Díli,
13 jan (Lusa) - Timor-Leste está em contacto com a Indonésia para analisar a
possibilidade da companhia aérea Citilink manter a ligação diária entre Díli e
Bali, disse à Lusa o vice-ministro das Obras Públicas, Transportes e
Comunicações.
"A
Citilink é uma das operadoras designadas pela Indonésia para operar a ligação
com Timor-Leste e deve apresentar uma notificação formal no caso de cessação da
operação. Enquanto não o fizer o Governo continua a considerar que a sua
licença vigora", disse à Lusa Inácio Moreira.
"Estamos
a fazer contactos informais e a informação que temos é que a Citilink está a
preparar-se para criar condições para poder continuar a operar na rota por si
só", sublinhou.
O
futuro da ligação da Citilink entre Díli e Denpasar, na ilha indonésia de Bali,
está em dúvida depois da empresa Air Timor - que alugava aviões da Citilink
para a ligação a Bali - ter anunciado a suspensão dos voos a partir de 10 de
janeiro, por perdas acumuladas de 3 milhões de dólares.
Em
comunicados nos últimos dias a companhia responsabilizou diretamente o Governo
por decisões que levaram a um excesso de capacidade na rota - com 7 voos
semanais cada da Citilink e da Sriwijaya e 3 da NAM Air (subsidiária da
Sriwijaya).
"A
política atual do governo de só apoiar empresas indonésias e não apoiar uma
companhia aérea local que emprega timorenses está errada", explicou o
diretor da Air Timor, Abessy Bento, em comunicado.
Inácio
Moreira, que hoje chamou os jornalistas para clarificar a posição do Governo,
disse à Lusa que Timor-Leste não tem uma transportadora aérea nacional e que a
Air Timor não é mais que "uma agência que vende bilhetes" em aviões
que são de outros países, em concreto da Indonésia e de Singapura.
"A
Air Timor é uma agência que vende bilhetes, não é um operador aéreo. É
importante diferenciar a terminologia", insistiu.
O
governante explicou que os acordos entre Timor-Leste a Indonésia preveem 14
ligações por semana mais sete adicionais e que a Indonésia autorizou a
realização de 7 voos semanais para a Citilink, 7 para a Sriwijaya e 3 para a
NAMA ir, ficando quatro para ser usadas "em caso de emergência".
"A
Air Timor não é uma companhia aérea. Não tem ainda condições de dizer que são
operadores aéreos. Não têm aviões sequer. São apenas uma agência que vendem
bilhetes e não há autorização para voos da Air Timor", disse Inácio
Moreira.
"O
que há é autorizações da aviação civil para voos da Indonésia e de Singapura,
respeitando regulamentos internacionais", frisou.
Inácio
Moreira rejeitou ainda acusações da Air Timor de que o Governo tinha sido menos
exigente face à Sriwijaya e a NAM Air relativamente às condições dos aviões que
operam na ligação a Timor-Leste.
"Em
abril de 2016, o vice-ministro solicitou à Air Timor que começasse a operar com
um novo Airbus A320 a partir de junho, já que sua aeronave existente tinha 18
anos e não era confiável. Afirmou que as outras duas companhias aéreas também
cumpriram e que os voos da NAM seriam interrompidos. A Air Timor respeitou, mas
as outras empresas não", refere a Air Timor.
Inácio
Moreira insistiu que a questão da idade dos aviões é determinada por
regulamentos técnicos e que todos os aviões são alvo de inspeção nos países de
onde são originários, neste caso na Indonésia.
O
vice-ministro explicou que o Governo está a acompanhar a situação no que toca
aos preços, com indícios de que o custo das ligações aéreas até Bali aumentaram
significativamente desde o anúncio da Air Timor
ASP
// SB
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