Governo
prepara-se para decretar luto nacional. António Costa declarou calamidade
pública. Ministra da Administração Interna recusa pedir demissão.
"Nenhum
país sozinho pode enfrentar este desastre esmagador"
Comissário
europeu para Ajuda Humanitária e Gestão de Crises defende a criação de um
mecanismo europeu de Proteção Civil. "Alterações climáticas estão a
acontecer. Não são "fake news".
O
comissário europeu para Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos
Stilyanides defendeu esta segunda-feira a criação de um mecanismo europeu de
Proteção Civil, considerando que "nenhum país" pode enfrentar isolado
a "nova normalidade" dos incêndios violentos.
"Infelizmente,
isto pode tornar-se uma nova normalidade. É um sinal que as alterações
climáticas estão a acontecer. São reais. Não são "fake news"",
considerou o comissário, a falar em França, numa conferência organizada por
empresas do setor, concretamente as fornecedoras de meios aéreos.
Christos
Stilyanides defende um sistema de resposta europeia, por considerar que
"nenhum país sozinho pode enfrentar este desastre esmagador". E, por
essa razão, é preciso "colmatar as falhas graves na nossa resposta,
particularmente as relativas a meios específicos, como os aviões".
"Não
é por coincidência que o presidente Macron apelou a uma força europeia de
proteção civil", frisou, considerando que 2017 deve servir de exemplo,
para melhorar as capacidades dos sistemas de proteção civil.
"Em
primeiro temos de aumentar as nossas competências coletivas dos Estados-Membros
para respondermos aos desastres. Em segundo, temos de simplificar a legislação.
Os processos administrativos atuais atrasam o envio de assistência. Precisamos
de simplificar os nossos procedimentos para aumentar a nossa reação durante a
fase de resposta. E, em terceiro, precisamos de interligações mais fortes entre
as ações nacionais de prevenção e o envio de meios europeus", disse.
Num
período em que os incêndios continuam ativo, Christos Stilyanides alerta que
não há tempo a perder para preparar a próxima época. "Para conseguirmos
isto, temos de agir muito depressa. A próxima época de incêndios está ao virar
da esquina. Precisamos de demonstrar aos nossos cidadãos que respondemos quando
for necessário", afirmou.
João
Francisco Guerreiro, em Bruxelas | TSF