e Espanha.
A
acusação, a que a Lusa teve acesso, confirma que o homem foi tratado no
Hospital Rafles em Singapura a 27 de janeiro de 2016, tendo-lhe sido receitado
um tratamento que incluía comprimidos de codeína.
O
texto refere que a 03 de junho o arguido terá enviado um SMS a alguém que a
procuradora Angelina Saldanha diz não ter conseguido identificar em que,
alegadamente, oferece a venda de codeína.
Pouco
tempo depois, Morales foi detido durante o que o Ministério Público considera
ter sido um ato de transação num bar em Díli, num momento em que o arguido
tinha na sua posse 01 grama de codeína.
Na
altura em que Morales foi detido, a codeína era vendida com receita médica em
várias farmácias e clínicas de Díli.
Em
concreto Morales é acusado como "autor material em forma consumada comum
de tráfico estupefacientes" com base no artigo 97, da lei 23/1997, a lei
de droga da Indonésia, que anda vigorava em Timor-Leste na altura.
Morales
insistiu em declarações à Lusa que foi detido com comprimidos que lhe tinham
sido receitados e que depois de três noites sob custódia policial tem estado,
desde então, com o passaporte confiscado e impossibilitado de sair do país.
Pedidos
de autorização para viajar a Espanha para ver a mãe, que está gravemente,
doente foram ignorados pelas autoridades judiciais timorenses.
ASP
// PJA
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