quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Universidade Nacional timorense sem telecomunicações por dívidas em atraso


Díli, 02 fev (Lusa) - A Universidade Nacional de Timor Lorosa'e (UNTL) está desde as 00:00 sem telecomunicações depois do operador Telkomcel ter cortado os serviços por dívidas de mais de 250 mil dólares, disse à Lusa o reitor da instituição.

"Estamos em situação difícil com as telecomunicações. A empresa exigiu o pagamento senão cortavam o serviço e assim foi, às 00:00 de hoje", explicou Francisco Martins, referindo que tentou negociar com a empresa, sem êxito.

"Da minha governação não tenho dívidas, mas da governação anterior herdei quando assumi funções no ano passado cerca de 1,5 milhões de dólares de dívidas, de telecomunicações, manutenção e outros serviços", explicou.

Francisco Martins disse que contactou com o Ministério de Transportes, Telecomunicações e Obras Públicas para que fosse feita uma ligação de urgência da UNTL à rede da internet do Governo, processo que está agora em curso.

No que toca às dívidas em si, Francisco Martins explicou que quando assumiu o cargo instituiu uma "auditoria interna e um levantamento total da situação para apurar as dívidas deixadas pela governação anterior", levando o assunto à atenção do Ministério da Educação.


Garantiu que todos os fornecedores vão receber e que o detalhe de tudo o que há para pagar foi remetido ao Comité de Revisão Orçamental e ao Ministério das Finanças.

"O Governo está comprometido em liquidar todas as suas dívidas antes do fim da legislatura mas o pagamento dessas dívidas agora está fora das nossas mãos", explicou.

"Cabe ao Governo agora fazer o pagamento, até porque não temos orçamento adequado nem para as nossas necessidades básicas", sublinhou.

O reitor disse que o orçamento da UNTL para 2017 é de apenas 12 milhões de dólares, dos quais cerca de 9 milhões para salários, ficando apenas 3 milhões para bens e serviços e não havendo qualquer valor disponível para capital menor ou capital de desenvolvimento.

Um valor que considera "claramente insuficiente" para a dimensão da UNTL que tem 36 departamentos e cerca de 16 mil alunos - entraram mais 4.800 este ano.

"O Governo ainda não deu muita prioridade ao ensino superior e tem dado mais às infraestruturas. Mas estes fundos são insuficientes. A UNTL é muito grande", disse.

Este ano, sublinhou, o Governo adotou a posição geral de que devido ao ano eleitoral a capacidade de execução orçamental das instituições públicas era menor, por isso há menos orçamento.

"Mas a UNTL não para no período eleitoral. Continuamos a funcionar. A única coisa que paramos é o trabalho de campo. Mas tudo o resto continua", disse.

ASP // VM

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