Roger Rafael Soares, opinião
Somos
uma sociedade democrática onde é reconhecido o princípio da separação dos
poderes, ou seja, em três grandes órgãos - executivo, legislativo e judicial,
pelo que cada órgão ou poder é independente na eminência de não interferir nas
atribuições dos outrem. Somos regidos pela Constituição – lei suprema – que
consagra o sistema de checks and balances. É este o sistema que nos rege.
A
popularidade e legitimidade são dois conceitos intimamente ligados à figura de
Xanana Gusmão, tendo ainda lhe associado o carisma, qualidades que foram
conquistadas pelos seus atos durante o tempo de resistência e pela dedicação e
esforço que tem desenvolvido no processo de desenvolvimento do país e do povo.
Há quem esteja muito satisfeito, mas também há aqueles que discordam com a sua
atuação. Mais do que discordar é importante avaliar as razões e causas que
sustentam essa discordância. Discordar faz parte das relações sociais, mas é
preciso que se realce e se mantenha sempre o princípio do respeito. Pois bem, a
carta aberta de Xanana Gusmão, em meu entender, não é uma afronta, interferência
ou intimidação ao sistema judicial e ao pessoal que nele exercem funções. É
antes uma manifestação de preocupação com um setor – justiça - tão importante
ao funcionamento de uma sociedade mais justa e que a todos os timorenses diz
respeito e serve.