segunda-feira, 27 de abril de 2015

Milhares de pessoas pedem à Austrália que não deporte menino autista filipino


Sydney, Austrália, 27 abr (Lusa) - Milhares de pessoas assinaram hoje uma petição lançada pela mãe de um menino filipino autista que pede ao Governo australiano que não o deporte do país.

Tyrone Sevilla, de dez anos, chegou legalmente à Austrália com a sua mãe, Maria Sevilla, quando tinha dois anos - a mãe é hoje enfermeira do hospital Queensland.

No entanto, o menino foi diagnosticado com autismo em 2008, uma condição que o Tribunal de Revisão de Migração disse representar um "custo significativo" para a comunidade australiana, rejeitando assim a extensão do visto da família, relatou a mãe à cadeia ABC.

Maria Sevilla, que garante pagar impostos e ter um seguro de saúde privado, encontra-se na Austrália com um visto de trabalho que expira hoje.

A família apresentou a petição, que conta com 120.000 assinaturas, no gabinete do ministro da Imigração, Peter Dutton, em Brisbane, esperando que o governante reconsidere a sua situação.

"A Austrália é a nossa casa, vivemos aqui há já quase oito anos e já fomos assimilados pela comunidade", afirmou Maria Sevilla, acrescentando que é o seu emprego na Austrália lhe permite cuidar do filho.

O menino não fala nenhum idioma filipino nem tem relações próximas com familiares nas Filipinas, já que os avós, tio, tia e primos vivem todos na Austrália.

Dutton disse que o departamento de imigração estava a preparar um relatório sobre o caso e que entretanto será emitido um visto temporário, que normalmente abrange um período de 28 dias, para mãe e filho.

ISG // JCS

França e Austrália reafirmam oposição à pena de morte e às execuções iminentes na Indonésia


Paris, 27 abr (Lusa) - O Presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, reafirmaram hoje que os seus países são contra a pena de morte, referindo-se aos casos de um francês e dois australianos condenados à pena capital na Indonésia.

"A França e a Austrália compartilham um compromisso em relação aos direitos humanos e condenam o recurso à pena de morte em todos os lugares e em todas as circunstâncias", referiram Hollande e Abbott, num comunicado da Presidência francesa.

Um tribunal indonésio rejeitou, há uma semana, um novo recurso dos dois australianos condenados por tráfico de droga, abrindo caminho para as suas execuções.

O francês Serge Atlaoui, condenado à morte em 2007 por tráfico de droga e que sempre proclamou a sua inocência no caso, foi retirado, no sábado, da lista das próximas execuções, que poderão ocorrer já na terça-feira.

Juntamente com os dois australianos poderão ser executadas mais sete pessoas, incluindo um brasileiro, outros estrangeiros (das Filipinas e Nigéria) e um indonésio, todos condenados por tráfico de droga.

O Presidente indonésio, Joko Widodo, está a implementar uma linha dura contra os traficantes de droga no país e recusa-se a voltar atrás nas execuções.

Os apelos e as pressões diplomáticas aumentaram hoje para tentar salvar a vida dos nove presos que aguardam execução na Indonésia.

O secretário-geral da ONU disse, no domingo, o Governo indonésio a não executar as nove pessoas, condenadas à morte por tráfico de droga, reiterando a tradicional oposição à pena capital.

Já o governo do Brasil prossegue os seus esforços diplomáticos para tentar evitar a execução do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, condenado à morte por tráfico de droga, embora as autoridades indonésias já tenham confirmado que ele será fuzilado nos próximos dias.

O ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Mauro Vieira, disse, no sábado, ao site G1, que o Governo prossegue os contactos regulares ao mais "alto nível" com Jacarta, para tentar convencer a Indonésia a suspender a execução por razões humanitárias, uma vez que Gulart sofre de esquizofrenia.

A família deste brasileiro de 42 anos, originário do Paraná (sul do Brasil), apresentou às autoridades indonésias vários relatórios de médicos, atestando que ele é esquizofrénico.

Gularte foi preso em julho de 2004 após entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína dentro de pranchas de surf, tendo sido condenado à morte em 2005.

O ministro dos Negócios Estrangeiros declarou igualmente hoje ao G1 que os diplomatas brasileiros em Jacarta continuam a prestar uma assistência consular "tanto quanto é possível" para defender os interesses daquele cidadão, mas respeitando a soberania do país asiático e reconhecendo a gravidade do delito que ele cometeu.

CSR // VM

A AUSTRÁLIA SECRETA TRAVA GUERRA CONTRA O SEU PRÓPRIO POVO


John Pilger

A Austrália mais uma vez declarou guerra à sua população indígena, o que recorda a brutalidade que levou à condenação universal do apartheid na África do Sul. O povo aborígene está a ser afastado das terras ancestrais onde suas comunidades viveram por milhares de ano. Na Austrália Ocidental, onde companhias de mineração ganham lucros de milhares de milhões de dólares a explorar a terra aborígene, o governo estadual diz que já não pode mais "apoiar" as terras ancestrais.

