quarta-feira, 20 de julho de 2016

Mais de 2,8 milhões de pessoas vivem com VIH nos países da CPLP


Lisboa, 19 jul (Lusa) - Mais de 2,8 milhões de pessoas vivem atualmente com o VIH nos nove países da CPLP, dois terços das quais em Moçambique, onde em 2015 se registaram 122 mil novas infeções, revela um estudo hoje divulgado.

Divulgado pela revista Lancet HIV para coincidir com a Conferência Internacional sobre SIDA, a decorrer em Durban, África do Sul, o estudo baseia-se em dados recolhidos entre 1980 e 2015 em 195 países e conclui que 2,5 milhões de pessoas são anualmente infetadas com o VIH, número que tem diminuído pouco nos últimos dez anos.

Quando analisados os números relativos aos nove Estados-membros da CPLP - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, o número de novas infeções em 2015 foi de 183,56 mil, a maioria das quais (122,32 mil) em Moçambique.

O espaço da lusofonia registou também um total de 105,48 mil mortes associadas à doença, a maioria das quais em Moçambique.

Moçambique está entre os dez países mais afetados pela sida no mundo e, segundo o estudo agora revelado, 1,833 milhões de pessoas vivem atualmente com o vírus da imunodeficiência humana no país.

Em 2015, estima o mesmo estudo, 70 mil pessoas morreram com a doença em Moçambique, onde 30,66% dos pacientes recebem terapias antirretrovirais, abaixo da média da região em que se insere (42,82%).

Entre os países de língua Portuguesa, o Brasil é o segundo com mais pessoas a viver com a doença (554,84 mil) e com mais novas infeções em 2015 (33,76 mil), tendo registado nesse ano 21,05 mil mortes associadas ao VIH.

Quase metade das pessoas infetadas no Brasil (49,37) tem acesso a terapias antirretrovirais.

Em Angola, quase 286 mil pessoas vivem atualmente com o VIH, que infetou 22,35 mil novas pessoas no ano passado e matou outras 11,10 mil.

Pouco mais de 28% das pessoas que vivem com o vírus estão atualmente abrangidas pelas terapias antirretrovirais no país africano.

Portugal é o país de língua portuguesa com maior cobertura destas terapias, que abrangem 60,58% das 115,25 mil pessoas infetadas.

No ano passado, o país registou cerca de 2.220 novos casos e 530 mortes associadas à sida.

A Guiné-Bissau é, dos países pequenos da CPLP, o que tem mais pessoas a viver com VIH (41,33 mil) e viu surgirem 1.910 novos casos em 2015, ano em que morreram 1.760 pessoas com a doença.

O país da África ocidental é, juntamente com Timor-Leste, dos que tem menor cobertura de terapias antirretrovirais (25,34%).

Mais de 24 mil pessoas vivem atualmente com o VIH na Guiné Equatorial, onde em 2015 surgiram cerca de 630 novas infeções e onde morreram cerca de 810 pessoas.

Em Cabo Verde vivem 3,83 mil pessoas com o VIH, que matou cerca de 100 pessoas no ano passado, ano em que surgiram 320 novos casos no país, onde 32,10% dos doentes recebe terapias antirretrovirais.

Quase mil e quinhentas pessoas vivem com o vírus em Timor-Leste, onde surgiram cerca de 100 novos casos em 2015 e cerca de 70 pessoas morreram com sida no mesmo ano.

Segundo os dados disponíveis no estudo, em São Tomé e Príncipe há cerca de 30 pessoas infetadas com o VIH, 54,78% das quais recebem terapias antirretrovirais.

FPA // VM

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