Roger Rafael Soares, opinião
Em
retrospetiva do ano de 2016, no plano internacional, não foi um ano fácil, nem
seguro, marcado por atentados na Europa, pela guerra na Síria, pelos milhares
de refugiados à procura de um lugar mais seguro e propício a (re)criar um lar,
pelo deterioramento das relações entre a Rússia e os Estados Unidos, que se
reverteram na ausência de uma solução e resolução da questão da Síria. O
resultado das eleições americanas que deram vitória a Donald Trump, um homem
com uma personalidade ambígua e incógnita, concentrando nas suas mãos o
(des)equilíbrio da cena internacional. Mas nem tudo foi mau, a vitória do
engenheiro António Guterres como Secretário-Geral das Nações Unidas fez
renascer a esperança de que a mudança é possível, de que a diplomacia pode
mover o respeito, dissipar as diferenças, e acima de tudo conferiu às Nações
Unidas o respeito e confiança aos olhos do mundo como a Organização capaz de
promover a paz mundial, a segurança e a colaboração internacional.
No
plano nacional, Timor-Leste mostrou ao mundo que por ser um país pequeno em
termos de dimensão territorial, não o é no que se refere à defesa do seu
interesse nacional, dos seus direitos à luz do direito internacional, levando a
Austrália à mesa das negociações sobre a disputa da fronteira marítima, de modo
a obter um resultado mais favorável e acima de tudo mais justo.
Chegados
ao ano novo de 2017, a certeza que temos é que será um ano com fortes
expectativas em torno de questões securitárias, das relações entre as potências
mundiais e da sua influência no mundo, bem como da atuação das Nações Unidas e
da comunidade internacional perante os conflitos e a defesa dos direitos
humanos.
A
nível interno, vão se realizar as eleições presidenciais e parlamentares que
porão à prova a nossa capacidade de realização de eleições nos moldes
democráticos, o respeito pelas diferenças ideológicas num clima que se espera
que seja de paz e estabilidade. Neste âmbito, a apresentação de propostas
credíveis e viáveis por parte dos partidos políticos face aos desafios sociais
e económicos do país serão um elemento-chave para mobilizar os eleitores a
votar com a certeza de que é possível promover o desenvolvimento da Nação e do
Povo num espírito de trabalho, de dedicação, de esforço e de unidade entre as
antigas e novas gerações.
Mais
do que esperarmos por um ano melhor, é sabermos que para termos um ano melhor
do que o de 2016, é fazermos e trabalharmos para esse objetivo. Portanto, os partidos
políticos e todos os agentes envolvidos ao promoverem com seriedade, empenho e
respeito o seu papel, certamente contribuirão para uma corrida eleitoral
“saudável” de acordo com os princípios e valores democráticos, bem assim,
expressarem o respeito pelo resultado eleitoral.
Votos
de um excelente ano de 2017 a todos.