Populações vulneráveis, às quais já são negados os serviços básicos que a maior parte dos australianos consideram normais, estão sob aviso de expropriação (dispossession) sem consulta prévia e de expulsão sob a mira de armas. Ainda mais uma vez, líderes aborígenes advertiram acerca de "uma nova geração de pessoas deslocadas" e de "genocídio cultural".

Genocídio é uma palavra que os australianos odeiam ouvir. O genocídio acontece em outros países, não na sociedade "feliz" que é a segunda mais rica da terra em rendimento per capita. Quando a "lei do genocídio" foi utilizada no memorável relatório de 1997 "Bringing Them Home", o qual revelava que milhares de crianças indígenas haviam sido roubadas das suas comunidades por instituições brancas e abusadas sistematicamente, foi lançada uma campanha de negação por uma clique de extrema-direita à volta do então primeiro-ministro John Howard. Ela incluía aqueles que se auto-denominavam Galatians Group, a seguir Quadrant e depois a Bennelong Society; a imprensa de Murdoch era a sua voz.

A Geração Roubada foi exagerada, disseram eles, se chegou a acontecer de todo. A Austrália Colonial era um lugar afável; não houve massacres. Os Primeiros Australianos foram vítimas da sua própria inferioridade cultural, ou eram nobres selvagens. Eufemismos adequados eram avançados.

O governo do actual primeiro-ministro, Tony Abbott, um conservador fanático, ressuscitou este assalto ao povo que representa o carácter único da Austrália. Logo depois de chegar ao gabinete, o governo de Abbott cortou US$534 milhões nos programas sociais indígenas, incluindo US$160 milhões do seu orçamento de saúde e US$13,4 milhões do apoio legal indígena.

No relatório de 2014 "Indicadores chave para ultrapassar a desvantagem indígena" ("Overcoming Indigenous Disadvantage Key Indicators"), fica clara a devastação. O número de aborígenes hospitalizados por danos infligidos a si próprios saltou, assim como suicídio entre gente tão jovem como 11 anos. Os indicadores mostram um povo empobrecido, traumatizado e abandonado. A leitura do desmascaramento clássico do apartheid na África do Sul, The Discarded People, de Cosmas Desmond, mostrou-me que ele podia escrever um relato semelhante para a Austrália.

Tendo insultado os indígenas australianos ao declarar (no pequeno-almoço do G20 para David Cameron) que antes do homem branco não havia "nada excepto mato", Abbott anunciou que o seu governo deixaria de honrar o antigo compromisso para com terras ancestrais aborígenes. Ele disse com desprezo: "Não é tarefa dos contribuintes subsidiar opções de estilos de vida".

A arma utilizada por Abbott e seu estado brutal, bem como seus equivalentes territoriais, é a expropriação pela violência, propaganda, coerção e chantagem, assim como a sua exigência de um arrendamento por 99 anos da terra indígena no Território do Norte em troca de serviços básicos: uma tomada da terra na plena acepção da palavra. O ministro para Assuntos Indígenas, Nigel Scullion, contesta isto, afirmando que se trata "de comunidades e do que as comunidades querem". De facto, não houve qualquer consulta real, apenas a cooptação de uns poucos.

Tanto os governos conservadores como os trabalhistas já removeram o programa nacional de empregos, CDEP, das terras ancestrais, acabando com oportunidades de emprego, e proibiram o investimento em infraestrutura: habitação, geradores, saneamento básico. A poupança obtida é desprezível.

A razão é uma doutrina extremista que relembra as campanhas punitivas do "protector chefe de aborígenes" nos princípios do século XX, tal como o fanático A.O. Neville o qual decretou que os primeiros australianos fossem "assimilados" ou extintos. A campanha foi influenciada pelo mesmo movimento eugenista que inspirou os nazis, as "leis de protecção" da Queensland foram um modelo para o apartheid sul-africano. Hoje, o mesmo dogma e o mesmo racismo são instilados através da antropologia, da política, da burocracia e dos media. "Nós somos civilizados, eles não são", escreveu há duas gerações o aclamado historiador australiano Russel. O espírito permanece intacto.

Desde a década de 1960 tenho informado acerca das comunidades aborígenes e observo uma rotina sazonal pela qual a elite australiana interrompe seus maus-tratos e desprezo "normais" ao povo original da nação e passa ao ataque sem rodeios. Isto acontece quando se aproxima uma eleição, ou a avaliação de um primeiro-ministro junto à opinião pública anda baixa. Chutar negros (blackfella) é considerado popular, embora a captura à força de terras ricas em minérios através de movimentos furtivos sirva propósitos mais prosaicos. Conduzir pessoas para as favelas à margem dos "centros económicos citadinos" satisfaz a compulsão de engenharia social dos racistas.

O último ataque frontal foi em 2007 quando o primeiro-ministro Howard enviou o exército para dentro de comunidades aborígenes no Território do Norte a fim de "resgatar crianças" as quais, disse o ministro para Assuntos Indígenas, Mal Brough, estavam a ser abusadas por gangs pedófilas em "números impensáveis".

