segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Doze escolas timorenses continuam fechadas por falta de professoores portugueses


Díli, 18 fev (Lusa) - Milhares de alunos de 12 escolas timorenses estão sem aulas desde o início do ano letivo, a 11 de janeiro, porque Portugal continua sem enviar 150 professores ao abrigo de um programa de apoio ao ensino do português.

Fonte diplomática portuguesa confirmou hoje à Lusa que até ao momento não recebeu qualquer informação sobre a data previsível da chegada dos docentes, que estão desde o início do ano à espera de vir para Timor-Leste.

Segundo a mesma fonte diplomática, a última informação disponível aponta a que continua a faltar um despacho do Ministério das Finanças português para que o Ministério da Educação possa formalizar essa contratação.

Sem que os professores cheguem a Timor-Leste, 12 das 13 escolas de referência, localizadas em cada uma das 13 capitais de município do país, continuam fechadas, com a de Díli a funcionar, temporariamente, apenas com professores timorenses.

Questionado a 01 de fevereiro pela Lusa, o Ministério da Educação português referiu que estava "a tratar das devidas autorizações legais" para a contratação de professores.

"O Ministério da Educação está a par da situação e a tratar das devidas autorizações legais com vista à contratação dos professores o mais rapidamente possível", lê-se numa nota enviada na altura à agência Lusa.

Estes Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE), conhecidas como escolas de referência, são o elemento mais importante do programa de apoio ao ensino do português em Timor-Leste, abrangendo mais de 7.000 alunos do ensino pré-escolar e básico.

Durante o mês de dezembro, segundo a nota do Ministério da Educação português, foram desencadeados "os procedimentos de autorização que permitem efetivar o processo de afetação dos docentes ao Projeto CAFE, perspetivando-se para os próximos dias a conclusão deste processo com a assinatura dos contratos com os docentes já selecionados".

O protocolo existente entre Timor-Leste e Portugal para estas escolas prevê que Lisboa pague os salários dos 150 docentes que devem ser enviados para o país, cabendo a Díli o pagamento das viagens e ajudas de custo.

As escolas têm sido nos últimos anos afetadas por vários problemas, com atrasos sucessivos da parte de Portugal no envio de professores e repetidos atrasos nos pagamentos das ajudas de custo por parte de Timor-Leste, que chegam a acumular vários meses.

Os funcionários das escolas já ficaram também vários meses sem receber salários.

As escolas de referência do país deveriam ter aberto a 11 de janeiro, data do arranque do ano letivo de todas as escolas do sistema de ensino timorense, mas apenas a de Díli está a funcionar, neste caso, devido à maior experiência dos professores timorenses que ali trabalham.

ASP // MP

Fórum de Díli lança ponte entre empresários da lusofonia, Ásia e Pacífico


Díli, 15 fev (Lusa) - Líderes timorenses defendem que o 1.º Fórum Económico da CPLP, de 25 a 27 de fevereiro em Díli, é uma oportunidade sem precedentes para a ponte entre empresários lusófonos e os seus congéneres da Ásia e do Pacífico.

O primeiro-ministro Rui Maria de Araújo diz que Timor-Leste é a ponte entre a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Ásia e o Pacífico e que este fórum é uma oportunidade única para que os empresários participantes estabeleçam contactos e ampliem os seus negócios.

"Pode alargar ainda mais os horizontes dos membros da CPLP, estabelecendo os contactos entre os vários países lusófonos e também aqui na região, e ao mesmo tempo dinamizar ainda mais a presença dos países da CPLP no mundo, não apenas a nível político e de língua, mas a nível de economia", disse o chefe do Governo timorense, numa declaração à Lusa.

"Timor está numa região dinâmica do mundo e todos os empresários da região são convidados a participar no fórum para estabelecer contactos, alargarem o tecido empresarial e dinamizar ainda mais a economia de cada país e a nível regional", afirmou.

Centenas de empresários de mais de 20 países estão inscritos para o encontro, que tem como tema "CPLP e a Globalização" e pretende fortalecer os laços entre empresas e empresários lusófonos e com a região da Ásia e Pacífico.

Para Estanislau da Silva, ministro de Estado e Coordenador dos Assuntos Económicos do Governo timorense, o encontro permitirá também dar a conhecer as oportunidades de investimento e de negócio em Timor-Leste, um "país novo, com recursos, grandes vantagens comparativas, grandes oportunidades" e que mantém excelentes relações com os países vizinhos.

"Timor está a ser um país pioneiro nesta vontade de transformar a CPLP num fórum não apenas de cooperação multilateral em questões políticas e outras, mas também um fórum de cooperação na área comercial e de negócios. E aqui Timor-Leste pode fazer a ponte entre a CPLP e os países da Ásia e do Pacífico", disse, numa declaração à Lusa.

