Díli,
29 jun (Lusa) - Um soldado timorense foi ferido a tiro, no domingo, quando a
patrulha que integrava foi alvejada por elementos de um grupo ilegal que está a
ser perseguido pela polícia e forças armadas de Timor-Leste desde março.
O
brigadeiro-general Filomeno Paixão, vice chefe de Estado maior general das
Forças Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), disse que o incidente ocorreu na manhã
de domingo "entre as regiões de Atalari e Sagrada", no município de
Baucau.
Este
é o quinto elemento das forças de segurança (depois de quatro agentes da
polícia) feridos durante a operação de nome código Hanita que envolve efetivos
da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e as Forças de Defesa de Timor-Leste
(FDTL) decorre desde março na ponta leste de Timor-Leste.
Segundo
explicou Filomeno Paixão, os suspeitos do ataque são elementos do grupo CRM
(Conselho da Revolução Maubere), organização considerada ilegal pelo Estado
timorense e que é liderada por Mauk Moruk, considerado traidor da resistência
timorense e que está sob mandado de captura.
"Entre
as 10 e 11 horas, uma patrulha nossa que estava em perseguição ao grupo foi
baleada por elementos da organização de Mauk Moruk. Um soldado foi baleado e a
bala atravessou-lhe uma perna e alojou-se na outra", disse.
"As
análises preliminares no hospital indicam que foi atingido por uma bala de uma
pistola glock. Estamos à espera da análise final dos especialistas",
disse, explicando que as forças de defesa responderam "segundo as regras
de empenhamento".
Continua
a decorrer a operação para tentar encontrar os responsáveis pelos disparos.
Recorde-se
que no decurso da operação já se renderam ou foram capturados 468 elementos do
grupo de Mauk Moruk.
Questionado
sobre o papel de Mauk Moruk, que se diz ex-líder da resistência, Filomeno Paixão
disse à Lusa que o homem, que esteve preso preventivamente no ano passado,
abandonou a resistência armada contra a ocupação indonésia "em 1985 ou
1986".
"Depois
disso participou com militares indonésios na luta contra a guerrilha. Esteve
ausente no exterior durante cerca de 30 anos e nas conversações tidas no
exterior nunca esteve do nosso lado. Não só não esteve do nosso lado mas esteve
contra a resistência", afirmou.
Acusando
Mauk Moruk de querer causar destabilização em Timor-Leste, referiu que as suas
exigências ignoram a lei, a ordem e as instituições do país.
"Quer
abolir a Constituição, acabar com o parlamento e o Governo. Isto é
demais", disse.
"Não
dialogamos com criminosos. O diálogo dele tem que ser com o tribunal e com o
Procurador da República", explicou.
Questionado
sobre a demora em
apanhar Mauk Moruk , o responsável das FFDTL referiu-se à
"falta de tecnologia" e à "falta de cooperação da
população", sem adiantar mais pormenores.
Recorde-se
que a operação foi desencadeada pelo Governo para "prevenir e reprimir
ações criminosas de grupos ilegais" depois de ataques aos elementos da
polícia em fevereiro e março, especialmente o de 08 de março em Baguia, a sul
de Baucau, em que ficaram feridos quatro agentes durante um ataque ao posto
policial da localidade.
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