Conhecida como "a intervenção", os media desempenharam um papel vital. Em 2006, o programa nacional de actualidades da TV, o "Lateline" da ABC, divulgou uma entrevista sensacional de um homem cuja cara foi ocultada. Descrito como um "jovem trabalhador" que havia vivido na comunidade aborígene de Mutitjulu, ele fez uma série de alegações chocantes. Posteriormente revelou-se como sendo um alto responsável do governo que se reportava directamente ao ministro, suas afirmações foram desacreditadas pela Comissão Australiana do Crime, pela polícia do Território do Norte e por um relatório condenatório de médicos pediatras. A comunidade não recebeu um pedido de desculpa.

A "intervenção" de 2007 permitiu ao governo federal destruir muitos dos vestígios da auto-determinação do Território do Norte, a única parte da Austrália onde o povo aborígene havia ganho direitos de terra por legislação federal. Ali, eles haviam administrado suas terras ancestrais com a dignidade da auto-determinação e ligação à terra e à cultura – e, como relatou a Amnistia, com uma taxa de mortalidade 40 por cento mais baixa.

É esta "vida tradicional" que é um anátema para uma indústria parasitária branca de funcionários públicos, empreiteiros, advogados e consultores que controlam e muitas vezes lucram com a Austrália Aborígene, ainda que indirectamente através de estruturas corporativas impostas a organizações indígenas. As terras ancestrais são vistas como uma ameaça, pois elas exprimem um comunalismo em divergência com o neoconservadorismo que domina a Austrália. É como se a existência duradoura de um povo que sobreviveu e resistiu a mais de dois séculos de massacre e roubo colonial permanecesse um espectro sobre a Austrália branca: uma recordação de quem é realmente a terra.

O actual ataque político foi lançado pelo estado mais rico, a Austrália Ocidental. Em Outubro último, o primeiro-ministro do estado, Colin Barnett, anunciou que o seu governo não podia arcar com o orçamento de US$90 milhões para serviços básicos municipais a 282 terras ancestrais: água, energia, saneamento básico, escolas, manutenção de estradas, colecta de lixo. Era o equivalente a informar os subúrbios brancos de Perth que os seus irrigadores de relva não funcionariam mais e que as suas casas de banho já não dariam descarga e que tinham de mudar – e se recusassem, a polícia os expulsaria.

Para onde iriam os expropriados? Onde viveriam? Em seis anos, o governo Barnett construiu em áreas remotas algumas casas para indígenas. A região Kimberley, lar ancestral indígena, é uma das mais prósperas de todas, um estado reconhecido por sua riqueza evidente, campos de golfe e prisões super-lotadas com negros empobrecidos. A taxa de aprisionamento de aborígenes da Austrália Ocidental é mais de oito vezes superior à do apartheid na África do Sul. Ali há uma das mais elevadas taxas de encarceramento juvenil do mundo, quase toda constituída por indígenas, incluindo crianças mantidas em confinamento solitário em prisões de adultos, com suas mães a vigiarem do lado de fora.

Em 2013, a antiga ministra das Prisões, Margaret Quirk, contou-me que o estado estava "empilhar em prateleiras" prisioneiros aborígenes. Quando lhe perguntei o que queria dizer, ela respondeu: "É um armazém".

Em Março, Barnett alterou sua história. "Surgiu prova", disse ele, "de pavorosos maus tratamento de crianças pequenas" nas terras ancestrais. Qual a prova? Barnett afirmou que fora descoberta gonorreia em crianças com até 14 anos, a seguir admitiu que não sabia se isto acontecera nas terras ancestrais. Seu comissário de polícia, Karl O'Callaghan, corroborou que o abuso sexual de crianças era "comum". Ele mencionou um relatórios de 15 anos atrás do Australian Institute of Family Studies. O que deixou de dizer era que o estudo destacava a pobreza como a causa esmagadora do "descaso" e que o abuso sexual representava menos de 10 por cento.

O Australian Institute of Health and Welfare, uma agência federal, divulgou recentemente um relatório do que denomina o "Fardo fatal" de doenças e traumas do Terceiro Mundo arcadas pelo povo indígena que "resulta em quase 100 mil anos de vida perdida devido à morte prematura". Este "fardo fatal" é o produto da pobreza extrema imposta na Austrália Ocidental, tal como no resto da Austrália, pela negação de direitos humanos.

Na vasta e rica Austrália Ocidental de Barnett, uma escassa fracção dos rendimentos da mineração, do petróleo e do gás beneficiou comunidades o seu governo tem o dever de cuidar. Na cidade de Roeburne, no auge da mineração na região de Pibara, 80 por cento das crianças indígenas sofriam de uma infecção dos ouvidos chamada otitis media que causa surdez.

Em 2011, o governo Barnett demonstrou uma brutalidade na comunidade de Oombulgurri que as demais terras ancestrais podem aguardar. "Primeiro, o governo fechou os serviços", escreveu Tammy Solonec da Amnistia Internacional, "fechou as lojas, de modo que o povo não podia comprar alimentos nem bens essenciais. Fechou a clínica, de modo que os doentes e idosos tinham de se mudar, e as escolas de modo que famílias com filhos tinham de abandonar ou terem seus filhos delas arrancados. A esquadra de polícia foi o último serviço a fechar e a seguir a electricidade e a água foram desligados. Finalmente, os dez residentes que resolutamente permaneceram até o fim foram expulsos à força e tiveram de abandonar suas posses pessoais. A seguir, os bulldozers arrasaram Oombulgum. O governo da Austrália Ocidental literalmente escavou um buraco e enterrou o entulho das casas das pessoas e seus pertences pessoais".

