terça-feira, 7 de maio de 2019

Tensões comerciais China-EUA é ameaça à economia mundial - FMI


Paris, 07 mai 2019 (Lusa) - A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alertou hoje para a renovada tensão comercial entre os Estados Unidos e a China, que "claramente constitui uma ameaça à economia mundial".

"Esperamos que não aconteça", afirmou Lagarde aos jornalistas, durante uma conferência, em Paris.

A diretora do FMI considerou que os mais recentes 'tweets' e comentários "não são muito favoráveis", e admitiu ter sido apanhada de surpresa.

"Tínhamos a impressão de que esta ameaça se estava a diluir, que as relações estavam a melhorar e estávamos próximos de um acordo", afirmou Lagarde.

Para a responsável, é "imperativo" que as tensões "sejam resolvidas de maneira satisfatória para todos".

Devemos proceder à "redução ou eliminação destas tensões" e adotar "um marco legal e regulatório", pelo qual as empresas conheçam as regras tarifárias e não tarifárias com as quais desenvolverão a sua atividade.

O ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, anfitrião da conferência, afirmou também que "o risco de guerra comercial" é "a principal preocupação" de França e da União Europeia, num momento de desaceleração da economia global.

O máximo representante dos Estados Unidos nas negociações por um acordo comercial com Pequim confirmou hoje um aumento das taxas alfandegárias, a partir de sexta-feira, sobre bens importados da China.

Robert Lighthizer detalhou que o aumento, de 10% para 25%, das taxas alfandegárias incide sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares (178,4 mil milhões de euros) de bens importados do país asiático.

Em conferência de imprensa, Lighthizer acusou Pequim de "retroceder em compromissos anteriores", após dez rondas de negociações.

Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um.

Em causa está a política de Pequim para o setor tecnológico, que visa transformar as empresas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da concorrência externa.

As negociações decorrem desde que, em dezembro passado, Washington e Pequim acordaram um período de tréguas, que foi entretanto prolongado, visando chegar a um acordo.

No entanto, o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou, no domingo, que os EUA vão aumentar as taxas alfandegárias.

"Durante 10 meses a China pagou taxas alfandegárias aos Estados Unidos de 25% sobre 50 mil milhões de dólares [44,6 mil milhões de euros] de [bens] tecnológicos, e 10% sobre 200 mil milhões de dólares de outros bens", escreveu Trump no Twitter.

"Os 10% vão ser aumentados para 25% na sexta-feira", acrescentou.

JPI // JNM

A Embaixada de Portugal em Jacarta que é património cultural indonésio


Jacarta, 06 mai 2019 (Lusa) -- O 260.º edifício a ser considerado património cultural de Jacarta é um imóvel português, construído em 1937, comprado pelo Estado em 1952 para acolher a embaixada na capital indonésia e que esteve abandonado quase três décadas.

A sua recuperação foi organizada por Ana Gomes, a primeira embaixadora de Portugal em Jacarta, que depois de 24 anos de relações cortadas devido à questão de Timor-Leste, abriu a secção de interesses em Jacarta, em 1999, e recuperou e reabilitou a embaixada que foi reaberta em 2003.

"Na altura consegui apurar que o [ministro dos Negócios Estranheiros indonésio] Ali Alatas nos tinha defendido para que não ficássemos sem casa", contou à Lusa a agora eurodeputada.

"Da mesma forma que a família Suharto tinha conseguido confiscar várias casas em Mentang, tinha intenção de ficar com a nossa casa. E o Alatas nunca deixou: esta casa é dos portugueses e eles, um dia, irão voltar", contou.

A casa está localizada na Jalan Indramayu, no bairro de Menteng, uma das zonas residenciais mais exclusivas de Jacarta, a duas ruas da famosa praça com o Monumento Selamat Datang (de boas vindas), uma das mais conhecidas da capital.

Comprada inicialmente para acolher tanto a embaixada como a residência oficial, a casa ficou abandonada depois da saída do último diplomata português, em 11 de dezembro de 1975, quatro dias depois da invasão indonésia de Timor-Leste.

Ana Gomes referiu que um dos seus objetivos quando chegou a Jacarta foi tentar saber sobre o estado da casa, explicando que inicialmente, os contactos não tiveram êxito, com dúvidas sobre a localização do imóvel ou o seu estado.

Acabou por ser o antigo embaixador Melo Gouveia -- que tinha vivido na casa, onde foi encarregado de negócios, nos anos 1970 -- a dar mais informação, incluindo "umas fotocópias pouco claras de fotos antigas".

