domingo, 3 de janeiro de 2016

Ema ne’ebé hariis tasi hetan kanek tanba atake hosi tubaraun iha Austrália


Ema ida ne’ebé hariis tasi horisehik hetan kanek iha liman no ain karik tanba hetan atake hosi tubaraun iha kosta estadu australianu, Queensland, haktuir autoridade sira.

Últimu atake ne’e mosu iha altura ne’ebé autoridade sira hosi estadu viziñu New South Wales implementa medida prevensaun nian hodi redús tubaraun, hafoin númeru atake ne’ebé aas iha tinan 2015.

Mane ho tinan 30 ne’e nani iha Rosslyn Bay, besik kilómetru 670 hosi Brisbane, bainhira tata hosi tubaraun, haktuir ekipa tulun nian.

"Hetan kanek iha liman no ain. Sei halo hela ezame. Foin to’o iha kosta no sei lori lalais ba Ospitál Rockhampton", hatete portavós ambulánsia nian ba AFP.

"Tuir ha’u hatete, nia halo hela snorkeling doo uitoan hosi tasi-ibun no hatete katak haree ikan barak no tubaraun ida", tenik komandante Guarda Kosteira nian, Arthur Hunt, ba jornál lokál Brisbane's Courier Mail.

Iha tinan kotuk akontese atake 14 iha New South Wales, inkluin fatál ida ba surfista japonés kompara ho sira na’in tolu iha tinan 2014, tuir lista Taronga Zoo nian hosi Sydney.

Iha Queensland akontese atake haat iha tinan 2015, iha 2014 ida de’it, no hasa’e númeru ba 22.

Espesialista sira fiar katak atake aumentam bainhira desportu akuátiku sai populár liu tan no ikan muda ba kosta.

SAPO TL ho Lusa

Arábia Saudita ezekuta ema 47 kondenadu tanba terrorizmu


Arábia Saudita ezekuta ema 47 kondenadu tanba terrorizmu, entre sira ne’e dignitáriu xiita Nimr Baqir al-Nimr, figura kontestasaun nian kontra rejime saudita, anunsia Ministériu Interiór horisehik.

Sira ne’e hanesans primeira ezekusaun iha tinan 2016 iha Arábia Saudita, nasaun ultrakonservadór ida ne’ebé ezekuta ema na’in 153 iha tinan 2015, tuir kontajen ne’ebé realiza hosi ajénsia France Presse (AFP) liuhosi númeru ofisiál sira.

SAPO TL ho Lusa

Macaenses em Lisboa. Uma leitura antropológica com ante-estreia a 10 de Janeiro

Ponto Final, Macau

A 10 de Janeiro, o Auditório do Museu do Oriente, em Lisboa, acolhe a ante-estreia do documentário “Macaenses em Lisboa, Ilusão ou Realidade”. O filme – o primeiro da série “Macau Português” – tem realização de Carlos Fraga e contou com a assessoria do professor e investigador nascido em Macau, Carlos Piteira. O filme, tal como um segundo ainda em produção, será emitido na RTP em 2016. O projecto foi produzido pela Livremeio Produções, com o apoio do Instituto do Oriente/ISCSP-ULisboa, Fundação Oriente, Fundação Jorge Álvares e Portal Martim Moniz.

“A contextualização da comunidade macaense tem merecido ao longo dos tempos várias abordagens e significados, a própria declaração da afirmação étnica não tem sido pacífica, quer por quem a estuda, quer por quem a ela diz pertencer, tornando o tema aliciante e obviamente num caso particular de singularidade”, analisa a Livremeio Produções, em comunicado. A produtora enquadra, ainda, a concretização de um projecto inevitavelmente vinculado a um exercício de índole antropológica: “O documentário sobre os Macaenses em Lisboa é mais uma aproximação ao tema, ouvir e registar, na boa tradição antropológica de dar ‘voz’ aos envolvidos e trazer para o ‘palco’ da actualidade a questão transversal de qualquer estudo/abordagem das etnicidades. Quem são? E o que são? As respostas, essas, serão porventura múltiplas e diversificadas”.

A sessão terá a apresentação do humorista Nilton, e no programa figuram ainda momentos musicais, com o grupo “A Outra Banda”, que apresentará temas da banda sonora do documentário. A sessão conta ainda com a recriação ao vivo de “Porto Interior”, de Rão Kyao e Yanan, um projecto que Kyao definiu assim: “Pretendemos com este encontro continuar, através do som, a celebração da convivência de vários séculos entre Portugal e a China, que Macau historicamente tão bem exemplificou”. “Porto Interior” é também o nome do álbum de tributo a Macau gravado pelos dois instrumentistas em 2008. O trabalho discográfico reúne repertório do folclore clássico chinês e português, temas originais e uma incursão no fado. 

S.G.

NATAL OU SILLY SEASON?