Na Austrália do Sul, os governos estadual e federal lançaram um ataque semelhante a 60 remotas comunidades indígenas. A Austrália do Sul tem desde há muito estabelecido a Aboriginal Lands Trust, de modo a que as pessoas pudessem defender seus direitos – até certo ponto. Em 12 de Abril, o governo federal ofereceu US$15 milhões ao longo de cinco anos. Que uma soma tão miserável seja considerada suficiente para financiar serviços adequados na grande extensão de lares ancestrais do estado mostra o valor atribuído a vidas indígenas pelos políticos brancos que gastam sem hesitar US$28 milhões por ano em armamentos e tropas. Haydn Bromley, presidente do Aboriginal Lands Trust, contou-me: "Os US$15 milhões não incluíam a maior parte das terras ancestrais e mal cobriam o essencial – electricidade e água. Desenvolvimento da comunidade? Infraestrutura? Esqueça isso".

O actual diversionismo em relação a estes segredos sujos nacionais é abordar as "celebrações" do centenário do desastre militar Edwardiano de Gallipoli , em 1915, quando 8.709 australianos e 2.779 soldados neo-zelandeses – os Anzacs – foram dizimados num fútil assalto a uma praia na Turquia. Nos últimos anos, governos de Canberra promoveram este desperdício imperial de vidas como um feito histórico a fim de mascarar o militarismo subjacente ao papel da Austrália como "vice-xerife" da América no Pacífico.

Nas livrarias, prateleiras de "não ficção australiana" estão cheias de volumes oportunistas acerca acções audaciosas em tempo de guerra, heróis e chauvinismo. Subitamente, o povo aborígene que combateu para o homem branco ficou na moda, ao passo que aqueles que combateram contra o homem branco na defesa do seu próprio país, a Austrália, estão fora da moda. Num país atulhado com memoriais Anzac, não há nem um memorial oficial para os milhares de nativos australianos que combateram e caíram defendendo a sua terra ancestral.

Isto faz parte do "grande silêncio australiano", como o denominou W.E.H. Stanner em 1968 na palestra em que descreveu um "culto do esquecimento a uma escala nacional". Referia-se ao povo indígena. Hoje, o silêncio é omnipresente. Em Sydney, a Art Gallery da Nova Gales do Sul tem actualmente uma exposição, "O fotógrafo e a Austrália", na qual a cronologia temporal deste antigo país começa, incrivelmente, com o Capitão Cook.

O mesmo silêncio encobre outra resistência épica e permanente. Extraordinárias manifestações de mulheres indígenas a protestarem contra a remoção dos seus filhos e netos pelo estado, algumas delas a ponta de bala, são ignoradas pelos jornalistas e patrocinadas pelos políticos. Mais crianças indígenas estão hoje a ser arrancadas dos seus lares e comunidades do que nos piores anos da Geração Roubada. Um recorde de 15 mil crianças está actualmente detida "sob cuidados"; muitas são dadas a famílias brancas e nunca retornarão às suas comunidades.

No ano passado, o ministro da Polícia Australiana Ocidental, Liza Harvey, compareceu a um visionamento em Perth do meu filme, Utopia o qual documentava o racismo e selvajaria da polícia para com australianos negros e as muitas mortes de jovens aborígenes sob custódia. O ministro chorou.

Sob a sua vigilância, 50 polícias armados da cidade de Perth atacaram um campo indígena ancestral em Matagarup e arrebanharam sobretudo mulheres idosas e jovens mães com filhos. As pessoas no campo consideraram-se como "refugiados... à procura de segurança no seu próprio país". Clamaram pela ajuda do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

Políticos australianos ficam nervosos com as Nações Unidas. A resposta de Abbott foi o insulto. Quando o Professor James Anaya, o Relator Especial da ONU sobre Povos Indígenas, descreveu o racismo da "intervenção", Abbott disse-lhe para "fazer algo útil" e "não ouvir a antigas vítimas da brigada".

O planeado encerramento de lares ancestrais indígenas infringe o Artigo 5 da Convenção Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial (ICERD) e a Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas (UNDRIP). A Austrália comprometeu-se a "providenciar mecanismos eficazes para a prevenção de, e reparação para... qualquer acção que tenha o objectivo de expropriar [povos indígenas] das suas terras, territórios e recursos". A Cláusula sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais está embotada. "Expulsões forçadas" são contra a lei.

Uma pressão internacional está a acumular-se. Em 2013, o Papa Francisco instou o mundo a actuar contra o racismo em prol de "povos indígenas que estão cada vez mais isolados e abandonados". Foi o desafio da África do Sul a estes princípios básicos de direitos humanos que desencadeou o opróbrio internacional e a campanha que deitou abaixo o apartheid. A Austrália que tome cuidado. 

O original encontra-se em johnpilger.com/articles/the-secret-country-again-wages-war-on-its-own-people

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/.

