terça-feira, 20 de setembro de 2016

Setor judicial timorense tem-se "degradado muito além do razoável" - Presidente


Díli, 20 set (Lusa) - O setor judicial timorense tem-se "degradado muito além do razoável", com o desinvestimento a levar à paralisia do Tribunal de Recurso e à falta de meios para combater a corrupção, disse hoje o Presidente da República.

Num discurso no arranque da sessão legislativa, no Parlamento Nacional, Taur Matan Ruak apontou o dedo a um dos setores mais fragilizados do país, considerando que ainda está longe de ser cumprida a organização judiciária prevista na Constituição.

Faltam, disse, a instalação dos tribunais previstos, a aprovação de legislação central para o funcionamento dos tribunais e a legislação que regule o Processo Administrativo e Fiscal, "condição da construção do Estado de Direito em Timor-Leste".

"O desinvestimento na Justiça levou à paralisia do Tribunal de Recurso e ao congelamento das carreiras dos juízes dos Tribunais Distritais, pela falta de avaliação adequada e pela falta de implementação dos protocolos assinados depois do afastamento dos magistrados internacionais que apoiavam o processo de reforma da Justiça", afirmou.

"A falta de meios do setor da Justiça é um obstáculo à luta, que deve ser de todos, contra a corrupção", sublinhou.

O chefe de Estado defendeu mais meios e mais apoio às polícias, Comissão contra a Corrupção, Ministério Público e aos Tribunais "na luta contra um dos maiores flagelos" que agitam a sociedade timorense.

"O abuso dos recursos que são de todos por uns poucos privilegiados põe em causa a coesão social, afeta a redistribuição da riqueza e diminui o potencial de desenvolvimento do nosso país", disse.

"Apelo à participação de todos num esforço nacional pela erradicação da corrupção no nosso país", afirmou.

ASP // MP

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