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países ratificaram a convenção das Nações Unidas contra a tortura, mas só em 16
nações não foram detectados casos
Um
pouco por todo o mundo haverá vigílias e serão lembrados aqueles cujas vidas
mudaram porque alguém violou os direitos que tinham. Entre 2001 e 2013, a
Amnistia Internacional registou um aumento de 900% nos casos de tortura. Hoje é
Dia Internacional das Vítimas de Tortura.
Nas
Filipinas, a tortura ainda é uma realidade. Aquilino Pimentel um antigo senador
que ajudou a nascer a lei contra a tortura foi preso várias vezes durante o
regime de Marcos mas nunca foi mal tratado.
Ouvido
pela TSF, ele admite que o facto de ser conhecido o ajudou mas não impediu de a
testemunhar. "Pessoalmente nunca fui torturado mas vários companheiros de
cela foram e à noite ouvíamos os gritos".
Tortura
física nunca existiu, mas a psicológica foi usada contra a família mas o antigo
senador não se deixou intimidar. "Pode não acreditar, mas o medo não
estava no meu pensamento. Estava motivado pelo desejo de estabelecer aquilo em
que acredito e por isso dizia o que pensava". Outros milhares de filipinos
não tiveram a sorte do antigo senador. Aurora Parong é médica e lidou com
muitos torturados e sabe que as marcas não se apagam. É um processo demorado e
doloroso, mas há que ganhar a confiança do torturado.
"Uma
entrevista psicológica a sobreviventes da tortura pode transformar-se numa
catarse. Quando as pessoas conseguem falar e verbalizar o que passaram e o
processo de reabilitação é mais rápido".
Aurora
Parong tem dedicado a vida à defesa dos direitos humanos e diz que a situação
continua. "Recentemente, em 2013, encontrámos uma roda de tortura numa esquadra
da policia e muita gente diz ter sido torturada assim".
Em
vez dos prémios e dinheiro que saiam na famosa roda da Sorte na Televisão, esta
versão era muito mais sombria. Os detidos giravam a roda e eram submetidos à
tortura que dela saía.
Aurora
Parong faz atualmente parte do conselho que vai indemnizar as vítimas de acordo
com o que sofreram. Este organismo só foi criado o ano passado e por isso ainda
não foi dada qualquer indemnização. As Filipinas ainda tentam reconciliar-se
com a história.