Díli, 05 abr (Lusa) - Líderes
tradicionais timorenses reúnem-se na quinta-feira em Díli para definir os
elementos centrais do ritual cultural que selará um pacto de paz e unidade
nacional de todos os candidatos às eleições antecipadas de maio em Timor-Leste.
O rito, que se prolongará durante
várias horas e que deverá ser testemunhado pelas principais individualidades do
país, envolve os chefes tradicionais (lia nain) dos 12 municípios de
Timor-Leste e da região administrativa especial de Oecusse-Ambeno.
Fonte da Comissão Nacional de
Eleições (CNE), a anfitriã do encontro, explicou à Lusa que o objetivo é selar
um compromisso de todas as forças políticas concorrentes - quatro coligações e
quatro partidos - "para uma eleição pacifica, consolidando a paz e a
unidade nacional".
A cerimónia, conhecida como
Hamulak, representará um "gesto de aceitação de serenidade e clareza para
uma eleição pacífica" de todos os líderes políticos do país.
Antes da formalidade, com as
principais figuras do estado, os chefes tradicionais reúnem-se para definir os
procedimentos que vão ser adotados para a cerimónia que terá duas fases, uma
mais tradicional, na sexta-feira, e outra, mais ampla, no sábado.
A cerimónia principal, no sábado,
contará com a presença, entre outros, do Presidente da República, Francisco
Guterres Lu-Olo, do presidente do Tribunal de Recurso, Deolindo dos Santos, do
presidente do Parlamento Nacional, Aniceto Guterres Lopes, e do
primeiro-ministro, Mari Alkatiri.
Numa fusão do tradicional e do
católico, a cerimónia começa com uma oração a que seguirá a cerimónia Hamulak
e, posteriormente a leitura e assinatura do "Compromisso Político".
O ato deverá terminar com um discurso
do chefe de Estado.
As eleições antecipadas em
Timor-Leste decorrem a 12 de maio e a campanha decorre entre 10 de abril e 09
de maio.
Ao ato eleitoral concorrem quatro
coligações e quatro partidos políticos, cujo alinhamento no boletim de voto foi
sorteado esta semana.
O Partido Esperança da Pátria
(PEP) lidera o boletim, à frente do Partido Democrático (PD), do Partido
Republicano (PR) e da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin).
Depois surge a coligação
Movimento Social Democrata (MSD), a coligação Movimento de Desenvolvimento
Nacional (MDN) e a coligação Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD).
Em oitavo no boletim está a
Aliança de Mudança para o Progresso (AMP).
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