Jacinta
e Francisco já são santos
O
papa Francisco canonizou às 10:27h de hoje, em Fátima, os pastorinhos Jacinta e
Francisco Marto.
Estas
são as duas primeiras crianças não mártires a ser elevadas à categoria de
santos pela Igreja Católica.
A
canonização de Jacinta e Francisco Marto marca o ponto alto das comemorações do
Centenário das Aparições da Cova da Iria e tem lugar no início da missa que o
papa concelebrará no altar do recinto a partir das 10h.
Lusa
| TSF | Foto: Paulo Cunha/Lusa
"Uma
Igreja pobre de meios e rica em amor"
"Não
podia deixar de vir" a Fátima. Palavras do Papa Francisco, esta manhã, na
homilia.
O
papa pediu, este sábado, aos peregrinos de Fátima que sejam, no mundo,
"sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus
Salvador, aquele que brilha na Páscoa", assim como que descubram,
"novamente, o rosto jovem e belo da Igreja".
O
papa Francisco disse hoje que "não podia deixar de vir" a Fátima,
porque Maria traz "esperança e paz", agradeceu aos peregrinos por o
acompanharem e lembrou os doentes, presos, pobres e desempregados.
"Não
podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e
filhas", afirmou Francisco na homilia da eucaristia que encerra a
peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de maio.
Segundo
Francisco, sob o "manto" de Nossa Senhora de Fátima "não se
perdem" e terão "a esperança e a paz que necessitam" os
"doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e
abandonados".
Antes,
o papa citou as "Memórias" da irmã Lúcia a propósito de uma
"visão" de Jacinta, hoje tornada santa.
"Não
vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome,
e não tem nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja, diante do Imaculado
Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele?", referiu, para
depois agradecer à imensa multidão de fiéis no recinto de oração por o
acompanharem nesta peregrinação.
Pedindo
aos peregrinos para rezarem a Deus "com a esperança de que nos escutem os
homens", Francisco cita, depois, uma carta da irmã Lúcia, para acrescentar
que em Fátima o Céu "desencadeia uma verdadeira mobilização geral"
contra a "indiferença" que gela o coração e "agrava a miopia do
olhar".
"Não
queiramos ser uma esperança abortada. A vida só pode sobreviver graças à
generosidade de outra vida", apelou.
Para
Francisco, esta Igreja "brilha quando é missionária, acolhedora, livre,
fiel, pobre de meios e rica no amor".
O
papa presidiu hoje às cerimónias principais dos cem anos das aparições marianas
na Cova da Iria. Antes da missa, Francisco canonizou Francisco e Jacinta Marto,
duas das crianças que estão na origem do fenómeno de Fátima.
Lusa
| TSF
Peregrinos
de Cabinda pedem a libertação do enclave de Angola
Um
grupo de peregrinos de Cabinda encontra-se em Fátima "para pedir à Virgem,
que vele por uma terra que é sua e livre o seu povo da opressão" angolana,
disse um dos participantes à agência Lusa.
"Vimos
pedir à Senhora de Fátima para que estenda o seu olhar para Cabinda, uma terra
católica que sofre diariamente o jugo opressor. Fátima é um sinal de esperança
e à Virgem dirigimos as nossas preces para que vele pelo nosso povo",
disse Henrique Zugada, que vive em Portugal, mas nasceu em Cabinda e apoia a
causa independentista do enclave entre as Repúblicas do Congo, no norte de
Angola.
O
presidente da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), Emmanuel Nzita,
exortou hoje o Vaticano a pronunciar-se sobre a "tragédia diária"
naquele enclave angolano, numa mensagem a propósito da visita do papa Francisco
a Fátima.
Hoje,
em comunicado enviado à agência Lusa, em Luanda, o presidente daquela
organização que defende a autonomia de Cabinda e que já reivindicou, através do
braço armado, as Forças Armadas Cabindas (FAC), vários ataques mortais a
militares angolanos nos últimos meses, escreve que "agradece e
solidariza-se com a visita do papa Francisco".
"Fátima
é um altar de esperança e um exemplo para a paz no mundo, motivo pelo qual
agradecemos ao nosso papa Francisco que reze por Cabinda e pelo direito à
autodeterminação das suas gentes. Nós, os cabindas, agradecemos todo o apoio
que a nossa comunidade, presente no santuário, tem recebido por parte dos
nossos irmãos portugueses e também das autoridades eclesiásticas", lê-se
no comunicado, assinado por Emmanuel Nzita.
A
FLEC-FAC luta pela independência de Cabinda, alegando que o enclave, de onde
provém a maior parte do petróleo angolano, era um protetorado português, tal
como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não
parte do território angolano.
Criada
em 1963, a organização independentista dividiu-se em diferentes fações,
efémeras, com a FLEC-FAC a manter-se como o único movimento de resistência
armada contra a administração de Luanda, tendo reclamado a autoria de vários
ataques mortais junto das Forças Armadas Angolanas desde 2016, os quais são
negados pelo Governo de Luanda.
"O
regime angolano, ateu e marxista, que tudo corrompe, não conseguirá quebrar a
esperança e a nossa ligação ao nosso clero. Chegou a hora do Vaticano se
pronunciar sobre a tragédia diária de Cabinda, como amante de paz e reclamar e
defender este povo", concluiu o comunicado da FLEC-FAC.
O
papa Francisco canonizou hoje, em Fátima, os beatos Jacinta e Francisco Marto,
duas crianças que, em 1917, afirmaram ter assistido à aparição da Virgem Maria.
A
canonização marca o ponto alto das comemorações do Centenário das Aparições da
Cova da Iria e tem lugar no início da missa que o papa concelebrará no altar do
recinto a partir das 10:00.
Lusa
| TSF
Fotos
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