"Várias vezes andámos a procurar no bairro. Havia casas parecidas e até entrámos no quintal de uma para ver se era", recorda, explicando que acabou por ser a chanceler, Alexandra Costa, a conseguir identificar a casa e, posteriormente, a conseguir até obter a chave.

"Fomos à casa que estava em péssimo estado. O jardim era um matagal. Estava tudo ao abandono. Até havia lá dentro um cofre forte, fechado, que tivemos que arrombar e que só tinha papeis podres, sem importância", contou.

Tomou posse da casa e iniciou um processo para a recuperação e reabilitação do imóvel, agora já só para servir como embaixada.

"Arranjei um arquiteto indonésio, que podia manter a casa com a traça original, mas com obras para poder instalar a embaixada. Acompanhamos todo o processo e a casa ficou pronta. Vim-me embora a dois meses da casa ser inaugurada", recordou.

Uma das obras mais importantes foi trocar as tábuas do telhado por lâminas de cortiça que imitam o estilo original da casa minimizando os riscos que o telhado antigo tinha.

A representação portuguesa em Jacarta, que até janeiro de 2000 funcionou na Embaixada da Holanda, posteriormente nas antigas instalações da Embaixada da Suécia, poderia regressar a 'casa'.

Um espaço que, três anos depois seria classificada pela Indonésia como património cultural, por ser um dos vestígios dos contactos seculares entre os dois países.

A diretora dos Serviços Culturais e Patrimoniais do Governo de Jacarta, Aurora Tambunan, e o embaixador de Portugal em Jacarta, José Santos Braga, descerraram em fevereiro de 2006 duas placas em que se justifica, em português e indonésio, as razões da classificação.

Apesar de ter uma representação diplomática em Jacarta desde as primeiras décadas do século 20, a primeira embaixadora portuguesa no país foi Ana Gomes, que chefiou a secção de interesses aberta em 30 de janeiro de 1999 e reabriu a embaixada em 12 de julho de 2000.

Ana Gomes apresentou credenciais a 18 de julho e ocuparia o cargo até 14 de abril de 2003, altura em que foi substituída por José Santos Braga, embaixador em Jacarta até novembro de 2008.

Quatro meses depois assume funções como embaixador Carlos Frota, que fica até junho de 2012, altura em que é substituído durante quase um ano por Pedro Félix Coelho, encarregado de negócios interino.

Joaquim Lemos assume funções como embaixador em março de 2013 sendo substituído pelo atual titular do cargo, Rui do Carmo, em novembro de 2016.

Os registos do Ministério dos Negócios Estrangeiros indicam que o primeiro representante português em Timor-Leste foi Vasco Vieira Garin, que esteve em missão especial até 1950, seguindo-se 10 representantes, entre encarregados de negócios, ministros plenipotenciários e até um cônsul geral, António Pinto da França.

Guilherme de Sousa Girão acabou por ser o último diplomata em Jacarta antes da interrupção que durou 24 anos, que começou quatro dias depois da invasão indonésia de Timor-Leste e duraria até 30 de janeiro de 1999, quando Ana Gomes abre a secção de interesse.

ASP // VM 

Ministério Público timorense remeteu para o tribunal acusação a policias envolvidos em mortes

Díli, 06 mai 2019 (Lusa) -- O procurador-geral timorense disse hoje que já foi remetida ao Tribunal de Díli a acusação por homicídio contra agentes policiais que dispararam as armas de serviço, quando estavam de folga, causando três mortos e cinco feridos numa festa em Díli.

José da Costa Ximenes disse hoje aos jornalistas no Palácio Presidencial em Díli que a acusação sobre o caso, que remonta a 18 de novembro do ano passado, já foi concluída e remetida em 30 de abril para agendamento no Tribunal Distrital de Díli.

O procurador-geral transmitiu essa informação hoje no encontro regular que manteve com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, durante o qual deu conta da atividade recente do Ministério Público.

"Informei relativamente ao caso de homicídio que ocorreu no bairro de Kuluhun, a indicação é do envolvimento de quatro membros da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL)", disse aos jornalistas.

"O Ministério Público concluiu a acusação e no dia 30 de abril remeteu-a ao Tribunal Distrital de Díli que vai agora agendar o julgamento", explicou.

José Ximenes explicou que os suspeitos iniciais no caso eram quatro, mas que depois da investigação, a acusação de homicídio só visa dois dos agentes, tendo no caso dos restantes o processo sido arquivado.

"O resultado do exame balístico concluiu que as vítimas foram mortas com balas que saíram das armas de dois membros da Polícia Nacional de Timor-Leste que são os agentes que estão em prisão preventiva", referiu.

