Trump
promete "América primeiro" em discurso inaugural
O
presidente dos EUA, Donald J. Trump, disse hoje no seu discurso inaugural que
cada decisão tomada durante o seu mandato "será feita para proteger os
trabalhadores americanos e as famílias americanas".
"[Esta]
proteção levará a grande prosperidade e força. Vou lutar por vocês (...) e
nunca vos vou desiludir. A América vai começar a ganhar de novo, a ganhar como
nunca antes. Vamos trazer de volta empregos. Vamos trazer de volta fronteiras.
Vamos trazer de volta riqueza. E vamos trazer de volta os nossos sonhos",
disse o republicano.
No
discurso, feito em frente ao Capitólio, o republicano declarou que, "deste
dia em diante, será América primeiro, América primeiro" e descreveu
"duas regras simples": "Comprar americano e contratar
americano".
"América
primeiro" não é uma frase original. Foi usada por Charles Lindbergh e por
um grupo a que o aviador pertenceu durante a segunda Guerra Mundial que era
conhecido pela sua ideologia nativista e isolacionista.
Donald
Trump disse, no entanto, que a sua posse não significa apenas "transferir
o poder de um partido para o outro".
"Estamos
a transferir o poder de Washington, D.C., e a devolvê-lo a vocês, o povo",
disse, explicando que a classe dominante geriu o país tendo em conta apenas os
seus interesses e "as pessoas pagaram os custos."
"A
classe estabelecida protegeu-se a si mesma, mas não os cidadãos do nosso país.
As suas vitórias não têm sido as vossas vitórias. Os seus triunfos não têm sido
os vossos triunfos", explicou, garantindo que "esta carnificina
americana para aqui e para agora".
"Tudo
isso muda aqui e agora. Este momento é o vosso momento e pertence-vos",
acrescentou.
"Nós,
os cidadãos da América, juntamo-nos agora num grande esforço nacional para
reconstruir o nosso país e restaurar a sua promessa para todos. Juntos, vamos
determinar o rumo da América e do mundo por muitos, muitos anos",
garantiu.
Donald
Trump, que venceu a eleição no colégio eleitoral, mas teve menos votos do que a
adversária Hillary Clinton, disse que "dezenas de milhões se juntaram a um
movimento histórico que o mundo nunca vira" e que essas "mulheres e
homens esquecidos do país não serão mais esquecidos".
As
taxas de aprovação de Trump têm descido desde a sua eleição, mas o discurso
incluiu poucas referências a uma tentativa de unir o país.
A
única referência às minorias, que na sua grande maioria apoiam os democratas,
foi quando explicou que pessoas de todas as cores se sacrificam pelo país.
"Quer
sejamos pretos, castanhos ou brancos, todos sangramos o mesmo sangue vermelho
dos patriotas", disse, acrescentando: "Quando a América está unida, a
América é totalmente imparável".
Trump
tem sido muito criticado por usar o medo das pessoas para fins
populistas, mas neste discurso garantiu não haver razões para temer.
"Não
deve haver medo. Estamos protegidos e estaremos sempre protegidos [pelas forças
da lei e militares] ... e o mais importante, seremos protegidos por Deus",
explicou.
Quanto
à presença americana no mundo, Trump disse que os Estados Unidos não vão impor
seu estilo de vida a ninguém, mas vão "brilhar para que todos possam
seguir" e que a sua administração vai erradicar "completamente da
face da Terra" o "terrorismo radical islâmico".
Trump
disse que "o tempo para conversas vazias acabou, agora chega a hora da
ação" e terminou com uma adaptação do seu slogan de campanha.
"Vamos
fazer a América forte de novo. Vamos fazer a América rica de novo. Vamos fazer
a América orgulhosa outra vez. E, sim, juntos, faremos a América grande de
novo", concluiu.
Barack
Obama cumprimentou Trump no final do discurso, dizendo "bom
trabalho".
Donald
Trump é, desde o primeiro presidente dos EUA, George Washington, em 1789, o
primeiro presidente dos EUA sem experiência política ou militar.
Na
tomada de posse, estavam presentes os ex-presidentes Jimmy Carter, George W.
Bush e Bill Clinton, acompanhado da mulher e ex-candidata presidencial dos
democratas, Hillary Clinton.
AYS
// FPA
Novos
confrontos entre polícia e manifestantes no centro de Washington
Novos
confrontos entre as forças policiais e manifestantes estão a ocorrer no centro
de Washington, na zona da cidade onde vai decorrer hoje a parada presidencial
que assinala a tomada de posse de Donald Trump.
Segundo
a polícia da capital federal, foram registadas até ao momento 95 detenções
durante os vários protestos que estão a marcar o dia da tomada de posse de
Trump.
Nas
imagens transmitidas pela estação de televisão CNN, é possível ver um forte
dispositivo policial, com vários membros da polícia de choque protegidos com
capacetes com viseira e escudos.
SCA
// FPA
Ex-líder
do Ku Klux Klan saúda posse de Trump com a mensagem "Conseguimos!"
O
ex-líder do movimento supremacista e racista Ku Klux Klan (KKK) David Duke
saudou hoje a tomada de posse de Donald Trump como presidente dos Estados
Unidos escrevendo no Twitter "Conseguimos!", noticiou a BBC.
"Conseguimos!
Parabéns Donald J. Trump presidente dos Estados Unidos da América",
escreveu Duke no Twitter cerca de dois minutos depois de o presidente eleito
fazer o juramento.
David
Duke, 66 anos, liderou o movimento racista nacionalista e supremacista Ku Klux
Klan nos anos 1970, abandonando-o uma década depois.
Na
campanha para as últimas presidenciais norte-americanas, a imprensa noticiou
que Duke apoiava a candidatura de Donald Trump.
Mas
Duke, que se assume como antissemita e negacionista do Holocausto, negou,
afirmando que, embora aprecie as posições de Trump quanto à imigração,
desaprovava o seu apoio a Israel.
Depois
de críticas da candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, Donald Trump
anunciou que recusou o apoio de David Duke.
MDR
// FPA
Mais
de 95 detidos em manifestação anti-Trump, durante a tomada de posse
A
CNN avança que mais de 95 pessoas foram detidas na sequência de manifestações
anti-Trump que decorreram hoje em Washington DC, na sequência da tomada de
posse de Donald Trump enquanto 45.º presidente dos EUA.
De
acordo com os media americanos, os manifestantes destruíram os vidros de um
Starbucks e de uma delegação do Bank of America.
Segundo
a CNN, a polícia de choque foi chamada ao local para prevenir que os
manifestantes (entre 400 e 500, segundo a Agência France Press) chegassem à
zona por onde vai passar o cortejo presidencial.
A
Fox News avança que existiu arremesso de pedras durante a manifestação e que a polícia
utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
A
mesma cadeia mostra também imagens de caixotes do lixo a arder.
Outra
cadeia de televisão, a CBS, mostra imagens do momento em que, alegadamente,
um manifestante atingiu um polícia com um petardo durante as manifestações.
SAPO
24 com Lusa