Díli,
20 set (Lusa) - Timor-Leste ainda não está numa fase que permita à nova geração
governar mas deve trabalhar para ultrapassar o "impasse" que desde
2012 "paralisa o desenvolvimento" apostando nos mais jovens, afirmou
hoje o Presidente da República.
"É
preciso ter coragem para saber dar o lugar aos mais novos", afirmou Taur
Matan Ruak no Parlamento Nacional, na abertura da 5.ª sessão legislativa da
atual legislatura.
"Os
líderes históricos realizaram com grande capacidade a primeira parte do anseio
nacional. Mas a segunda parte dos nossos objetivos nacionais exige uma nova
motivação e um novo olhar. É importante a conjugação de esforços com a
mobilização e maior participação dos jovens", afirmou.
Num
discurso de cerca de uma hora, Taur Matan Ruak disse ser vital rever as
políticas recentes, considerando que nos últimos quatro anos, e depois de 4 mil
milhões de dólares de levantamentos do Fundo de Petróleo, o estado da nação
"não melhorou muito".
Considerando
que não pretende diminuir os êxitos do que foi alcançado, insistiu que como
Presidente da República tem o dever de "chamar a atenção também para as
deficiências, principalmente quando põem em perigo a realização de um futuro
melhor para o país".
"A
independência e a construção do Estado de Direito, com o respeito pela
dignidade de todos os timorenses, corresponderam à realização do primeiro
capítulo das nossas aspirações nacionais. Mas o nosso projeto nacional não para
na independência. O objetivo da Nação timorense foi sempre vencer a humilhação
da pobreza e construir uma vida melhor para todos", disse.
Apesar
disso, o país continua a mostrar grandes debilidades na política económica,
especialmente por uma fraca capacidade de geração de empregos.
"Muitos
são obrigados a emigrar para outros países porque não conseguem contribuir para
a sua própria terra. Os dados oficiais mostram haver números elevados de
desemprego, sofrido especialmente pelos jovens", disse.
"A
mão-de-obra nacional está numa situação de inatividade forçada e as políticas
económicas dos últimos anos não responderam a esta situação, o que contribui
para atrasar o desenvolvimento do país", sublinhou.
Para
Taur Matan Ruak, ele próprio um dos nomes históricos da luta pela libertação de
Timor-Leste, a próxima fase, de "realização de um país com mais bem-estar
para todos", é um trabalho" para as novas gerações".
"A
educação e formação têm de ser mais orientadas para responder às necessidades
das empresas e para implementar uma economia do conhecimento, mais produtiva e
mais competitiva", disse.
Melhores
formadores, mais preparação e mobilidade dos recursos humanos, menos
desperdício e mais qualidade nas obras de infraestruturas e o envolvimento das
populações no desenvolvimento local são aspirações essenciais, admitiu.
O
chefe de Estado defendeu ainda despartidarizar as instituições, reforçar e
consolidar a Administração Pública e apostar na competência e qualidade dos
seus serviços.
ASP
// MP
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