O Tribunal Distrital de Díli (TDD) tinha decretado a prisão preventiva para dois polícias envolvidos no incidente que ocorreu numa festa de desluto, na capital timorense.

"Alguns jovens começaram a discutir e outros jovens tentaram acalmar as coisas. A situação fica tensa e um polícia que estava lá, à civil, disparou para o ar. Veio outro polícia e disparou para as pessoas", disse na altura à Lusa João Noronha, residente do bairro.

Outra testemunha, que pediu o anonimato, descreveu o que disse ter sido o comportamento "à cowboy" de um dos polícias.

"Um disparou para o ar, mas o outro subiu para uma cadeira, continuou com calma a fumar e disparou diretamente para as pessoas. À cowboy", contou a testemunha, que se encontrava na festa.

O caso suscitou uma onda de consternação e fortes críticas sobre atuações abusivas ou ilegais de polícias, com pessoas a publicarem vídeos, fotos ou relatos de incidentes envolvendo agentes em serviço ou fora de serviço.

A organização timorense Fundasaun Mahein, que acompanha o setor da defesa e segurança, defendeu depois do caso que a polícia nacional tem de agir para responder a um "problema sistémico de agressão física desnecessária e do uso ilegal de armas de fogo", especialmente por agentes fora de serviço.

"O incidente de Kuluhun realça a necessidade de uma revisão da PNTL. Não é suficiente simplesmente argumentar que esses problemas são o resultado de algumas maçãs podres na força policial", referiu a organização.

ASP // VM

Myanmar liberta jornalistas da agência Reuters


Rangum, Myanmar, 07 mai 2019 (Lusa) - Dois jornalistas da agência Reuters presos em Myanmar por violarem a lei do segredo de Estado, na sequência de uma investigação sobre o massacre dos rohingya, foram hoje libertados, informou a administração prisional.

De acordo com o chefe da prisão de Insein, Zaw Zaw, os dois jornalistas foram libertados esta manhã depois do Presidente de Myanmar (antiga Birmânia), Win Myint, ter perdoado 6.520 presos.

Nas primeiras declarações à imprensa, um dos jornalistas garantiu que "vai continuar" a exercer a profissão. "Sou jornalista e vou continuar", disse Wa Lone, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Por seu lado, a agência Reuters emitiu um comunicado a saudar a decisão das autoridades de Myanmar, destacando a coragem dos dois trabalhadores, "símbolos da importância da liberdade de imprensa".

"Estamos imensamente satisfeitos que Myanmar tenha libertado os nossos corajosos repórteres, Wa Lone and Kyaw Soe Oo", sublinhou o o diretor da agência noticiosa, Stephen Adler.

"Desde que foram detidos, há 511 dias, os dois tornaram-se símbolos da importância da liberdade de imprensa em todo o mundo. Saudamos o seu regresso", acrescentou.

Os dois jornalistas partilharam com os seus colegas da Reuters, no início de abril, o Prémio Pulitzer de reportagem internacional, uma das maiores distinções do jornalismo.

No dia 23 de abril, o Supremo Tribunal de Myanmar tinha rejeitado o último recurso de Wa Lone e Kyaw Soe Oo, confirmando as sentenças de prisão de sete anos, na sequência de reportagens sobre a repressão militar contra a minoria muçulmana rohingya.

O escritório das Nações Unidas em Myanmar também já saudou a libertação dos dois jornalistas.

"A ONU em Myanmar considera a libertação de Wa Lone e Kyaw Soe Oo um passo para melhorar a liberdade de imprensa e um sinal do compromisso do Governo com a transição de Myanmar para a democracia", lê-se numa declaração divulgada por e-mail.

Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram acusados de se terem apoderado de documentos secretos relativos às operações das forças de segurança no estado de Rakhine, região do noroeste de Myanmar, palco das atrocidades cometidas contra a minoria muçulmana rohingya do país.

Quando foram detidos, em dezembro de 2017, estavam a investigar o massacre de rohingyas em Inn Din, uma aldeia do norte do estado de Rakhine.

Desde então, as forças armadas reconheceram que realmente tinham sido cometidas atrocidades em setembro de 2017, e sete militares foram condenados a dez anos de prisão.

Ambos os repórteres declararam sempre ter sido enganados, e um dos polícias que testemunhou no julgamento admitiu que o encontro durante o qual os documentos secretos lhes foram entregues foi "uma armadilha" destinada a impedi-los de prosseguir o trabalho.

Desde 2017, mais de 700.000 rohingyas abandonaram a região, fugindo à violência do exército birmanês e de milícias budistas e refugiaram-se em campos improvisados no vizinho Bangladesh, um dos países mais pobres do mundo.