José Ramos-Horta, ex-presidente da República de Timor-Leste, considera que o encontro é "extremamente importante".

"Vivemos numa economia global em que é importante estabelecer contactos. Os empresários lusófonos podem estabelecer-se aqui e, aproveitando a posição geográfica de Timor-Leste, estabelecer redes de contactos e investimento aqui na região. Sobretudo tendo em vista a adesão de Timor-Leste à ASEAN" (Associação das Nações do Sudeste Asiático), disse.

Constâncio Pinto, ministro do Comércio, Indústria e Ambiente, recorda que o objetivo é fortalecer o papel da CPLP no setor económico e de comércio, que a presidência timorense definiu como uma prioridade.

"Timor-Leste está numa região muito dinâmica e pode ser uma ponte de ligação para os países de língua portuguesa com esta região. Espero que os outros membros da CPLP aproveitem e utilizem Timor-Leste como ponte de ligação económica. Por isso convido os empresários dos países da CPLP para participarem no Fórum de Díli entre 25 e 27 de fevereiro. É uma oportunidade única de contactos com outros empresários não apenas na CPLP, mas da ASEAN e do Pacífico", frisou.

Para Mari Alkatiri, ex-primeiro-ministro e atual responsável da Região Autónoma Especial de Oecússi - uma das zonas com mais oportunidades de negócio e de investimento em Timor-Leste - o encontro marca a vontade de globalizar a CPLP.

"O que se pretende com o fórum é transformar Timor-Leste num espaço global de negócios, intercontinentais e mesmo interculturais. Timor-Leste situa-se numa região com uma dinâmica de desenvolvimento económico muito forte e poderá perfeitamente ser a ponte de ligação em termos de negócios entre países da CPLP com a ASEAN, com o Pacifico e com a Ásia no seu todo", disse.

"Por isso é oportuno este fórum global económico que pode ser o ponto de partida para os contactos entre empresários de vários continentes", acrescentou.

Do setor privado, o empresário timorense Jorge Serrano, presidente de honra da Confederação Empresarial da CPLP, considera que o fórum ajudará a promover Timor-Leste, os seus empresários e as suas oportunidades, mas também a "plantar a bandeira da CPLP nos outros países".

"Timor é um país novo e pequeno mas com grandes oportunidades. E este fórum é uma oportunidade para fazer parcerias. Por isso apelo à máxima participação de todos. Nós criamos este espaço privilegiado onde esperamos que estejam os empresários timorenses. Queremos ajudar a promover o setor privado nacional. Mas não apenas neste mercado, mas também o acesso aos mercados vizinhos", disse.

Agricultura, agro-indústria e agro-alimentação, construção civil e obras públicas, educação, energia, indústria transformadora, saúde, tecnologias da informação, telecomunicações, transportes e turismo são alguns dos setores que estarão em Díli.

ASP // MP

O PAPEL DO PARTIDO POLÍTICO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO EM TIMOR-LESTE



A Democracia em Timor-Leste tem evoluído de uma forma gradual e com maturidade, materializando-se no exercício do voto, no exercício do poder de governação, na implementação dos direitos e liberdades e deveres consignados na Constituição e do sistema político, bem como na pluralidade de partidos políticos existentes no nosso país.

O surgimento de novos partidos políticos é um sinal claro e manifesto funcionamento da Democracia. A diversidade de partidos políticos é também a existência de uma oposição, que se espera que seja forte, ativa e crítica, e que se reveja nos interesses do povo, impulsionando o desenvolvimento e a democracia, em função de apresentação e implementação de políticas alternativas que representem o interesse nacional.

Ainda assim, a existência de alguns partidos políticos, como organizações partidárias, tem como objetivo representar apenas um determinado segmento ou classe da população, estando subjacente, apenas e estritamente, a defesa e promoção de interesses inerentes a esse mesmo segmento ou classe política. Nesse quadro, os partidos políticos podem dificultar a sustentabilidade da Democracia.

Os partidos políticos devem ser agentes de representação do povo, que diferem nas ideologias e meios de implementação de políticas, mas os valores e interesses do povo e da nação estão sempre lá.

Os partidos políticos devem estar empenhados em definir os seus instrumentos de ação política, com vista a darem respostas políticas aos desafios, interesses e exigências populares, ao invés de estarem, constantemente, a apontar o dedo a quem julgam ter falhado. É crucial o espírito de seriedade, de lealdade e de sacrifício ede determinação em executar o Plano Estratégico de Desenvolvimento. A sua execução impõe que os partidos políticos apresentem ao eleitorado quais os seus programas e ações políticas.

Os partidos políticos devem procurar deter legitimidade através da garantia de uma democracia abrangente, transparente e responsável, por meio do seu efetivo comprometimento político.

