O
ex-Presidente da República e ex-Primeiro Ministro de Timor Leste, Xanana
Gusmão, esteve em Torres Novas esta quarta-feira, 31 de maio, numa iniciativa
organizada pelo ex-presidente da Câmara de Torres Novas, António Rodrigues.
“Timor-Leste, uma plataforma económica na CPLP” reuniu empresários e autarcas
da região, no objetivo de captar investimento para aquele país. Xanana Gusmão
constataria que Timor-Leste tem que aprender com o exemplo de municípios como
Torres Novas e não da grande cidade de Lisboa para ir ao encontro do seu
desenvolvimento.
No
seu discurso, Xanana Gusmão lembrou os anos que se seguiram à independência de
Timor-Leste, em 2002, e do caminho que o país fez para se reconstruir de forma
autónoma, com um conjunto de governantes que, admitiu, não tinham qualquer
experiência nas áreas necessárias à governação de um país. Lembrou o carinho do
povo de Portugal e do quanto tem sido bem recebido no país.
Em
termos de crescimento económico, Xanana Gusmão, que atualmente é Ministro do
Planeamento e Investimento Estratégico, constatou que Timor-Leste tem que
seguir mais o exemplo de organização de municípios como Torres Novas do que de
cidades grandes como Lisboa, que têm uma dimensão muito difícil de equiparar
para um país que tem cerca de um milhão de pessoas. Salientou assim as
potencialidades de Timor como uma plataforma, “uma ponte” para a região onde se
encontra inserido, no sul da Ásia, e da necessidade do país de criar
emprego para que possa manter o crescimento e a paz.
Ao
longo da sua intervenção, Xanana Gusmão não esqueceu a amizade com António
Rodrigues, o ex-presidente torrejano que liderou durante 20 anos o município.
Já António Rodrigues lembraria um Timor que conheceu em ruínas, de
como cresceu nos últimos 15 anos e o quanto agora precisa de investimento na
sua indústria, mas sobretudo na agricultura e no mar. “É muito longe?”,
questionou ao público, “podemos lá voltar para ganhar dinheiro”.
Na
conferência interveio também Salomé Rafael, da NERSANT – Associação Empresarial
da Região de Santarém, que salientou o facto das empresas locais terem
aumentando em 2% o volume de exportações. “Isto significa a tenacidade dos
empresários”, frisou.
José
Eduardo Carvalho, da Associação Industrial Portuguesa (AIP), recordou
o facto de em 2002 ter saído de Timor apreensivo com o futuro daquele jovem
país e do seu espanto, dez anos depois, ao constatar o seu desenvolvimento.
“Xanana Gusmão assumiu uma posição integradora” e “um pragmatismo exemplar”,
sublinhou. O responsável também constataria que “Timor não vale por si só mas
pelo espaço económico em que está inserido”, sendo que até pequenas empresas
tem conseguido ali algum sucesso, referiu.
Dos
municípios da região estiveram presentes nesta conferência Alcanena, Vila Nova
da Barquinha e Torres Novas.
Cláudia
Gameiro | Mediotejo
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