FST (JMC/SYSC/ANC) // EJ

Na imagem: Os dois jornalistas após serem libertados | Foto: Myat Thu Kyaw/Reuters

Adelino Gomes “Orgullu” ho Prémiu KI ba Kategoria Reportajen iha Portugés


DILI, 7 maiu 2019 (TATOLI) - Jornalista veteranu hosi Portugal, Adelino Gomes, sente “onradu” no “orgullu” ho esforsu no desizaun Conselho de Imprensa Timor-Leste (KI-sigla tetun) ne’ebé hili nia naran ba prémiu KI nian iha kategoria reportajen jornalístika iha lian Portugés di’ak liu.

“Onra boot mai ha’u tanba KI konsidera ha’u nia naran ba iha prémiu KI nian”,  hateten Adelino Gomes, bainhira halo enkontru ho Prezidente KI, Virgilio da Silva Guterres ho membru KI sira iha salaun Plenária KI, Quintal Boot, Dili, segunda (6/5/2019).

Jornalista veteranu  ne’e dezafia jornalista  timoroan sira atu bele kompete ba oportunidade prémiu ne’e no nia promete sei lori livru mai entrega ba KI kona-ba reportajen jornalístiku iha lian Portugés, atu bele sai referénsia ba jornalista timoroan hakerek iha lian Portugés.

Adelino Gomes, moris iha Marrazes, 10 agustu 1944, jornalista Portugés ida, ne’ebé halo kobertura iha Revolução dos Cravos, no nu’udar kolaboradór importante hosi jornalista Horst Hano, ARD durante tempu ne’ebé nia mosu iha Portugal iha tinan 1974-1976.

Adelino Gomes servisu nu’udar reporter RTP iha tinan 1975, periodu difisil liuhosi revolusaun ne’e, hodi kobre akontesimentu 11  marsu 1975, inísiu funu sivíl iha Angola no funu sivíl iha Timor.

Ba Timor -Leste nia prosesu luta, Adelino Gomes, halo kobertura ba situasaun difisil  Timor-Leste nian iha 1975 no konsege transmite entrevista ho Saudozu Nicolau Lobato iha Palásiu Governu antes invazaun Indonézia iha 7 dezembru 1975.

Ho nia obra jornalístika ne’ebé Adelino Gomes halo ba Timor-Leste nia prosesu luta nu’udar razaun forte ba KI  hodi deside no nomea Adelino Gomes nia naran ba kategoria prémiu obra jornalistiku iha lian Portugés di’ak liu.

Adelino Gomes nia prezensa iha Timor-Leste hodi responde ba konvite hosi KI atu sai oradór prinsipál iha Forum Diálogu Dili iha loron 9-10 maiu, tinan ne’e. Durante estadia iha Timor-Leste, Adelino Gomes mós hetan oportunidade hosi Embaixada Portugál iha Timor-Leste hodi sai oradór iha semináriu “Semana da Língua Portuguesa”.

Iha ámbitu Forum Diálogu Dili, iha loron 10 maiu 2018, Prezidente Repúblika, Taur Matan Ruak, atuál Primeiru-Ministru, halo lansamentu ba prémiu KI ho kategoria lima (5), kompostu hosi   Adelino Gomes, ba kategoria reportajen Jornalístika iha lian Portugés di’ak liu, prémiu  Francisco Borja da Costa, ba Kategoria Jornalista ne’ebé halo reportajen Jornalístiku ba asuntu interese umanu di’ak liu (mídia imprime ho online), prémiu Greg Shackleton ba Kategoria Jornalista ne’ebé halo reportajen Jornalístiku ba asuntu interese umanu di’ak liu (mídia eletrónika, rádiu no televizaun), prémiu Bernardino Guterres ba Kategoria Fotografia di’ak liu  ho prémiu KI ba kategoria mídia ne’ebé fó espasu barak liu ba notísia internál no tratamentu di’ak liu ba Jornalista nia moris di’ak (bem star).

KI nu’udar entidade reguladora órgaun komunikasaun sosiál iha Timor-Leste ho natureza hanesan entidade administrativa independente, hetan autonomia administrativa, finanseira no iha patrimóniu rasik, no define ho independénsia kona-ba orientasaun ba ninia atividade sira sein sujeita ba kualkér diretriz ka orientasaun hosi podér polítiku.