Hikmahanto: Show Strength by Ignoring Death Penalty Outcry


[Corrected at 5:45 p.m. on Monday, April 27, 2015, to reflect that Hikmahanto Juwana is a professor of international law, not international relations]

Jakarta. For the sake of proving that nobody can interfere with Indonesian sovereignty, the government should ignore the growing global outcry and push ahead with the execution of drug convicts on death row, an outspoken international law professor from the nation’s top university said on Monday.

Hikmahanto Juwana said Indonesia is currently in the spotlight, after hosting the 60th commemoration of the Asian-African Conference, and has to show that it is not only willing to talk the talk, but also to walk the walk.

“The principle of non-intervention in Asian and African countries as outlined in the Dasa Sila [results of the first Bandung Conference in 1955] is still relevant today, including when Indonesia carries out the death penalty,” Hikmahanto said in a press release, adding that if the government bows out now, the nation will become a global laughing stock.

Indonesia is set to execute nine people, possibly as soon as Tuesday, for drug offenses. Eight out of nine are foreign nationals. A tenth convict, Frenchman Serge Atlaoui, has been granted a temporary reprieve due to an outstanding legal matter.

Just for show

Besides opposition to the death penalty in principle, the international criticism generally centers on alleged irregularities in the Indonesian justice system.

France has been among the harshest critics of the pending killings, with its foreign minister speaking of “serious dysfunction” in the legal system.

The Australian government, too, has consistently raised its objection against the execution of two of its nationals, ‘Bali Nine’ ringleaders Andrew Chan and Myuran Sukumaran.

Indonesian relations with Brazil are at a low, with the president of the Latin-American powerhouse refusing to accept the credentials of a new Indonesian ambassador. Brazilian national Marco Archer was executed for drug offenses in January and another Brazilian, Rodrigo Gularte — diagnosed with a mental illness — is set to face the firing squad this week.

But according to Hikmahanto, a professor at the University of Indonesia (UI), the governments of France and Australia are merely protesting because their voters expect them to, and that everything will be fine once the executions are over.

“No foreign government dares to put good and mutually profitable relations at stake to defend a national who committed a crime,” Hikmahanto said.

He added that domestic political considerations also play a role in the stance of countries like Australia and France, and that the Australians were not nearly as outspoken against China as they have been against Indonesia.

“Late last May, China executed an Australian citizen, but Australia didn’t exert pressure [on China] like it is on Indonesia,” the professor said.

Ban Ki-moon gets an earful

Hikmahanto also criticized Ban Ki-moon, the secretary general of the United Nations, for calling on President Joko Widodo to cancel the pending executions.

According to Hikmahanto, the UN chief had no business giving orders like a head of state.

Ban’s spokesman said in a statement on Saturday that “if the death penalty is to be used at all, it should only be imposed for the most serious crimes, namely those involving intentional killing, and only with appropriate safeguards.”

“Drug-related offenses generally are not considered to fall under the category of ‘most serious crimes’,” the spokesman added, as reported by Reuters.

But according to Hikmahanto the International Covenant on Civil and Political Rights clearly allows states to decide what qualifies as a serious crime, and it doesn’t exclude drug-related offenses.

“The Indonesian also have to right to ask why there was not statement from the UN secretary-general recently when two Indonesian domestic workers were executed in Saudi Arabia,” Hikmahanto said.

Also, the international law expert said it was strange that Ban took issue with the death penalty in Indonesia while his own country, South Korea, continues to use it.

“When we look at Ban Ki-moon’s statement, don’t be surprised if President Jokowi says the UN doesn’t reflect the interests of Asian and African nations,” Hikmahanto said. “The interests and voices represented are those of the European nations, Australia and America. It’s understandable if Jokowi questions the universality of the UN.”

Joko called for reform in a speech at the Asian-African Conference in Jakarta last week, saying that the UN and the world’s leading financial institutions were responsible for Western-leaning imbalance of global economic and political power.

President Joko Widodo shouts ‘Merdeka,’ or Freedom, at the end of his speech, during his inauguration at the House of Representatives building in Jakarta on Oct. 20, 2014. (Reuters Photo/Darren Whiteside)

West Papua sacrifices just as important as Anzac bravery


COMMENT BY MITCHELL BLAND 

AS Australia celebrates its historic partnership with New Zealand and commemorates lives lost through war, our Pacific partners in West Papua and their plight for independence must also be remembered.

Australian World War II diggers and the 'Fuzzy Wuzzy Angels' fought and died together on the harsh terrain of Kokoda where an unbreakable connection between the two island nations was forged.

Now, over 60-years-later, the deeply oppressed West Papuans are urging Australia and the international community for help in their struggle for self-determination, against Indonesia. 


West Papuan independence leader, International Spokesman for the United Liberation Movement for West Papua (ULMWP) and founder of the Free West Papua Campaign Benny Wenda is now asking Australia to return the favour.

"It is our time of need and I really hope that our Australian family could help to spread the message and support my people against the occupation of our country," he said.

“It is very tragic for my people that the government of Australia has ignored our 50 year long suffering for increased military and economic ties with Indonesia."