Com a aproximação das eleições legislativas em 2017 fez despoletar o surgimento de partidos políticos, que se espera que desenvolvam as suas bases ideológicas e os seus programas de ação política face aos desafios internos e externos de Timor-Leste. Para que serve um partido político se não apresenta a sua ideologia, a sua diferença na resposta aos desafios internos, como diversificar a nossa economia, que é dependente do petróleo confrontada com a descida abrupta do preço do petróleo, a par da necessidade de promover uma Administração Pública operacional dotada de eficácia e eficiência, bem como desenvolver o sector privado. Nos desafios externos, como mobilizar os meios e instrumentos necessários à entrada de Timor-Leste na ASEAN, bem como proporcionar estratégias diplomáticas e securitárias para afirmação de Timor-Leste no mundo.

São desafios que requerem uma análise profunda e criteriosa quer por parte dos agentes políticos, quer pelos agentes sociais e sociedade civil.

A filiação a um partido requer que se ceda tempo, disponibilidade, interesse e dedicação ao partido, ou seja, em termos práticos, implica sentido de Estado e de serviço à Nação e ao Povo, desenvolvendo meios e políticas que priorizam o bem comum – o interesse nacional.

Partido político não pode ser olhado como um meio de obtenção de cargos políticos/públicos, é necessário enfatizar e materializar a mudança, o desenvolvimento e promoção do nosso povo, por meio desses cargos. Ou seja, estar ligado ao Estado com vista a implementar as medidas, políticas, os compromissos, os valores e leis que nossa sociedade precisa, em prol do interesse nacional, garantindo-se o cumprimento da nossa Constituição. Não podemos estar ligados ao Estado, e esquecermo-nos da nossa sociedade, do nosso povo e da nossa Nação.
   
Rojer Rafael Tomás Soares - rrtsoares@hotmail.com

Filme "Cartas da Guerra" de Ivo Ferreira será exibido em Macau após estreia em Berlim


Macau, 14 fev (Lusa) - O filme "Cartas da guerra", de Ivo Ferreira, baseado na correspondência de António Lobo Antunes durante a guerra colonial, será exibido no Festival Literário de Macau, anunciou hoje a organização, no dia em que o filme estreia na Berlinale.

"A Rota das Letras tem o prazer de anunciar que 'Cartas da Guerra' - filme que tem estreia mundial hoje no 66.º Festival de Cinema de Berlim - será exibido no primeiro dia do Festival Literário de Macau, marcando assim a estreia asiática do novo filme de Ivo M. Ferreira", anuncia o festival, em comunicado.

A longa-metragem baseia-se no livro "D'este viver aqui neste papel descripto - Cartas de guerra", editado em 2005 pelas filhas do escritor Maria José e Joana Lobo Antunes, com as cartas que António Lobo Antunes escreveu à primeira mulher, Maria José, no tempo em que foi destacado pelo exército, como médico, durante a guerra colonial em Angola, de 1971 a 1973.

Rodada a preto e branco, esta é a terceira longa-metragem de Ivo M. Ferreira, e conta no elenco com mais de quarenta atores, entre os quais Miguel Nunes (no papel de Lobo Antunes), Margarida Vila-Nova (Maria José), Ricardo Pereira, João Pedro Vaz e Simão Cayatte.

No mesmo comunicado, o Festival Literário de Macau dá também conta do cancelamento da presença do escritor dominicano e norte-americano Junot Díaz, vencedor do prémio Pulitzer, "por motivos pessoais".

A par desta ausência, a Rota das Letras anuncia a participação do escritor norte-americano Adam Johnson, vencedor do National Book Award de 2015 e do prémio Pulitzer em 2013 pelo livro "Vida Roubada" ("The Orphan Master's Son", no original), sobre a Coreia do Norte.

A quinta edição do Festival Literário de Macau - Rota das Letras vai decorrer de 05 a 19 de março e homenageará este ano o poeta português Camilo Pessanha, no 90.º aniversário da sua morte, em Macau, contando com a participação de Pacheco Pereira, Pedro Mexia e Rui Zink, entre outros.

ISG (SS/MP) // ZO

Sismo de magnitude 5,8 atinge o sul da Nova Zelândia


Banguecoque, 14 fev (Lusa) -- Um sismo de magnitude 5,8 sacudiu hoje a Ilha Sul da Nova Zelândia, sem que haja registo de vítimas ou danos materiais.

O epicentro situou-se a 17 quilómetros da cidade de Christchurch, segundo o serviço geológico dos Estados Unidos, que mede a atividade sísmica em todo o mundo e que indicou que o abalo não motivou uma emissão de alerta de tsunami.

A Ilha Sul sofreu um sismo devastador em 2011, de intensidade 6,3, que causou a morte de cerca de 200 pessoas.

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