Jornalista: Francisco Simões | Editór: Xisto Freitas

Imajen: Jornalista veterano hosi Portugal, Adelino Gomes, halo enkontru ho KI iha sala plenaria KI, Quintal Boot, Dili, Segunda (6/5/2019). Imajen/Media KI

Timor-Leste rejista fatin di'ak daruak iha sudeste aziátiku iha liberdade imprensa


Timor-Leste hadi'a ona fatin 11 iha índise hosi liberdade imprensa nian iha tinan ikus, maibé rejista nafatin kazu sira hosi intimidasaun hosi jornalista sira no interferénsia iha 'media' nasional sira, haktuir hosi organizasaun Reporters sans Frontières.

Timor-Leste hanesan nasaun úniku hosi rejiaun iha grupu hosi nasaun sira "iha situasaun satisfatóriu", agora iha pozisaun 84 iha ranking hosi nasaun hamutuk 180.

Entre nasaun sira hosi Asosiasaun hosi Nasaun sira Sudeste Aziátiku (ASEAN), Malázia ho Tailándia de'it maka iha situasaun di'ak, sa'e ba pozisaun 22 ho pozisaun haat, ba 123 no 134 iha índise maski halo parte iha grupu hosi nasaun sira ho "situasaun susar".

Grupu ne'ebé halo parte hosi Indonézia iha pozisaun 124 no Singapura iha pozisaun 151 ho nasaun sira seluk tuun fatin ida: Filipinas (pozisaun 134), Myanmar (pozisaun 138), Camboja (pozisaun 143), Brunei (pozisaun 152) – nasaun sira ne'e iha “situasaun sériu” – ho Laos (pozisaun 171) ho Vietname (pozisaun 176), nasaun rua ne'e tama iha grupu hosi nasaun sira ne'ebé "iha situasaun sériu tebes".

Relatóriu tinan 2019 hosi organizasaun refere katak tinan ne'e de'it rejista ona iha Timor-Leste "pelumenus kazu tolu ba intimidasaun ho interferénsia", inklui prosesu hodi hasai antigu prezidente Konsellu Administrasaun hosi Rádiu ho Televizaun Timor-Leste (RTTL) nian, Gil da Costa.

Jornalista ida seluk hosi RTTL denunsia katak hetan ameasa hosi parte xefe gabinete nian hosi sekretáriu Estadu hosi Komunikasaun Sosial (SECOMS), tanba komentáriu sira ne'ebé nia publika iha rede sosial sira.

Iha RTTL, jornalista sira halo kesar iha Konsellu Imprensa katak asesora ida hosi prezidente foun instituisaun nian husu ona hodi hasai konteúdu notísia balun hosi notisiáriu kalan nian.

Iha análize hosi situasaun 'media' iha Timor-Leste, RSF konsidera katak kondisaun sira hosi jornalista sira "sei dook hosi kondisaun ideal", ho ema barak iha autoridade sira "la hatene jornalista sira nia serbisu".

Iha área privadu, "empreza boot barak no membru sira elite nian sei oferese osan ka envelope sira ba jornalista sira hodi halo kobertura ba notísia balun", ho difikuldade balun hodi halo diferensa entre notísia loloos sira ho boatu sira.

"Infelismente, membru barak hosi media Timor-Leste nian dalabarak la tuir padraun profisional sira no la tuir kódigu étika ho prinsípiu sira hosi jornalizmu. Hanesan ezemplu, balun publika lalais, lahó verifikasaun, no kontribui ba aumentu hosi notísia falsu sira no, dalaruma, to'o konflitu sira", refere hosi relatóriu.

"Iha mós sira ne'ebé tauk hodi halo krítika ba sira ne'ebé iha poder no nune'e halo prátika autosensura. Aleinde ne'e, frakasu hosi jornalista balun hodi peskiza no hadi'a komprensaun hosi asuntu sira ne'ebé sira akompaña, hamosu notísia barak lahó análize no konteúdu", refere.

Ba futuru, relatóriu destaka debate sira kona-ba rede sosial sira iha Parlamentu ho proposta hosi lei ida hodi regulamenta siberkrime.

Lusa | SAPO TL

Jornalista ne'ebé dezafia Suharto tauk ho konservadorizmu maka'as iha Indonézia


Ohin loron Indonézia iha imprensa livre ida, maibé moris iha períudu ida presaun nian hosi elementu relijiozu sira ne'ebé hamosu aumentu ba limitasaun sira iha liberdade kultural, konsidera hosi jornalista ida ne'ebé kombate ona hasoru Suharto nia ditadura. 