Although Australia often takes the moral high ground on international issues, the countless human rights violations and continuing atrocities towards the indigenous West Papuan's has largely been ignored.

Considering that West Papua is one of Australia's closest neighbours, the lack of support from Australia and the International community, is both puzzling and complex.

The limited media coverage is partially due to a media blackout imposed by Indonesia, as no foreign journalists are allowed into the country, West Papua is one of the most underreported armed conflicts in the world.

"The Indonesian government does not want the world to find out the truth about what is really happening in West Papua but when journalists finally get access they will be able to see the true genocide and illegal occupation we West Papuans are facing," Mr Wenda said. 

Although there are no official statistics it is estimated that there have been anywhere between 100,000 and 500,000 West Papuan casualties through what has been called a creeping genocide.

The Neglected Genocide Report on Abuses in Papua, launched by the Asian Human Rights Commission reported that between 1977 and 1978, the Indonesian military carried out aerial attacks in the central highlands of West Papua, using two Australian helicopters, killing over 4,000 people.

Mitchell Bland – Sunshine Coast Daily

Enkontru Bilateral PR Taur No PR Jokowi Foka Ba Asuntu Fronteira


Dili, Radio Online, Prezidenti Republika, Taur Matan Ruak, hala’o enkontru bilateral ho  Prezindenti Republika Indonesia, Jokowi, hodi diskuti konaba fronteira rai maran no maritima ne’ebe dadaun ne’e iha prosesu nia laran.

Iha enkontru ne’ebe hala’o kinta feira loron 23/04/2015, iha salaun Jakarta Convention Centre (JCC), Xefe Estadu Indonesia, Jokowi, apresia tebes ba relasaun Nasaun Indonesia no Timor Leste,  ne’ebe durante tinan Sanolu resin tolu nia laran,  lao diak maske  asuntu fronteira seidauk iha solusaun.

Iha enkontru ne’e, Xefe Estadu Taur Matan Ruak, Konvida direitamentu  Prezidenti Indonesia Jokowi, atu mai Vizita Timor-Leste,  hodi hametin liu tan relasaun entre nasaun rua ne’e.

Partisipa iha enkontru refere, Ministru Negosiu Estanjeiru Timor-Leste, Hernani Coelho, Xefe Casa Civil Prezidensia, Fidelis Leite Mangalhães, Embaixador Timor-Leste ba Indonezia, Manuel Serano, Ministru Negosiu Estrajeiru Indonesia, inklui delegasaun sira seluk.

 Oras ne’e dadaun, Xefe Estadu ho nia delegasaun sei iha Jakarta, Indonesia, atu partisipa Aniversariu Azia-Afrika ba dala ne’en nolu (60), hafoin kontinua viajem ba Bandung, Indonesia, atu partisipa konferensia Azia-Afrika husi loron 19-24 fulan Abril 2015.

Theodosia Reis – Rádio Liberdade Dili

Osan Barak, Jestaun Ladiak, Negosiu Sei La Lao Ba Oin


Dili, Radio Online, Seketaria Estadu Para Apoiu Sosio Ekonomiku Muller (SEM), Organiza Formasaun Kontabilidade no Jestaun Negosiu ba Feto emprezaria nasional sira, loron haat, hahu 27-30 fulan Abril, ho tema jeral, “Hakbiit Feto iha Konstrusaun” iha Segunda, 27/4/15,  iha Tower Fatuhada, Dili.

Assesor Asuntu Sosio Ekonomia, Eusebio Guiteres esplika katak, formasaun Negosiu jestaun kontabilidade ne’e fokus liu ba grupu rua, Buikeli Anan Atauro  ho grupu ida seluk husi Natarbora, kuaze orsamentu tres mil dolar mak aloka ba programa hirak ne’e.

“Kontraktor feto ne’e inisiu fokus liu ba munisipiu tolu, Aileu, Ermera no Liquisa, tamba  programa SEM ba 100 dias nian hahu uluk iha ne’eba, hafoin ida ne’e mak ba fali Munisipiu sanolu”, dehan Eusebio.

Eusebio informa tan, SEM kapasita jestaun orsamentu ka kontabilidade, tamba hakarak hakbiit kontraktor feto sira ne’e atu forte liu tan iha futuru.

“Hanorin mos oinsa kontraktor feto sira tenke konsidera  ba banku ne’e hanesan parseiru, maibe kontabilidade ladiak banku la fo kreditu, tamba banku halo servisu buka lukru, ne’e duni ita mos tenke kontabilidade forte”, dehan Eusebio.

Iha fatin hanesan, Leontina dos Santos, Direktora kompaña Royal Timorense, hanesan mos partisipantes emprezaria ferto nasional,  hateten, Formasaun ne’e diak tebes ba feto, tamba liu husi formasaun hanesan ne’e atu habelar feto nia koñesimentu iha ekonomia no oinsa bele halo jestaun.

“Liu husi formasaun ne’e mos feto bele hatene, oinsa halo jestaun iha ekonomia, para bele hari negosiu diak ida, maske osan iha, maibe kuandu laiha jestaun ne’ebe diak, negosiu sei la lao ba oin”, tenik Leontina.

