Macau, China, 20 out (Lusa) -
Portugal e a China estão a ultimar um memorando de entendimento no âmbito da
iniciativa "Uma Faixa, Uma Rota", centrada no investimento de
infraestruturas, anunciou hoje em Macau o ministro dos Negócios Estrangeiros
português.
Augusto Santos Silva não adiantou
se este memorando pode vir a ser assinado durante a visita oficial do
Presidente chinês Xi Jinping a Portugal, anunciada para 04 e 05 de dezembro,
sendo que mais de três dezenas de Estados já assinaram acordos de cooperação
relevantes com a China no quadro deste projeto.
Em Macau, onde realiza uma visita
oficial, o governante sublinhou o interesse de Portugal em contribuir na
iniciativa "Uma Faixa, Uma Rota", proposta em 2013 pelo Presidente
chinês e que tem como objetivo reforçar as ligações e dinamizar o comércio
entre várias economias da Ásia, do Médio Oriente, da Europa e de África,
através do investimento em infraestruturas.
Santos Silva destacou a
importância do porto de Sines, que considera estratégico do ponto de vista de
ligação aos continentes africano, americano e da conectividade euro-asiática,
num momento em que o Governo português se prepara para lançar um concurso
internacional que garanta o alargamento do terminal de contentores, atualmente
gerido por uma empresa de Singapura.
"É um porto de águas
profundas, o porto europeu mais perto do Canal do Panamá, com uma mais-valia
logística já que permite o 'transshipment', uma operação que permite poupar
muito tempo e custos, que tem crescido a uma taxa muito interessante",
acrescentou.
As importações intermediadas
pelos portos comerciais do Continente português atingiram em 2017 um valor
recorde, destacando-se o contributo do porto de Sines, com uma quota de 56,1%,
e registando uma evolução média anual de 9,4% nos últimos cinco anos.
As declarações do ministro dos
Negócios Estrangeiros foram realizadas numa conferência de imprensa no
Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, após uma reunião entre
empresários e conselheiros da comunidade portuguesa.
Antes, de manhã, o ministro já
anunciara um acordo com as autoridades de Macau sobre cinco projetos comuns de
cooperação entre aquele território e Portugal nas áreas de economia, educação,
ciência e tecnologia.
Os cinco projetos, "muito
concretos", no "âmbito de uma agenda de colaboração" prendem-se,
adiantou Augusto Santos Silva, com a cooperação na área da defesa dos
consumidores, "na intensificação da presença de empresas portuguesas em
Macau", na criação de um fundo comum destinado a apoiar projetos na área
da ciência e tecnologia (a lançar até ao final do ano), no âmbito da mobilidade
no ensino superior, no reconhecimento recíproco de graus académicos.
JMC // FPA
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