"Ohin loron ami iha media ida livre tebes, ami la presiza atu iha lisensa famozu sira, Governu labele sensura ka uza arma lisensa nian", Goenawan Mohamad, ohin loron nu'udar eskritor ho pintor, maibé uluk hanesan jornalista ho fundador hosi revista Tempo - revista dahuluk ida ne'ebé iha tinan 1990 hosi sékulu liubá dezafia ona Orde Baru hosi Suharto (ne'ebé iha poder entre 1967 ho 1998), esplika ba Lusa.

"Maibé agora kestaun liberdade espresaun nian la'ós hanesan liu kona-ba liberdade imprensa. Hanesan liuliu kona-ba espresaun kultural sira, submetidu ba presaun hosi elementu relijiozu sira ne'ebé la gosta espresaun livre sira iha poezia, fiksaun ka filmi", nia konta.

Fulan balun hodi kumpri tinan 78, Goenawan Mohamad senti konviktu iha ideial sira, maski sei dook hosi mundu jornalizmu nian, adaptadu ba Indonézia demokrátiku foun.

Sosiedade ida ne'ebé sei evidensia ho aumentu ida konservadorizmu relijiozu, "la'ós de'it entre musulmanu sira maibé, liuliu, entre kristaun sira".

"Loos duni katak entre musulmanu sira aumenta daudaun. La nesesáriu ba violénsia ka intoleránsia maibé iha konservadorizmu", nia esplika.

Goenawan Mohamad hatete katak aumentu hosi uzu "hijab" hosi feto musulmanu sira - hanesan domina iha estrada sira iha sidade boot Jakarta, kapital indonéziu - hatudu "lakon ida hosi liberdade espresaun fíziku nian".

"Hanesan ida ne'ebé vizível tebes, hanesan ezemplu iha forma oinsá ema sira hatais, hanesan autokontrolu ida iha espresaun fíziku sira. Iha tinan 25 liubá kuaze laiha ema ida maka uza 'hijab'", nia konta.

Iha momentu ne'ebé maka debate entre sekularizmu ho konservadorizmu relijiozu marka ona debate ba eleisaun loron 17 Abril liubá, Mohamad hatete katak Indonézia presiza fó tan mandatu ida ba Joko Widodo, atual xefe Estadu.

"Nia iha knaar importante ida hodi halo iha nasaun. Mai hosi ema sira ne'ebé kiak liu, hatene no komprende di'ak problema sira ne'e. Suharto mós uluk pertense ba família kiak ida. Maibé nia to'o iha poder hosi ezérsitu nia poder no Jokowi hanesan eleitu", nia hatete.
"Iha buat barak atu halo. Tinan lima hanesan oituan ba nasaun ne'e, ne'ebé hanesan kompleksu no boot tebes. Tinan sanulu hanesan di'ak liu", nia nota.

Rezultadu eleitoral sira sei fó sai to'o loron 22 Maiu, maibé Widodo reklama ona releisaun, ho 54% hosi votu sira, bainhira nia adversáriu Prabowo Subianto hatete katak hetan 62% hosi votu sira iha eleisaun sira.

Antigu jornalista deskreve nasaun ida ne'ebé influénsia hosi militar sira hanesan ki'ik no, tanba ne'e, haree inveja ne'ebé hatudu relasionadu ho aumentu hosi polísia nia knaar, ho aumentu hosi rekursu sira no knaar ida ne'ebé iha liu papel importante iha luta kontra terorizmu, hanesan ezemplu.

Indonézia ida ne'ebé "labele sai loloos hanesan kapitalista tanba negósiu barak sei kontrola hosi Estadu", ne'ebé korupsaun aumenta maski iha emprendedora klase média ne'ebé boot no barak.

Nia deskreve joven sira ne'ebé "tenki aprende istória" nasaun nian, tanba "agora sira hanesan livre no bele halo krítika ba Prezidente", sira "la hatene katak uluk ne'e labele halo" ka sira la hatene" saida maka presiza hodi bele hetan liberdade ne'e".

Maski nune'e, nia hatudu otimista, ho vontade atu mudansa ne'e halo "ho dalan normal no lahó kombate ideolójiku sira entre seksaun sira hosi 'sharia' [direitu islámiku] ho sekular sira", hodi hatán ba asaun barak ne'ebé presiza atu halo.

"Sistema edukativu hanesan aat tebes, disparidade sosial sira kontinua maka'as nafatin. Situasaun ekonómiku sei hanesan instável", nia esplika.

Iha tinan 1990, iha sékulu liubá, nia uluk hanesan imajen ida hosi imprensa ne'ebé luta ona hasoru Orden Foun mundial. Agora nia hatete katak luta seluk ida, kontra influksu informasaun hosi rede sosial sira, ho konteúdu "fa'an hanesan notísia sira", maibé ne'ebé "la respeita regra báziku sira hosi jornalizmu" ne'ebé aumenta informasaun sira "falsu no la responsável" ne'ebé sei aumenta beibeik.

