Eleito pelo PSL com mais de 57
milhões de votos, capitão reformado do Exército será o sucessor de Michel
Temer. Cerimônia de posse iniciará às 14h45, com desfile até o Congresso.
Eleito com 57,8 milhões de votos,
o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro (PSL),
de 63 anos, tomará posse nesta terça-feira (1º) como o 38º presidente do Brasil
desde a proclamação da República, em 1889.
Os eventos da cerimônia de posse,
em Brasília, começarão no início da tarde, pouco antes das 15h, com desfile da
Catedral até o Congresso Nacional, e se estenderão por todo o dia até o último
compromisso – um jantar para autoridades no Palácio do Itamaraty, às 18h30 (veja
todos os detalhes mais abaixo).
Depois de sete mandatos como
deputado federal e quase 30 anos na Câmara, Bolsonaro assume a Presidência após quatro
vitórias seguidasdo PT em eleições presidenciais, com Luiz Inácio Lula da Silva (2002
e 2006) e Dilma
Rousseff (2010 e 2014).
Bolsonaro vai substituir o
presidente Michel
Temer (MDB), que assumiu
o governo em maio de 2016, em razão do impeachment de Dilma.
Segurança
A Secretaria de Segurança Pública
do Distrito Federal classificou a operação do dia da posse como o maior esquema
de segurança já montado para um evento do gênero em Brasília.
Foram escalados para atuar na
posse mais de 3,2 mil policiais militares, civis, federais e bombeiros, além de
integrantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
O esquema de segurança da posse
foi definido pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI).
Segundo a organização da cerimônia, dois mísseis antiaéreos guiados a laser,
capazes de abater aviões a até 7
km de distância, serão utilizados no evento. Os
militares também usarão um radar portátil para identificar aeronaves voando a
baixa altitude.
As ações de segurança serão
feitas de maneira conjunta entre órgãos federais e distritais. Os policiais
militares farão revistas nos populares em quatro pontos próximos à Rodoviária
do Plano Piloto.
O trânsito
na área Central de Brasília sofreu uma série de modificações. A partir
das 8h desta terça, no dia da posse, o bloqueio do Eixo Monumental começará na
altura da rodoviária, e segue rumo à Esplanada dos Ministérios, nos dois
sentidos.
Neste domingo (30), o governo
organizou o último
ensaio para a possede Bolsonaro. Durante o treinamento, figurantes ocuparam
os lugares que caberão às autoridades, como Bolsonaro, a primeira-dama,
Michelle Bolsonaro, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, e a mulher
dele, Paula.
A expectativa do governo é que de
250 mil a 500 mil pessoas compareçam à cerimônia oficial.
Convidados estrangeiros
De acordo com o Ministério das
Relações Exteriores, autoridades estrangeiras comparecerão à posse. Os números
atualizados são:
11 chefes de Estado e Governo
3 vice-presidentes
11 chanceleres
18 enviados especiais
3 diretores de organismos
internacionais
Roteiro da cerimônia
A cerimônia oficial terá início
às 14h45, no horário de Brasília, com o seguinte roteiro:
14h45 – Desfile do cortejo
presidencial da Catedral de Brasília ao Congresso Nacional;
14h50 – Chegada do cortejo
presidencial ao Congresso Nacional;
15h – Abertura da sessão
solene de posse no plenário da Câmara dos Deputados, com discursos de Bolsonaro
e dos presidentes da Câmara e do Senado;
15h45 – Término da sessão
solene de posse no plenário da Câmara dos Deputados;
16h – Cerimônia de execução
do Hino Nacional, seguida de salva de tiros e revista de tropas;
16h15 – Desfile do cortejo
presidencial do Congresso Nacional ao Palácio do Planalto;
16h20 – Chegada do cortejo
presidencial ao Palácio do Planalto, com a entrega da faixa presidencial;
16h30 – Pronunciamento de
Jair Bolsonaro;
17h – Cumprimentos dos convidados
internacionais;
17h30 – Cerimônia de
nomeação dos ministros de Estado;
18h15 – Fotografia oficial;
18h25 – Desfile do cortejo
presidencial, com a faixa presidencial, do Palácio do Planalto ao Palácio
Itamaraty;
18h30 – Recepção oferecida
por Jair e Michelle Bolsonaro.
Transição
Após a eleição, teve início o
período de transição de governo, no qual as equipes do atual e do futuro
presidentes trocaram informações sobre o governo federal, contas públicas,
projetos em andamentos e sugestões de planejamento.
Ao longo do período de transição,
Bolsonaro esteve em Brasília algumas vezes. Nas visitas à capital federal, o
presidente eleito reuniu-se com chefes dos poderes da República, das Forças
Armadas e com os futuros ministros.
Nesse período, Bolsonaro também
anunciou o nome dos ministros que trabalharão no governo. Ao todo, serão
22 ministros - sete a mais do que os 15 anunciados por Bolsonaro
durante a campanha.
Campanha
Após 28 anos como deputado, Jair
Bolsonaro se candidatou à Presidência da República pela primeira vez e foi eleito ao
receber 57.797.847
votos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No primeiro discurso após a
confirmação do resultado, em 28 de outubro, Bolsonaro disse que fará um governo
"defensor
da Constituição, da democracia e da liberdade".
Atualmente filiado
ao PSL, Bolsonaro já esteve em outros oito partidos e deixou o PSC em março
para ser candidato ao Palácio do Planalto.
Embora a candidatura tenha sido confirmada quatro
meses depois, em 22 de julho, Bolsonaro só anunciou o candidato a
vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRB), em
5 de agosto.
Durante o período pré-eleitoral,
outras pessoas foram procuradas para formar a chapa, entre as quais a advogada
Janaína Paschoal, o senador Magno Malta, o general Augusto Heleno e o príncipe
Luiz Philippe de Orleans e Bragança.
Mas um dos principais fatos da
campanha eleitoral foi o atentado que Bolsonaro sofreu. Em 6 de setembro, ainda
como candidato, ele levou
uma facada na região do abdome durante um ato em Juiz de Fora (MG). Em
razão da facada, Bolsonaro ficou três
semanas internado.
No período que ficou no hospital
e até mesmo depois de receber alta, Bolsonaro priorizou
as redes sociais para divulgar ideias e propostas. Com direito a
somente oito
segundos na propaganda de TV no primeiro turno, ele fez transmissões
ao vivo no Facebook e postou opiniões no Twitter.
No discurso de diplomação, em
dezembro, chegou a dizer que "o
poder popular não precisa mais de intermediação". Isso porque, na
opinião dele, as novas tecnologias criaram uma relação direta entre o eleitor e
os representantes.
Numa campanha marcada por fatores
como a disseminação
de conteúdo falso nas redes sociais, o TSE decidiu dar prosseguimento
a uma ação do PT que pede
a cassação da chapa de Bolsonaro.
A ação foi apresentada após o
jornal "Folha de S. Paulo" informar que empresas apoiadoras do novo
presidente compraram pacotes de disparo
de mensagens contra o PT por meio do WhatsApp.
Nota: Texto G1 expresso em português do Brasil
G1 — Brasília
Imagens: 1 - Jair Bolsonaro
durante cerimônia de diplomação no plenário do TSE — Foto: Rafael Carvalho,
Governo de Transição; 2 - Jair Bolsonaro recebe diploma no TSE — Foto: Evaristo
Sá/AFP