Já não é primeira nem a oitava vez
que Xanana Gusmão ameaça abandonar a política e os governos que tem chefiado
desde o golpe de estado em 2005/6, isso porque tem um importante projeto da sua
vida privada, humanitário e empresarial, que vem adiando consecutivamente para
servir Timor-Leste e os timorenses na governação eximia e transparente como diamantes
translúcidos e reluzentes.
Ninguém deve ficar desiludido ou
criticar Xanana por ele ao fim de décadas de luta armada e política não
participar nas duras atividades governativas que o arrastam pela pobreza e
frustração de não poder ser o agricultor que há décadas sonha, nem de não se
afirmar como empresário agrícola de uma vasta plantação de abóboras, sempre em
miscigenação com a terra que o viu nascer, que ajudou a libertar e que o há-de “comer”
em sepultura digna de herói nacional que todos venerarão em mausoléu digno e merecido
situado exatamente no centro do aboboral.
Nascido em Manatuto em 1944,
Xanana conta presentemente 74 anos de idade. Desde pequenino que tem um projeto
que contribuirá para combater a deficiente alimentação dos timorenses, a vasta
plantação de abóboras de que há tantas décadas afirma querer dedicar-se.
Como se sabe, a abóbora provém de
plantas da família Cucurbitaceae, e é nativa da América do Sul, possuindo
Timor-Leste as condições climatéricas ideais para a fazer singrar em vasta
plantação no país.
Como disse e questionou um Nobel eclesiástico
timorense, muito dedicado às criancinhas: “Que raio, mas não pode um idolatrado
herói nacional seguir o seu sonho de criança e plantar abóboras que alimentarão
todos os timorenses. Principalmente os mais carenciados. Os do interior, aqueles
que os sucessivos governos, desde a independência, têm votado quase ao abandono
ou lhes dão umas migalhas enquanto comem o miolo?”
Na realidade a abóbora é
extremamente nutritiva e considerada o ex-libris da alimentação saudável. A abóbora
possui características antioxidantes e no caso do beta-caroteno este é
convertido parcialmente em vitamina A no organismo. Ora é exatamente o que os
timorenses precisam e Xanana Gusmão quer proporcionar-lhes.
Afinal, até na agricultura Xanana
se mantém um revolucionário, perdulário que só pensa nos outros, nos mais
necessitados de apoio social e alimentar que desde o período colonialista estão
praticamente abandonados à sua sorte. Ou ao seu azar. O que podemos conjeturar é
que a idolatria da heroicidade de Xanana Gusmão vai certamente tocar num pico
muito mais elevado se lhe permitirem dedicar-se em pleno ao sonho que é a vasta
plantação de abóboras.
Na atualidade Xanana, convocado
para integrar o VIII governo, chefiado por Taur Matan Ruak, teve de simular uma
discórdia para pretextar o abandono do cargo ministerial para que Taur o
destinara. E isso tudo porquê? Para finalmente o deixarem em paz nos seus já 74
anos, feitos em Junho passado, e assim dar forma e conteúdo ao seu sonho, ao
seu projeto empresarial e humanitário de tornar realidade uma vasta plantação
para produção de abóboras.
Deixem Xanana Gusmão em paz.
Deixem-no seguir o seu sonho: a vasta plantação de abóboras!
MM=AV | TA