Fatima Afonso – Rádio Liberdade Dili

Benfica e Porto deitam-se no divã. Jackson e Luisão são os ases psicológicos - Liga Portugal


A Renascença foi à procura do xadrez mental do clássico. Qual é a equipa mais forte psicologicamente? Que jogadores aguentam melhor a pressão? E pior? As tácticas e as análises de dois especialistas em Psicologia do Desporto. O campeonato nacional também se ganhará com a cabeça.

João Carlos Malta

Provavelmente serão os golos de Jackson Martinez ou de Jonas a decidir o clássico do título. Será o génio de Gaitán ou de Quaresma a fazer a diferença. Mas o jogo não se resume à técnica. A parte mental pode ser decisiva quando duas equipas de valor semelhante estão frente-a-frente ou pelo menos fazer “aquela” pequena diferença.
 
Fomos à procura dos pontos fracos e fortes de dragões e águias, e procurar pistas sobre qual será o gigante que estará mais próximo de tombar no próximo domingo.

Ser melhor psicologicamente não vence jogos por si, mas que ajuda, ajuda. Vamos então deitar Benfica e Porto no divã e deixar que Tomaz Morais, especialista em aconselhamento desportivo e ex-selecionador de râguebi, e Jorge Silvério, mestre em Psicologia do Desporto, fazer o seu trabalho: a análise. 

Quem é mais forte psicologicamente?

A resposta é de tripla para Jorge Silvério. Ainda assim uma pequena vantagem para quem privilegiou a estabilidade. “No Benfica há um treinador que está há muitas épocas no clube, temos jogadores muito experientes que já tiveram vantagem no campeonato e perderam, mas que também já ganharam. Olhando para o factor estrutural haverá mais vantagem do Benfica”, sublinha o mestre em Psicologia do Desporto.

A força psicológica do FC Porto foi testada este ano na Madeira, no jogo com o Nacional, depois de o Benfica ter sido derrotado em Vila do Conde pelo Rio Ave. O resultado surpreendeu todos: “Outro Porto com jogadores da formação, como era normal antes, não deixaria escapar aquela oportunidade”. Silvério diz que há muitos jogadores novos que ainda não perceberam inteiramente “o que é o FC Porto”. Portanto, ligeira vantagem para os encarnados.

Tomaz Morais pega na caneta e põe um “x”. Empate no braço-de-ferro psicológico. “O Benfica jogando em casa com menos sobrecarga nos últimos tempos, e só com este jogo, parece-me que do ponto de vista mental pode estar a preparar-se melhor”, diz primeiro. Mas? “O Porto sabe que o jogo é de tudo ou nada e vem de uma derrota difícil. O regresso do Alex Sandro e do Danilo pode ajudar”, acrescenta.

Efeito de Munique

Não há panos quentes aqui. Uma derrota de 6-1 é sempre uma derrota de 6-1. Terá influência. Ainda assim, é Silvério que lhe dá mais relevo.

Para o professor universitário não há botões de “on” e “off”. Os primeiros minutos poderão ser jogados sobre brasas pelos azuis. “Se começa a correr mal e se sofrem um golo cedo, pode vir o fantasma e a recordação do jogo de Munique”, lembra. Para Silvério cabe ao Benfica “potenciar e aproveitar esta fragilidade que foi criada por este resultado”.

Tomaz desvaloriza. Diz que uma derrota pesada deixa marcas, mas “na segunda parte [na Alemanha] já houve reacção”.

Para os da Luz, os seis de Munique terão efeito zero. “Os jogadores do Benfica têm demasiados quilómetros nas pernas e na cabeça para se preocuparem com essas coisas. Estão preocupados é como o Porto se poderá posicionar em campo”, defende o perito em aconselhamento desportivo.

Como é que se eleva a moral? A prática

Quais são os truques usados para fazer com que o jogador puxe tudo o que tem dentro de si e canalize as forças no jogo? Ou melhor, aquilo que o adepto percebe melhor, como é que se faz com que “ele vá a todas”?

Tomaz Morais dá o exemplo do trabalho com imagens. “Play” no vídeo e vamos à motivação. Táctica simples: valorizar o que temos de melhor e encontrar os pontos fracos dos adversários para atacar.

“Faz-se uma auto-análise a cada jogador e podemos fazê-lo sentir que ele está muito bem, está forte. Podemos ainda fazer ver onde estarão as fragilidades do adversário”, resume. O resultado deste jogo psicológico é o de aumentar a autoconfiança.

Morais aconselha ainda a não “mudar a rotina”. Porquê? “Aumenta a ansiedade e a ansiedade leva a cometer erros. O melhor é não alterar nada”, sublinha.

O desempenho psicológico ganha um jogo?

Silvério joga ao ataque. Admite ser suspeito. É o seu “métier”. Mas avança: “A equipa que controlar melhor as suas emoções, que for capaz de ser tenaz e jogar melhor com aquilo que o jogo lhe for dando [está mais próxima de ganhar]”.

E balanceia a resposta com o lado empírico. Tripartindo os factores em jogo: físico, técnico e psicológico. Os atletas e os treinadores enfatizam a importância da cabeça estar a 100%.