Nia admiti katak, tanba ne'e, nia senti satisfeitu tanba halo parte iha mundu arte nian.

Ho ókulu ne'ebé tau iha reen-toos - ne'ebé nia husik monu dala rua durante konversa - lian frájil maibé asertivu ho hamnasa konfiante ida no abertu, Goenawan Mohamad hatete katak senti kontente no 'fit' tebes", bainhira sa'e eskada sira metal nian to'o nia estúdiu.

Konversa hala'o iha sala ida hosi kompleksu ne'ebé koñesidu hanesan "Komunitas Salilhara", sentru privadu multidisiplinar dahuluk hosi arte Indonézia nian ne'ebé Goenawan Mohamad ajuda harii ona iha tinan 2008 no ohin loron iha nia estúdiu.

"Ha'u artista iha tempu tomak. Ha'u pinta, hakerek poezia, pesa teatru nian no kontu sira. Ha'u iha ne'e", nia hatete hodi refere ba kompleksu ne'ebé instala iha fatin ida ho kuaze rihun haat metru kuadradu, iha Universidade Nasional Indonézia nian sorin iha Passar Minggu, iha súl Jakarta nian.

Edifísiu prinsipal tolu - teatru, galeria ho eskritóriu sira - ho instalasaun adisional sira inklui estúdiu ida ensaiu nian, pouzada ida ho anfiteatru ida.

Projetu ne'e harii hosi eskritór oioin, artista sira, jornalista sira ho ema sira ne'ebé hadomi arte no dezde nia fundasaun promove ona projetu artístiku sira ho modelu oioin, iha tinan 2010 konsidera ona hanesan "Fatin Di'ak Arte nian" hosi kapital indonéziu.

"Komunitas Salihara” afirma ona hanesan "sentru kultural alternativu" ida ne'ebé empeñadu hodi "mantén liberdade hanoin no espresaun nian, respeitu diferensa sira ho diversidade no promove no divulga rekursu artístiku sira ho intelektual sira".

"Ami presiza afirma fali vizaun ne'e, tanba iha Indonézia ohin loron, ne'ebé demokrasia eleitoral implementa ona iha dékada rua ikus ne'e, liberdade hanoin no espresaun nian sei hetan ameasa - hosi instrumentu sira Estadu nian - ka hosi área sira hosi sosiedade rasik, liuliu grupu sira ne'ebé halo asaun hodi grupu relijiozu balun ka grupu étniku sira nia naran", nia refere.

Prioridade ba arte foun sira maibé mós rekoñese ho promove "atitude kriativu ida kona-ba heransa artístiku diversifikadu hosi Indonézia no hosi mundu".

"Loron ida ami sei iha artista portugés sira iha ne'e", nia hatete.

Lusa | SAPO TL

Parlamentu timoroan rekorda tinan 20 ba akordu luzu-indonéziu ne'ebé permiti referendu


Parlamentu Nasional timoroan aprova ona iha loron-segunda ne'e ho unanimidade votu ida kongratulasaun nian ba tinan 20 hosi asinatura istóriku hosi akordu entre Portugal ho Indonézia ne'ebé permiti ona hala'o, iha tinan 1999, referendu ba autodeterminasaun iha Timor-Leste. 

"Asinatura hosi akordu loron 05 Maiu ne'e hanesan marka importante ida iha ita nia istória no simboliza eskolla hosi dalan liberdade no dame nian, demokrasia ho dezenvolvimentu nian, ne'ebé ita nia povu halo durante tinan barak hosi luta ba independénsia", refere hosi votu ne'ebé aprovadu.

Aleinde hanoin hikas komemorasaun tinan 20 ba akontesimentu Nova Iorke nian, votu "fó homenajen ba ema timoroan tomak ne'ebé luta ona hodi nune'e mehi ba Timor-Leste independente bele sai hanesan realidade ida no ba povu belun tomak ne'ebé apoia ona kauza autodeterminasaun nian", refere.

Testu ne'e hato'o hosi elementu sira hosi bankada tomak no aprova ona ho unanimidade hosi deputadu sira ne'ebé marka prezensa iha sesaun plenáriu iha loron-segunda ne'e.

Akordu loron 05 Maiu mosu hafoin iha fulan-Janeiru 1999, no ba dala uluk, Governu indonézia, lidera hosi susesor Suharto nian iha Prezidénsia, Habibie, anunsia katak ema timoroan sira bele hili kona-ba nia futuru.

