Em Portugal, Dom Ximenes Belo, Bispo Emérito de Díli, falou sobre Timor na Biblioteca Municipal de Valongo, onde participou numa Conferência sobre Ecos do Oriente e em que abordou a situação da língua portuguesa em Timor.
Dom Ximenes Belo fez notar vários pontos-chave sobre o tema, alertando para que "Hoje, a implementação da língua portuguesa depara-se com muitos obstáculos, porque há sectores da sociedade timorense que são contra o seu uso".
É um facto que parece que vem sendo mal equacionado por todos que querem fazer-nos crer à viva força que em Timor-Leste se fala português a cada esquina. Nada mais errado.
Em quatro idiomas usados, o português é aquele que é menos falado em Timor-Leste, primeiro estão o tétum, o indonésio e o inglês, só depois vem o português.
Evidentemente que esta realidade se prende com a proibição do português, instituída pelos ocupantes indonésios. Durante 25 anos foi proibido, passando a ser só a língua oficial da Resistência. Como quererão que agora se fale a cada esquina português?
Já vão lá oito anos de libertação do jugo indonésio. Há menos tempo ainda o português foi declarada língua oficial, juntamente com o tétum, mas não deixa de ser verdade que Portugal tem feito muito menos que o possível para sustentar a reimplantação do ensino do português naquele país, o que tem dado margem de manobra aos que não vêem com bons olhos que o português faça parte integrante da independência e nacionalidade timorense, como em Angola e nas outras ex-colónias de Portugal.
Com tanto professor excedentário Portugal podia fazer muito mais, começando por lhes ensinar tétum e colocando-os posteriormente por todo o país timorense, o mais possível, depois de uma formação adequada para trabalharem especificamente naquele país. Em vez disso, Portugal prefere pagar subsídios de desemprego a esses professores ou tê-los pelas esquinas mendigando o exercício de competências onde desperdiçam aquilo para que se formaram, com o seu dinheiro e esforço mas também dos contribuintes portugueses. Para quase-nada!
"Hoje, a implementação da língua portuguesa depara-se com muitos obstáculos, porque há sectores da sociedade timorense que são contra o seu uso", destacou o Bispo Ximenes Belo na referida Conferência de Valongo. Esta é a verdade de quem sabe, de quem conhece a realidade timorense.
Em vez de ser ouvido e consultado para que contribua com o seu conhecimento numa melhoria efectiva da acção de Portugal neste aspecto, perde-se quem sabe em Conferência inconsequentes que só valem pelo que esclarecem a quem o ouve. Deverá ser os sectores da área governamental a saber ouvir aqueles que conhecem e sabem, mas não é isso que se vê, não é o que acontece.
Portugal tem toda a responsabilidade em se dedicar seriamente a fazer deslocar para Timor-Leste professores e técnicos de todas as áreas necessárias que contribuam para a boa formação dos timorenses, crianças, adolescentes, jovens e adultos, assim o governo de Timor e os timorenses concordem. Imprescindível seria que os que para lá fossem soubessem convenientemente tétum, que não custa muito a aprender e demonstraria a importância que Portugal e os portugueses dão a Timor.
Assim não entendem os governantes. Com isso corremos o risco de nem daqui por dez anos 50 por cento dos timorenses falarem português, apesar de dominarem o indonésio e o inglês, para além do tétum. Mau serviço e trato se presta à língua de Camões, mas disso já estamos habituados. Um mau hábito, que gostaríamos de ver mudado, em vez de andarem esfusiantes a dizerem que há não sei quantos milhões que falam português…Um exagero, reduzam para metade que provavelmente acertam.
Dom Ximenes Belo fez notar vários pontos-chave sobre o tema, alertando para que "Hoje, a implementação da língua portuguesa depara-se com muitos obstáculos, porque há sectores da sociedade timorense que são contra o seu uso".
É um facto que parece que vem sendo mal equacionado por todos que querem fazer-nos crer à viva força que em Timor-Leste se fala português a cada esquina. Nada mais errado.
Em quatro idiomas usados, o português é aquele que é menos falado em Timor-Leste, primeiro estão o tétum, o indonésio e o inglês, só depois vem o português.
Evidentemente que esta realidade se prende com a proibição do português, instituída pelos ocupantes indonésios. Durante 25 anos foi proibido, passando a ser só a língua oficial da Resistência. Como quererão que agora se fale a cada esquina português?
Já vão lá oito anos de libertação do jugo indonésio. Há menos tempo ainda o português foi declarada língua oficial, juntamente com o tétum, mas não deixa de ser verdade que Portugal tem feito muito menos que o possível para sustentar a reimplantação do ensino do português naquele país, o que tem dado margem de manobra aos que não vêem com bons olhos que o português faça parte integrante da independência e nacionalidade timorense, como em Angola e nas outras ex-colónias de Portugal.
Com tanto professor excedentário Portugal podia fazer muito mais, começando por lhes ensinar tétum e colocando-os posteriormente por todo o país timorense, o mais possível, depois de uma formação adequada para trabalharem especificamente naquele país. Em vez disso, Portugal prefere pagar subsídios de desemprego a esses professores ou tê-los pelas esquinas mendigando o exercício de competências onde desperdiçam aquilo para que se formaram, com o seu dinheiro e esforço mas também dos contribuintes portugueses. Para quase-nada!
"Hoje, a implementação da língua portuguesa depara-se com muitos obstáculos, porque há sectores da sociedade timorense que são contra o seu uso", destacou o Bispo Ximenes Belo na referida Conferência de Valongo. Esta é a verdade de quem sabe, de quem conhece a realidade timorense.
Em vez de ser ouvido e consultado para que contribua com o seu conhecimento numa melhoria efectiva da acção de Portugal neste aspecto, perde-se quem sabe em Conferência inconsequentes que só valem pelo que esclarecem a quem o ouve. Deverá ser os sectores da área governamental a saber ouvir aqueles que conhecem e sabem, mas não é isso que se vê, não é o que acontece.
Portugal tem toda a responsabilidade em se dedicar seriamente a fazer deslocar para Timor-Leste professores e técnicos de todas as áreas necessárias que contribuam para a boa formação dos timorenses, crianças, adolescentes, jovens e adultos, assim o governo de Timor e os timorenses concordem. Imprescindível seria que os que para lá fossem soubessem convenientemente tétum, que não custa muito a aprender e demonstraria a importância que Portugal e os portugueses dão a Timor.
Assim não entendem os governantes. Com isso corremos o risco de nem daqui por dez anos 50 por cento dos timorenses falarem português, apesar de dominarem o indonésio e o inglês, para além do tétum. Mau serviço e trato se presta à língua de Camões, mas disso já estamos habituados. Um mau hábito, que gostaríamos de ver mudado, em vez de andarem esfusiantes a dizerem que há não sei quantos milhões que falam português…Um exagero, reduzam para metade que provavelmente acertam.