Morais aposta numa resposta em contenção. “Não ganha, mas repare, o corpo só está forte quando a cabeça está forte. Tudo o que se faz do ponto de vista técnico e táctico tem a parte mental incluída”, sublinha.

Os jogadores mais fortes e mais fracos?

As dificuldades de escolha foi nos “menos”. Os “mais” estavam na ponta da língua.

As escolhas de Tomaz Morais: Jackson do Porto e Jonas do Benfica são os ases de trunfo. O colombiano “não treme”, qualquer que seja o ambiente ou o jogo. Desempenho sempre em níveis altíssimos. Jonas, diz, vai pelo mesmo caminho. Mas este jogo será um teste. “A minha expectativa é ver se no jogo com o Porto consegue manter o nível de facturação e se consegue evidenciar o controlo emocional como até aqui”, define.

Este especialista vacila um pouco em apontar dois nomes para “duques”. Ainda assim, e frisando que são jogadores fortes mentalmente, nomeia Quaresma e Maxi Pereira. O primeiro, porque o virtuosismo o faz ir do oito ao 80. “Pode fazer um jogo fantástico ou não existir”, sintetiza.

O encarnado ferve em pouca água. Baseia o jogo em duelos individuais e muitas vezes a emoção fá-lo perder o controlo. Pode por aí gerar desiquilibrios.

Silvério diz que não vai falar das debilidades. Centra-se nos pontos fortes. Luisão na berlinda. Tomaz também já o tinha referido. “É o capitão e um referencial de estabilidade”, refere. Do outro lado do tabuleiro, a escolha recai em Helton. “Pelas mesmíssimas razões”.

"Mind Games". Quem é melhor? Jesus ou Lopetegui?

Não há Mourinho, a análise do “bate boca pré-jogo” fica mais cinzenta. Logo dá empate. Não será um zero a zero, porque ambos os treinadores arriscam sempre nas conferências de imprensa.

Ainda assim, Silvério e Morais são unânimes. Tanto Jesus como Lopetegui trabalham bem a área. Apenas um reparo. Às vezes, os tiros de "JJ" saem-lhe pelo sítio menos favorável, a colatra.

E depois do clássico? 1x2

1-Se o Benfica ganhar não há quase espaço para dúvidas, conquistará o 34º título nacional.

“É uma vantagem de seis pontos e do outro lado haverá uma reacção de desânimo. Serão duas derrotas seguidas e passa a ser muito difícil atingir os objectivos da época”, atira Jorge Silvério.

“O Benfica fica com uma margem boa. Não estou a ver como poderá deixar fugir este campeonato. Ainda há um ou outro jogo com alguma intensidade”, chuta Tomaz Morais. “Duas derrotas desanimará em muito o Porto”, recarga.

 X- Tudo em aberto. Mas a vantagem permanece do lado do Benfica. No entanto, o passado mostra que três pontos de vantagem para o Benfica e quatro jornadas para jogar não são sinónimo de título. A história, segundo diz o povo, não se repete. Mas deixa avisos.

“Há mais vantagem para o Benfica apesar de tudo. Mantém a vantagem pontual e ganhou no Estádio do Dragão”, lembra Silvério.

 2- Se o FC Porto ganhar, então o passado cairá nos ombros do Benfica com o peso brutal de um fantasma.


Assombração? “Se o Porto ganhar será o ressuscitar do fantasma de algumas épocas em que tinham uma vantagem grande, mas perderam o campeonato”, finaliza Jorge Silvério.

DERBI EM PORTUGAL. BENFICA X PORTO. 0 - 0 RESULTADO FINAL


O intervalo cai nos 45 minutos de jogo. É o grande derbi mas não está a ser um grande jogo. O resultado em 0 - 0 indica que nem uma equipa nem a outra estão a mostrar neste encontro no Estádio da Luz a qualidade que se perspetivava.

No Porto, Lopetegui substituiu ao intervalo Rúben Neves por Herrera.

Mantém-se em 0 – 0 o marcador no na Luz. A melhor oportunidade da primeira parte foi para o Porto, com Jackson Martinez a rematar por cima, na cara de Júlio César.

Ricardo Quaresma entra aos 56 minutos e aos 59 vê cartão amarelo. Também Martinez vê cartão amarelo de seguida.

Nos primeiros 15 minutos pós intervalo o resultado encosta em 0 – 0. Segunda parte com maior ritmo mas até parece que aos jogadores interessa o resultado a zero.

O tempo conta. Já vai lá metade da segunda parte e nas balizas nada de bolas entradas.

Jogo sem história. Na primeira parte foi uma modorra. Melhorzinho na segunda parte. Registo do aumento de alguma intensidade no jogo. Dá para acreditar que ambas as equipas estavam temerosas e pelo seguro não jogavam soltas como de costume, quase não criando situações de golo. Mesmo assim o Porto esteve melhor. Ao Benfica cabia segurar o resultado.

Benfica mantém 3 pontos de vantagem para o Porto. Faltam mais quatro confrontos. Uma dúzia de pontos em jogo.

No final se saberá quem sai vencedor. Uma ou outra equipa será. É certo. Quem "escorregar" ficará em segundo lugar na Liga Portugal.