Fernando Eloy – Hoje Macau, opinião

Alguém nalguma altura, quiçá farto da falta de notícias na época balnear resolveu criar a expressão “Silly Season” para aplicar à quadra veraneante, mas eu interrogo-me se não seria melhor aplicada na época que atravessamos. Senão vejamos, que dizer de uma quadra onde as pessoas enfiam barretes da Coca-Cola cabeça abaixo, onde outras emplastram almofadas na barriga e aplicam longas barbas brancas repetindo até à exaustão uma gargalhada gutural inventada pela bebida xarope nos anos 50 num mimetismo quase incompreensível, que dizer d e uma época onde as pessoas se atafulham em centros comerciais a comprar tudo e um par de botas só porque faz parte, onde se vêem decorações nevadas em países tropicais, porque o tal do velho gordo vem do frio quando, afinal, quem supostamente trouxe as prendas foram uns reis, deserto afora, para um menino nascido na Galileia, terra famosa pelas suas montanhas nevadas e estâncias de esqui, naturalmente. Quadra onde nos atafulhamos de comida até mais para celebrar ou a vinda do velhote ou o nascimento do menino, (ainda não percebi bem) porque depois vem a outra data onde se fazem as promessas que nos vão livrar dos males e dos quilos acumulados… É a quadra da família, dirão, porque no resto do ano a família que se lixe; a avó pode continuar a apodrecer no lar e os ranhosos dos sobrinhos que se mantenham à distância pois só servem para dar dores de cabeça. É o tempo da dádiva, sim, porque o resto do ano é passado a acumular para a dádiva. É o tempo de atafulhar as crianças com mais uns jogos de vídeo para não nos moerem a paciência nos próximos 364 dias, é tempo de ser bom porque no resto do ano não é possível pois o mundo é uma selva, habitada por nós, claro, esses animais. De facto. 

A propósito de dádivas, segundo dados da Gallup e da Estatista, nesta época de “fazer bem aos outros”, gastaram-se em média 815 dólares por pessoa nos Estados Unidos, 430 euros no Reino Unido, 250 na França e, espante-se, 300 euros por pessoa em Portugal, o país da crise. Se fizermos as contas, só com estes quatro países, temos um montante global de 312 biliões de dólares, ou seja, o total do ouro em reserva no Banco de Inglaterra, o valor estimado de toda a cidade do Vaticano ou, pasme-se, um pouco mais do PIB de Singapura (307 biliões) ou de Hong Kong (290), três vezes o PIB de Marrocos (110), vinte vezes o PIB de Moçambique (15), seis vezes o de Macau (55) e cerca de metade do PIB da Árabia Saudita (746)!… Que poderia ser do mundo se apenas 10% desse valor fosse aplicado em desenvolvimento e apoio aos necessitados? Mas nada disto interessa porque estamos numa época da boa vontade.

Mas há mais cenas patetas nesta quadra como a chegada a Lisboa dos treinadores da escolas Luís Figo na China*. Um espectáculo absolutamente degradante. Queixas, muitas: a comida, a língua, a cultura, até as crianças que ensinam por não serem tão desenvolvidas como as portuguesas e o futebol, claro está, a anos luz. A arrogância típica do labrego lusitano que nada positivo vê nos outros ficando no ar que voltar para cá será um sacrifício superior as dos marinheiros do Gama que nem sabiam para onde iam. Mas como, ao contrário daqueles, serão regiamente pagos pelos cofres chineses, lá voltarão, de trombas mas com espírito de “missão”. Imagino a prenda de Natal que terá sido para a embaixada chinesa ver as declarações deste energúmenos, imagino o que as crianças chinesas por eles ensinadas pensariam se lhes traduzissem as peças. O espírito do Natal no seu melhor onde as saudades pelo bacalhau são maiores que o respeito porque quem os acolhe e de quem deles precisa para evoluir. Belos embaixadores mandou o Luís para o Império do Meio, pedantes da bola sem nome nem percurso. Ou então a culpa foi do repórter que só apanhou o pior, o que não seria nada de anormal.

Mas agora vem aí o Ano Novo onde tudo promete ser melhor. Porque este ano que agora enterramos vai ficar conhecido por aquele em que a desigualdade social atingiu um valor recorde nos países mais desenvolvidos. Segundo a secretária-geral da OCDE Angela Gurria, “A desigualdade nos países da organização é a mais alta desde que se começaram a registar dados.” No relatório, publicado na semana passada, é dito que a “A diferença entre ricos e pobres continua a aumentar. O crescimento, se algum, tem vindo a beneficiar os grupos de maior rendimento ao passo que o rendimento dos agregados de menor rendimento têm vindo a ser deixados para trás. (…) As pessoas com menor rendimento têm sido impedidas de realizar o seu potencial de capital humano, o que é mau para a economia no seu geral.”

Ah, e por cá o Chefe do Executivo trouxe de Pequim no sapatinho ordens para diversificar a economia. Pela centésima, quadragésima vez. Vai fazer um plano, disse.

Se uma “season” destas não é “silly”, não sei o que é “silly”.