M.Azancot de Menezes*, Díli
Há
uns dias, segundo o «Jornal Nacional», a principal figura política de
Timor-Leste, S.E. Ministro do Planeamento Estratégico, Kay Rala Xanana Gusmão,
teceu sérias críticas à qualidade da oferta formativa das Instituições de
Ensino Superior do nosso País
Enquanto
especialista em educação interpreto esta chamada de atenção como algo de muito
positivo e que deve merecer, sem preconceitos, a melhor atenção de governantes,
docentes, reitores, estudantes e de todas as forças vivas económicas, culturais
e religiosas da nossa sociedade, por uma razão muito simples, este problema é
de ordem conjuntural e estrutural.
Efectivamente,
quando a qualidade da oferta formativa das nossas Instituições de Ensino
Superior é questionada publicamente por um alto dirigente político, note-se,
supervisor do planeamento estratégico nacional, significa que a situação está
muito grave e o Estado timorense constatou que muitos dos nossos diplomados não
possuem as competências e os conhecimentos científicos necessários para responderem
com eficácia aos desafios da sociedade e ao desenvolvimento económico do País.
Quando
estamos a pensar na qualidade do ensino superior deve colocar-se de imediato o
problema da perspectiva e da significação do próprio conceito. Qualquer cidadão
que não seja profissional da educação, compreensivelmente, poderá ter uma visão
menos adequada sobre a qualidade de uma universidade, com análises redutoras,
muitas vezes confinadas à problemática da competência dos docentes, contudo, há
aspectos fundamentais que não podem ser descurados em qualquer processo de
análise da qualidade do ensino superior.