Negosiasaun sira entre Portugal ho Indonézia aumenta no nasaun rua konsege hetan, iha loron 05 Maiu 1999, ho protesaun hosi ONU, akordu "ko'alia kona-ba Kestaun Timor-Leste nian".

Testu, asina hosi xefe sira diplomasia Portugal ho Indonézia nian, Jaime Gama ho Ali Alatas, ho protesaun hosi sekretáriu-jeral Kofi Annan, permiti ona hodi hala'o konsulta popular ida ne'ebé maka ema timoroan sira hili entre autonomia iha Indonézia ka independénsia.

Akordu ne'e asina duni iha tuku 16:05 iha Nova Iorke (tuku 21:05 - oras Lisboa nian no tuku 04:05, loron 06 Maiu, oras Díli nian).

Liutiha loron rua, Konsellu Seguransa ONU nian aprova ona ho unanimidade rezolusaun ida ne'ebé determina hodi haruka misaun ida ba Timor-Leste, hodi organizasaun no superviziona votasaun ne'ebé maka ema timoroan sira sei desidi kona-ba estatutu polítiku hosi teritóriu.

Iha rezolusaun, Konsellu Seguransa salienta responsabilidade hosi Governu Jakarta nian hodi promove seguransa hosi elementu sira ONU nian ho observador internasional sira ne'ebé to'o iha Timor-Leste, hodi mantén klima ida dame ho estabilidade ne'ebé permiti halo konsulta ida iha "atmosfera ida livre hosi intimidasaun sira, violénsia ho interferénsia sira hosi orden ruma".

Iha deklarasaun sira hafoin asinatura, ne'ebé bele haree emosaun, Jaime Gama hatete katak "ideia justu sira mosu duni", hodi rekorda prosesu negosial naruk ho Indonézia, ne'ebé hahú iha tinan 1983 maibé halo hikas fali iha tinan 1992.

Inisialmente, konsulta ne'e marka ba loron 08 Agostu maibé adia tiha tanba situasaun seguransa iha nasaun.

Ministru Ali Alatas destaka ona "importánsia hosi loron" asinatura akordu nian, ne'ebé sei "promove solusaun hosi kestaun antigu ida" no ne'ebé nia rekoñese ona "hamosu terus naruk ida hosi povu timoroan".

"Akordu ne'e loke odamatan sira ba solusaun" hosi kestaun timoroan nian, afirma hosi xefe diplomasia indonéziu ne'ebé felisita mós postura hosi Kofi Annan bainhira afirma katak "lahó intervensaun hosi sekretáriu jeral ONU nian" rezolusaun hosi diferendu kona-ba Timor-Leste "sei la hetan pontu ne'e iha momentu ne'e".

Bainhira hanoin hikas momentu sira ne'e, Lídia Martins, hosi Fretilin (deputada ida ne'ebé hanesan proponente hosi votu loron-segunda ne'e), hatete katak votu hakarak asinala "esforsu ne'ebé halo hosi ONU, Portugal ho Indonézia ne'ebé fó ona ba Timor-Leste oportunidade hodi desidi kona-ba futuru liberdade ho dame" iha nasaun.

"Loron ne'e hanesan istóriku tebes ba Timor-Leste. Tenki komemora", nia afirma.

António da Conceição (PD) hamutuk mós ba votu saudasaun, hodi agradese "ba ONU ba konsisténsia fó ba Timor-Leste" no liuliu "ba diplomasia Portugal nian ne'ebé bele lori ba oin Timor-Leste nia problema to'o asinatura hosi akordu loron 05 Maiu".

Duarte Nunes (CNRT) subliña ona faktu hosi akordu loron 05 Maiu hanesan importante iha prosesu "hodi fó ba povu oportunidade hodi desidi nia destinu" no, tanba ne'e, tenki subliña ho asinala iha istória nasaun nian.

"Hanesan determinante iha istória hosi ami nia libertasaun nasional. Lahó nia, ami ohin loron sei laiha ne'e", hatutan hosi Francisco Branco (Fretilin), hodi rekorda katak permiti afirma fali, iha loron 30 Agostu 1999, vontade independénsia nian ne'ebé deklara iha 1975.

Branco hakarak hanoin hikas knaar CPLP nian "durante libertasaun nasional" Timor-Leste nian no, liuliu, Portugal nia serbisu ne'ebé mantén Timor-Leste iha nia konstituisaun, hodi loke dalan ba akordu.

"Karik lahó artigu iha konstituisaun, Timor-Leste sei laiha oportunidade istóriku ne'e", nia hatete.

Lusa | SAPO TL